quarta-feira, junho 29, 2005

Chocolate

- ?Qué pasa?


- Passaram quatro amigo, desculpa!


eheheheheheh

terça-feira, junho 28, 2005

Crucificado

Um dos atos mais cruéis do ser humano é o julgamento. O pré-julgamento então, nem se fala. Julgamos tudo e a todos. Pessoas, situações, sentimentos, idéias ... Tudo. Julgamos com caráter e sem caráter, com conhecimento de causa e sem esse conhecimento. O grande problema é que nunca julgamos o que achamos que estamos julgando. Na verdade, sempre julgamos a mesma pessoa, nós mesmos. Somos nós que estamos ali sozinhos esperando um dedo acusativo. Julgamos a nós mesmos porque somos parciais. Acreditamos que os outros pensam como nós. Agem como nós. E usam para isso nossas mesmas razões. Quando entenderemos que o outro é diferente de mim? E que ele também é uma pessoa com história, com sentimentos e, acima de tudo, com racionalidade? Esta racionalidade pode até não ser entendida claramente por nós. Ela, entretanto, existe. E pode ser completamente diferente daquela que nos faz agir. Temos que tomar cuidado e só aceitar. Nos cabe apenas isso. Aceitar ou não o outro. Mas tem que ser o pacote comnpleto. Ações, sentimentos, razões, loucuras etc. Não temos poder para mudar. Repito não temos o poder de julgar. Nem que isso seja apenas para nós mesmos. Todo julgamento vem carregado de nossos medos, nossas idéias, nossas experiências e não serve mais que um garfo para tomar sopa. Sentirás o gosto da sopa. Poderás ter uma idéia do que ela é, mas, ao mesmo tempo, separarás de ti tudo o que seja sólido dela. Te afastarás do real conhecimento de sua essência. Julgar é colocar uma venda sobre teus olhos, baseada nos teus erros e acertos, e nunca mais ver o que realmente tens na frente.
Solução? Maturidade, serenidade, respeito, educação, inteligência, calma e, acima de tudo, trate os outros como gostaria de ser tratado.
Quem acredita, o próprio Cristo disse: "Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei!".
Ele era Ele. Nós não somos. Por isso sofremos tanto de um lado quanto de outro. Julgamos e somos julgados o problema é que nunca estamos dispostos a pagar a pena. Muito menos a indenização em caso de erro. Neste caso a justiça é omissa. Ao menos a dos homens ...

segunda-feira, junho 27, 2005

Bula

Me digam a verdade, por quê computador, televisão, dvd, celular, carro, barbeador elétrico, torradeira e até helicópteros vêm com manual e mulher não? Todas as coisas, das mais simples às mais complexas, têm instruções. Manual, cuidados que se deve ter, quando usar, voltagem, prováveis problemas e até assistência técnica. Mulher é um tiro no escuro.
Um celular não vai te dar um tapa se tu não souber como atendê-lo. Um dvd não vai ficar revoltado o dia todo se você não entender o quê o filme quis dizer. Um carro não resolve parar só porque engatou a marcha errada. Ele ronca, reclama, mas segue o baile. E um computador ainda avisa você se qualquer coisa foi mudada. Ele nunca te pergunta: "Não notou nada de novo?". Não, isso ele não faz.
Com as mulheres tudo é complicado. Têm as que gostam daquilo antes daquilo outro. Têm as que gostam daquilo depois daquilo outro. Têm as que gostam de tudo aquilo misturado. Têm as que não gostam nada daquilo, nem daquilo outro. E o pior é que são todas muito parecidas. A gente é que fica com cara de tacho. Olha essas duas pérolas que eu vi.
Um amigo ficou olhando a noite toda para uma maravilha da estética humana. No final de quarenta e cinco minutos ele já conhecia cada movimento dela. Dos lábios ao dedo do pé. Com uma hora ele já tinha visto até a aura dela. Esperando pelo momento certo, trocando olhares, piscadelas. Só não viu quando outra maravilha da estética humana, que por sinal eu estava tentando ver sua aura, se atracou na primeira de tal forma que eu pensei que era briga! Me desesperei e gritava: "A tua ta batendo na minha! Segura! Separa!" Corri para perto e pude ver pela sofreguidão das línguas que nenhuma delas gostava de nada daquilo. Ao menos conosco ...
Triste. Desolador e, por que não dizer, muito sexy!
Depois ele olhou para o lado e tentou tirar o tempo perdido. Atracou um gingado rebolativo insinuante atrás de olhos hipnóticos maravilhosos e acabou com o olho dele roxo. "Louco, tarado e pervertido!" gritou ela. Era daquelas que gostam daquilo antes daquilo outro. Eu o apelidei de "Conan, o conquistador". Um bárbaro. Um monstro. Concordo com ela, mesmo sendo ele um grande amigo.
Eu, por minha vez, sentei-me no balcão do bar, pedi um vinho e inebriei-me com os lábios que sorviam um vinho ao meu lado. Olhei. Pensei. Conversei. Sorri. Ri. Fiquei ... chupando o dedo. Ela disse que eu era meigo demais. Ela queria "approuch" (sabe-se lá o que é isso?), pegada. Ele me apelidou "Ursinho Puff". Era daquelas que gostam daquilo outro antes daquilo.
Poderíamos tentar um código de cores. Vermelho, verde, azul e amarelo. Isso nos facilitaria muito o trabalho. Aumentaria as chances de sucesso. Diminuiria o tempo. Só benefícios. Vou propôr esta lei no congresso afinal, somos um povo civilizado. Culto. Educado. Maduro.
Aliás, lembrei-me agora de outra vantagem dos aparelhos. Eles têm garantia ...

domingo, junho 26, 2005

Aurélio

Vida é uma desteridade dilamética de um climatério clavicórnio das ânsias magnéticas de um designado que surge com os pirotécnicos das bombas acrobáticas e com o estravaso hercúleo, artético e hípico das digitarigórnias hipodérmicas.

Entendeu?
Eu também não entendo! Mas vamos fazer um trato: quem entender primeiro conta para o outro, ok?

sábado, junho 25, 2005

Presente de Grego

Quem disse que era melhor dar do que receber, dentro de algumas crenças não era humano. Isso é essencial para que possamos dizer que isso não é verdade. Para coisas materiais, presentes por exemplo, isso pode até ser entendido como válido. Entretanto, quando se trata de coisas mais sutis não é correto. Amar é melhor que ser amado? Cuidar é melhor que ser cuidado? Acho que não. Pior é quando somos do tipo de pessoas que procura sempre fazer antes aquilo que gostaríamos que fosse feito com a gente. Nos preocupamos antes, entendemos antes, suportamos antes. Infelizmente somos chamados de "fortes". Como se num passe de mágica esse adjetivo retirasse das pessoas que nos rodeiam a responsabilidade da devolução das coisas ofertadas. Somos sempre pau-pra-toda-obra. Estamos sempre ali, firmes, sólidos, sinceros, com os pés no chão. O que é mais interessante é que quando precisamos ninguém percebe. Ninguém vê. Ninguém entende, ou fazem questão de se fazerem de cegos, surdos e mudos.
Existem aquelas pessoas que se abalam por tudo, caem em prantos por unha quebrada, olhar torto, palavra ríspida etc. A estas são sempre reservados colos, atenções, abraços e outras formas de levantar a moral. Aos fortes sobram, quando muito, uns tapinhas nas costas ou uma pergunta: "Quer conversar?" Nós não somos assim. Precisamos de pessoas que nos entendam, que percebam no tom de voz, nas palavras, nos suspiros que não somos rochas, que não suportamos tudo. Que queiram realmente gastar um pouco de energia para entender como estamos emocionalmente. Não entregamos tudo. Somos fechados. Somos fortes. Somos como
o Oceano. Capazes de suavente molhar tua fronte ou devastar cidades inteiras. Mantem vida mas evapora ao sol. E cada vez mais me convenço de que ser forte é um presente de grego!

Marca D'água

Estamos no momento da contra-cultura. Não sei bem o que significa isto, como não sei bem o que significa cultura. Para cada antropólogo tem um conceito. Mas tatuagem hoje realmente parece algo do contra. É discriminada. É venerada. Amada e odiada com a mesma força. Dor na confecção e prazer na estética. Isso parece ainda mais verídico quande se percebe que todas significam realmente algo. Desde as feitas com cigarro na prisão, até as de henna têm sua razão. Digamos que a alma destas pessoas já vem marcada, ou foi marcada de alguma maneira pelo tempo. A determinação aparece quando elas resolvem mostrar ao mundo aquilo que carregam no espírito. Por mais esdrúxulas que possam parecer elas levam uma miríade de sentimentos e significados que são próprios e únicos de quem as suporta. Seja o símbolo do Comando Vermelho ou um ideograma chinês do Amor. Lembra-te que o todo nunca é igual à soma das partes. O quê entendemos de uma tatoo e de seu carregador nunca é o que realmente ela significa. Existem dois grandes perigos. Um é o símbolo tornar-se pequeno demais depois que o sentimento que lhe deu origem passar. Exemplo: o maluco do Ronaldinho ou a doida da Kelly Key. O segundo risco acontece com quase todo mundo. A escara n'alma que propiciou a marca no corpo acaba aumentando e aquela tatoo vira uma marquinha diminuta e é normalmente ampliada. Gasta-se mais tempo, dor para que o símbolo volte a nos dar prazer. A tatoo é encontrada em todas as sociedades humanas e em todos os tempos. Diferentes interesses, diferentes matizes, mas, no fundo, o mesmo princípio. Somos todos iguais e não gostamos disso. Diferenciarmo-nos é uma forma de tornar peculiar algo prosaico. Somos seres psicologicamente mutantes, daí sempre os símbolos tendem a tomar proporções maiores ou menores conforme o momento vivido pelo homem. É fato, o conjunto de sentimentos expressos por um símbolo tatuado no corpo nunca mais poderá ser esquecido da mesma maneira que os tocados pelas cicatrizes no seu íntimo nunca mais serão os mesmos. É a ação do tempo sobre obras de arte. E você qual tem?

sexta-feira, junho 24, 2005

Brincando com as Nuvens

Todo mundo já brincou disso uma vez na vida. Olhar para as nuvens e ver coisas imaginariamente reais. Aviões, caminhões, pessoas, dragões etc. Era a melhor parte da infância. Olhar e ver o que queríamos ver. Quando se cresce, temos que olhar o que a maioria vê. É a famosa questão do chapéu ou da jibóia comendo o elefante. Dia de sol não tinha graça olhar para o céu. Era só sol. Era bom piscina, parque, futebol etc. Dia de sol sempre temos o que fazer, o que pensar. Como se o sol instilasse uma certa energia em nossas almas. Ainda hoje, dia de sol não tem muita graça. Continua sendo piscina, parque, futebol etc. Dia nublado sim, este mudou de sentido. Quando crianças, tínhamos um dom de transformar nimbos em sonhos. Hoje transformamos nimbos em saudade. Realmente eu tentei. Gripado, deitado em baixo das cobertas tentei olhar para as nuvens e ver os sonhos. Meu peito encheu-se de uma falta de ar e eu me vi pelos olhos do menino que fora. Ouvi com os ouvidos de moleque meu adorado pai conversar comigo e tentar me dizer coisas que me protegessem do sofrimento. Brincava comigo, como se tentasse fazer as nuvens se afastarem do meu coração de menino. E ele conseguia. Seu toque, seu jeito tudo me veio à mente como se o menino eu de novo fosse. Em vez de gotas de chuva, daquela nuvem corriam de rios de saudade. Por um momento achei que poderia fazer diferente. Por um momento achei que poderia aproveitar meu saudoso pai de novo. Por um momento pensei que a mágica das nuvens me tivesse sorrido e me ofertado aquilo que há tempos me tirou. A saudade foi mais forte e no peito do homem que eu me tornei ela não encontra moradia discreta. Meu pai dizia que o sol envolvia a terra com uma espécie de proteção mística contra coisas ruins. Eu achava ele besta de dizer isso. Pai, desculpa! Pena não ter dito isso antes. Um dia te direi, podes ter certeza.
Dia de chuva, a partir de hoje, terá mais graça porque sendo mais triste, tem mais histórias para contar e memórias para lembrar. É só você e as nuvens. Da próxima vez experimenta. Só aviso que dói, mas é aquela dorzinha gostosa que sentimos mais quando ela acaba ...

quarta-feira, junho 22, 2005

Par ou ímpar?

Tem duas coisas na vida que deixam você ...

- Com um arrepio quando chega
- Com dores no corpo
- Com muitas secreções escorrendo
- Com lábios secos
- Com lágrimas nos olhos
- Com o corpo quente demais
- Com a necessidade de ingerir umas boletas para conseguir melhorar
- Com vontade de ficar em baixo do edredon
- Sem vontade de sair da cama
- Sem vontade de se alimentar
- Tonto
- Tendo que tomar muitos banhos
- Tendo que tomar Benzetacil
- Precisando da ajuda urgente de um amigo
- Respirando aliviado quando vai embora.

Essas coisas são:

Uma ninfomaníaca muito gostosa que vai transar contigo umas trinta vezes num dia.
Uma gripe desgraçada de forte que vai ficar no mínimo uma semana te deixando um zumbi.

Adivinha qual que eu peguei?

terça-feira, junho 21, 2005

Fogueiras de Beltane

Quando dois corpos se encontraram de uma forma mística e misteriosa. Da forma que apenas esses dois corpos podem sentir. Da forma que todos apenas podemos sonhar. Os corações entram em compasso. Os lábios tocam-se suavemente. As mãos encontram-se sofregamente. Nesse momento, um homem deve apenas pegá-la em braços. Mostrar-lhe que é mais suave que a brisa da manhã. Colocá-la na cama como se colocasse uma rosa num lençol de seda. Sem que os espinhos machuquem o lençol e fazendo com que as pétalas sintam que existe algo mais cândido do que elas mesmas. Deixá-la chorar de desejo. Olhar em seus olhos percebendo que este desejo transforma-se em desespero.
Um homem deve mostrar, aí, que o céu e o inferno encontram-se em seus lábios. Que ele é o limiar do prazer. Até que a alma dela grite de dor e sofreguidão pela falta do corpo quente que a dilacera. Deve mostrar que todo o sonho é apenas uma centelha da realidade dele. Beber do cálice do desejo sem que a boca toque a borda e sem que o vinho transpasse a carne. Deixando o tempo como, nada mais que um mero espectador no emoldurado quadro da volúpia. Com pinceladas compassadas e matizes fortes, criar a mais agitada, transpirada, sincera e concreta obra de arte. Sem nunca perder seu olhar. Sem nunca deixar sozinhos os lábios que latejam de angústia e podem, quase que por eles mesmos, falarem.
Enquanto a alma pedir, enquanto o coração suportar e enquanto o corpo deixar, saber-se uno e único. E onde o luar se encontrar com o mar revolto, onde o sol se desvencilhar do seu leito, permitir que ela desfrute do sono do pecado embalada por anjos. Sempre sobre o olhar terno de teu espírito. Se conseguires isso amigo, terás percebido então o que realmente é amar uma mulher!

domingo, junho 19, 2005

FDP's

"Homni lupus homni" - Thomas Hobbes, O Leviatã.
É impressionante como o mundo é regido por FDP's. Em todos os lados, por todos os cantos em todas as dimensões. Não há ninguém que não tenha conseguido encontrar um ainda na vida. Conseguido, dá a idéia de esforço. O esforço que fazemos para fugir deste tipo de gente e que, ao mesmo tempo, nos coloca em rota de colizão com outro. Sim, o mundo está povoado por eles. É impressionante isso. Sentimo-nos totalmente sem condições de lutar contra isso.
Tenho uma teoria. FDP's são pessoas sensíveis que se machucam facilmente com aquilo que os outros dizem e fazem e, por proteção, resolvem sacanear antes. Antes sacanear do que ser sacaneado. Assim, entramos numa roda viva onde eu espero o pior dos outros por isso faço o pior aos outros antes que tenham a chance de fazer para mim. Nem a desconsideração é levada em conta. Desconsiderar seria um desgaste menor de energia para ambos, mas é necessário manter a fogueira acesa. "Antes ele do que eu!" Esse é o pensamento reinante. Que leva de roldão tudo o que tem na sua frente. Penso, ajo, digo, espero, planejo o pior para que não aconteça a mim. Paradoxal mas assustadoramente real.
Rezem para que nesta noite o mundo não tenha ganho mais um FDP que cansou de lutar contra a maré. O Dr. Jeckill não está mais conseguindo conter o Mr. Hide. Se isso acontecer não contem a ninguém. Não é porque um desistiu que ninguém pode tentar. Mas realmente dói bem menos ...

Capuccino

Antes de se conhecer uma pessoa é necessário estar preparado para olhar em seus olhos.
Bater de frente com algo que você pode não entender e ainda assim apreciar.
Conseguir apreciar aquilo que não entendemos é uma lição de humildade.
Desde que saibamos reconhecer a necessidade do entender o outro para entender a si mesmo
Enquanto os homens brigam por uma nesga de carinho, compaixão, respeito e compleição
Fazem tudo parecer muito mais difícil do que realmente é, muito mais doloroso do que poderia ser
Gostaria que as coisas pudessem ser mais diretas, que não se fizesse tanto rodeio sobre tudo.
Hoje entendemos as coisas pelo que podem nos trazer diretamente, física e emocionalmente.
Isso porque estamos acostumados a pesar tudo sem realmente entender o quê estamos pesando
Já que não sabemos de nada mesmo, deveríamos buscar nos olhos a verdade que ainda existe.
Lá, nos olhos, podemos perceber um pouco daquilo que as pessoas sempre procuram esconder.
Muitas vezes os olhos podem contar o que a boca não pode falar e que a alma grita.
Na tarde de hoje encontrei algumas destas emoções, contidas num olhar que me enterneceu.
Onde as coisas poderiam ser difíceis foram fáceis e onde seriam sem graça foram exultantes.
Por tudo o que me foi mais sagrado até hoje, eu agradeci isto, tenho sentido que as coisas valem.
Que tem ainda um futuro para pessoas que prezam o olhar e não o olho, o sorriso e não o rosto.
Resta, portanto, ainda alguém para gritar, para sacudir e dizer: "Sim pode ser verdade!"
Se isso é, realmente, possível então durmo aliviado e com a certeza de trilhar o certo.
Tudo tem seu preço, mas acho que pagamos caro demais por coisas que não valem o esforço.
Uma vez acordado do sonho e entendido o pesadelo, estamos aptos e olhar nos olhos.
Ver aquilo que precisamos e queremos ver, se nos for concedida a chance de poder buscar.
Xodó de pessoa, destas que se deve levar "do lado esquerdo do peito, perto do coração"!
Z

sexta-feira, junho 17, 2005

Non sense ...

Juro que vi! Esta é real.
Dois amigos aqui em casa num dia normal, uma hora normal mas ....

Amigo1: Que horas são?
Amigo2: Sexta-feira.
Amigo1: Ah! Pensei que tava chovendo ...

Eu: (Boquiaberto!)

Papo de gente anormal! Meus amigos!
Ufa! Tem gente pior que eu. Muito pior aliás ....

quinta-feira, junho 16, 2005

Luz prismada

Tem muita gente falando besteira. Vamos aclarar a situação. Mulheres não são como homens! Certo, isso não é genialidade. É observação! Não me ache idiota! Vou mostrar o meu ponto. Sensualidade. Sim a sensualidade é completamente diferente. Mulher não gosta de ficar vendo homem pelado. Nós somos os ogros da história. Nós dizemos "Mim comer você". Nós olhamos para bunda e peito como um somaliano para um hamburguer. Mulher não. Claro que elas gostam de formas bonitas. Gostam de músculos. Mas isso é como ver um quadro bonito. Não é sonho de consumo.
A forma de sedução sobre mulheres envolve muito mais que isso. Como se fosse um luz que passa por um prisma e se decompõe. O vermelho é só um dos espectros. Arriscaria dizer que o menos importante deles. Por isso, não existe revista de homem nú voltada para o público feminino. Se estas revistas dependessem de mulheres já estariam falidas. De novo um espectro da luz, só que agora o violeta! Os homossexuais masculinos são mais diretos. São homens que gostam de homens. Eles gostam de homem pelado. Eles compram as revistas. Mulher não.
O processo de sedução feminino passa por muitos outros fatores e depende de matizes que só são compreendidos, em sua essência, por alguns homens. Daí elas sentirem a falta deles. Não é que o macho da espécie humana esteja em extinção. Homem está! Uma amiga costuma dizer "Macho qualquer cachorro é, seja homem!" E tem marmanjo que não entende. Briga, bate, bebe, arrota, cospe, corre com moto, compra carro caro, tudo na esperança da sedução. Caminham por um sinuoso e errado veio. Entrar no coração das mulheres depende muito mais das suas ações e palavras do que da sua aparência ou posses.
Mulher se encanta com firmeza aliada a carinho. Educação e virilidade. Simpatia e respeito. Inteligência e simplicidade. Mostre um pouco disso como coisas que se fazem presentes na tua personalidade e o encanto é certo. Peça desculpas quando convém e quando precisa e não apenas quando quer. Olhe nos olhos sempre. Não importa o decote. Pegue nas mãos, nunca nas pernas ou noutra parte do corpo sem um direto convite para isso. O verdadeiro sedutor sabe reconhecer nos mínimos sinais (respiração, movimento dos olhos, lábios etc.) as possibilidades reais para o coração das mulheres. Não perde tempo com perguntas inúteis. Sabe onde quer chegar e como. Isso as fascina, encanta, entorpece muito mais que um bíceps ou uma barriga sarada.
É como a luz. O arco-íris é sempre mais belo que luz branca embora tenha menos energia!

quarta-feira, junho 15, 2005

Quero saber quem é esse tal de Murphy? O tal das famosas leis. Esse cara é um monstro sagrado do conhecimento humano. Pena eu não tê-lo conhecido. Ele veria que minha vida está muito pior do que o predito em suas leis. Que maré de azar. Aliás é um tsunami.

Lei de Murphy n. 1 - Se algo tem a possibilidade de dar errado dará! E da pior forma possível.
Corolário Miguel - Nunca é tão ruim que não possa acontecer pior com o Miguel!

Todos temos dias ruins. Eu tenho décadas, acho. Hoje acordei e fui tomar banho. Quando estava com a cabeça cheia de shampoo faltou água. Óbvio. Esperei cinco minutos, pelado, de olhos fechados (olha o risco!) e quando estava quase desistindo ela voltou. Relaxei e tentei tirar o sabão. Novamente ela foi e aí para não mais voltar. Posso garantir isso por ter esperado meia hora ensaboado e com os olhos semi-abertos e ardendo. Desconfio que foi para "enganar a torcida" a efêmera volta. Meu barbeador elétrico me deu um choque. Quando fui me vestir o zíper da calça estragou. Fiquei trancado no elevador mais de uma hora. Isso foi só para sair de casa!

Lei de Murphy n. 2 - As coisas só dão certo para poderem dar errado depois e piorar a situação!
Corolário Miguel - Nem da primeira vez elas dão certo com o Miguel. É só fachada.

Cheguei até minha moto cuidando dos cocôs de cachorro mas esqueci dos passarinhos. Que mira que os pombos têm! Como diz um amigo: "Ainda bem que vaca não voa!" Liguei a desgraçada da moto. Estranhamente tudo certo. Arranquei e quando estou no meio do caminho a tampa do recipiente de óleo do motor simplesmente estourou. Resultado: um banho de óleo, uma perna queimada e uma moto que não anda. A porcaria da peça de uma Harley custa em torno de duzentos reais. Moto parada atrapalhando o trânsito significa o quê? Três pontos na carteira e uma multa de cento e oitenta reais segundo o azulzinho que estava ali. Quando eu quis argumentar lembrei que a perna estava doendo. Muito. Achei melhor nem pegar o helicóptero. O dano poderia ser maior.

Lei de Murphy n. 3 - Se você pensa que tudo já deu errado algo irá surpreendê-lo. E para pior.
Corolário Miguel - Você nunca estará preparado para o quê acontecerá! Esqueça.

Quando volto para casa. Para me deitar e ficar esperando o dia passar respirando o mínimo possível, tem uma cachoeira na escada do meu prédio. A síndica e duas das moradoras mais caxias estavam na porta esperando algo. "Alguém deixou a torneira aberta!" disse eu, brincando com a situação ... Foi o chuveiro. Lembra? Inundou o apartamento. Só deu tempo de salvar a cachorra, de raça, do afogamento. Traumatizada ela quase mordeu a síndica. E eu quase levei outra multa. A diarista não podia vir. De joelhos. Bunda para cima, lavando o chão.

Lei de Murphy n. 4 - Se as coisas estão dando errado vão continuar dando errado. Nada muda o destino.
Corolário Miguel - O dia ainda não terminou!

Uma amiga, com a qual eu tinha um encontro marcado, foi fazer fotos em Gramado. E adivinhem quem ganhou o bolo? Chuta? Acertou! Aquilo em que você deposita suas últimas esperanças também se esvai. Enquanto eu estava tentando escrever este texto duas vezes a internet caiu e duas vezes faltou luz. A água danificou o estabilizador. Quase queimou tudo, de novo.
Estou perdendo uma grana com esse escândalo do mensalão. O dólar sobe e eu tinha comprado real. A inflação sobe. O juro sobe e eu não sei porquê ainda temos que averiguar algo sobre esse escândalo. Prendam todo mundo. Nós podemos não saber porquê estamos os prendendo, mas eles sabem porquê estão sendo presos. Todos.

Lei da minha mãe n. 1 - Em caso de estupro inevitável, deite e goze!
Corolário Miguel - Já que la tá, deixe que lá "teje"!

Caros amigos se um meteoro cair no Brasil, ou melhor, se um meteoro cair no mundo hoje não perguntem onde. Não perguntem se houve danos, mortes etc. Mandem rezar uma missa para mim. Se a missa for hoje ainda, não vão. Fiquem em casa. Eu posso estar em espírito lá e essa "uraca" passar para alguém! Que pé ...

terça-feira, junho 14, 2005

Gafe em kbits

Tem coisas que só a tecnologia faz por você. Sinceramente não sei se isso é bom ou não. Estamos na era da comunicação instantânea e isso nos faz esquecer da comunicação cutânea. E-mail's, torpedos, ligações de celular via satélite, foto mensagens, vídeo conferências, etc. Esses dias recebi uma foto, pelo celular, de um amigo completamente bêbado numa casa de não muito boa reputação agarrado com três reputações muito ruins mesmo! Na seqüencia recebi uma mensagem dizendo: "Vai pegar o teu amigo!" e o endereço. Fui. Tentei levar o cara para casa mas fui recebido quase à tiros. Quem tinha mandado a mensagem era a esposa dele. Quase ex, hoje. Uma amiga dela viu o carro deles chegando. Deu um jeito de entrar no lugar, tirar a foto e mandar para a esposa que imediatamente me repassou. O casamento deles levou não mais que três minutos para ser arruinado. E, inclusive, com problemas sérios na justiça. Nem o benefício da famosa dúvida e do choro desesperado dizendo "Eu te amo. Não acredita nela!" que podia não convencer, mas, amaciava; não é mais possível. Eu dei a idéia que ele mandasse um vídeo desta choradeira para o celular dela. Quase levei um soco.
Outra vez foi um outro amigo que depois de uma noitada com uma mulher maravilhosa, segundo ele mesmo, ficou uma hora nos falando de todas as qualidades dela e quase quatro chorando o acontecido. Ocorre que depois de uma noite fantástica. Vinho. Beijos. Sexo. Ele pegou o telefone celular dela, ainda embevecido com a moça e ela por ele. Foi para a casa dormir umas duas horas só, porque tinha aula às 8. Acordou riscado. Ia de carona com um amigo mas acabou desistindo. Para não atrasar o cara ele pegou o celular e mandou a seguinte mensagem:

"Acordei agora. To indo dá uma cagada, vou tomar uma ducha e já to saindo. A noite foi uma puta"

Ele jura que colocou mais coisa depois do "puta". Mas estava sonado. Não pôde afirmar nada.
Chegando no curso encontrou o tal amigo com uma cara de "poucos amigos". Perguntou o que tinha ocorrido e o caroneiro deixou claro a indignação por ter esperado por ele na frente do prédio quase 45 minutos. Ele, atônito, perguntou se o amigo não tinha recebido a mensagem. Visto o celular do pretenso receptor rapidamente concluíram pela falta de profissionalismo das companhias de celulares. Entre homens é fácil. Mostrou que tinha boas intenções tá resolvido. Sem galho, sem remorsos. O problema foi o torpedo que recebeu logo depois:

"A puta da noite passada manda tomar a ducha porque a cagada foi feia!"

Quase três horas de choramingos. Duas tentativas de suicídio. Onze doses de Jonny Walker e voltamos à medieval idéia da serenata. Aí veio a água e o mico. Tão antigas quanto!

segunda-feira, junho 13, 2005

Um dia de Fúria

Chuva. Tenho insistido na idéia de que não somos deste planeta. Não acredito em UFO's nem nada disso, mas é uma coisa muito estranha que não consigamos agüentar chuva! Tem coisas que realmente não dá. Por exemplo, quando chove todos os carros parecem ter mais pressa, apesar de ser você, pedestre, quem está se molhando todo. Normalmente chuva vem de cima para baixo, entretanto isso nem sempre é verdadeiro. Se venta, a chuva pode vir de lado. Na sua cara. Ou na sua bunda porquê ela não escolhe lado nem respeita zonas impróprias. Se você está no meio de dois cruzamentos, em cima de um canteiro fino, pode esperar pela desgraça. O vento, a chuva de cima, de lado e quando os carros passarem você terá a horrível noção verdadeira de que chove de baixo para cima também. Eu acho até que molha mais. Ao menos é mais desagradável. Creio que nossa cabeça está mais adaptada a receber água do que a parte de baixo da bunda. A diferença de cabelo é um dos indicativos. Também não podemos esquecer do ônibus que passará exatamente no momento em que o vento e o carro, pelo outro lado passarem, fazendo você "dropar" um quase "tubo" em plena cidade. A sensação é desesperadora. Todo molhado e sem saber direito de onde ela vem.
Depois que se atravessa a rua os perigos pioram. Você busca abrigo sob uma marquise e as pessoas te olham como lobos defendendo o seu território. Parada de ônibus é mortal. Todo mundo se espremendo entre a chuva torrencial e as gotas que caem incessantemente dos furos no teto. E todos esquecem do ônibus que vem e da água que sobe, inclusive você. Correndo para um abrigo tem o sempre certo momento da resvalada. Onde, por um instante, tudo parece ter saído de baixo de você. Menos a chuva, é claro. Quando a proteção das marquises te parecem um éden "aí é preciso ter cuidado porquê deve andar perto uma mulher" (Vininha). Normalmente uma velhinha ergonomicamente desenhada para ter vinte e poucos centímetros menos que você para que o seu guarda-chuva acerte exatamente o seu olho. Aliás elas, apesar de terem guarda-chuva, estão sempre andando embaixo das marquises. De cabeça baixa, fingindo que não estão te vendo e com passo apressado. É quase um atropelamento. Se batem em você ainda te xingam! E, não se esqueça, tome cuidado com os olhos. Os guarda-chuvas delas são desenhados por uma fábrica de armas nos EUA para que atinjam maior dano. Um primo do cunhado da irmã da tia de um cara que a namorada do primo de um amigo meu conheceu um dia na fila do banheiro de uma boate é representante desta empresa no Brasil e me mostrou os novos designs das armas. Tem até modelo camuflado. Assustado, desenvolvi uma técnica de proteção. Agora uso óculos escuros mesmo na chuva! Precaução ...

domingo, junho 12, 2005

Agora sorria!

Esta ouvi do Sr. Daniel e é fantástica!
Uma mulher está traindo o marido em sua própria casa no dia dos namorados. O pobre corno volta para casa (como sempre aliás em horários impróprios!) e o galalau está no quarto como veio ao mundo. Quando a "santa" deu-se conta da chegada do marido quase não dava mais tempo para nada. Ela teve uma idéia brilhante. Tinha visto na casa dos Souza, dias antes, uma estátua de gesso de um homem nu e tinha achado divino. Não teve dúvida, salpicou o amante pelado com farinha (não me pergunte de onde veio a farinha!) e colocou o cara num canto da sala estaqueado. O marido chegou. Olhou estranhamente para a estátua. E ela retrucou imediatamente: "Vi igual na casa dos Souza e comprei uma para nós! Não é linda?" Sem discutir o marido, cansado do trabalho, subiu e foi tomar banho. Fizeram os preparativos para a noite. Deitaram. Amaram-se e, por fim, a mulher adormeceu. O marido, desconfiado, desceu as escadas, entrou na sala e olhou a estátua. Foi até a cozinha preparou um sanduíche, um suco e veio andando para perto da tal obra de arte. De repente ofereceu o lanche para a estátua. O amante não entendeu nada. O marido disse: "Toma amigo. Come. Eu fiquei mais de quatro dias na casa dos Souza e não me deram nem um copo d'água!"
E durma-se com um barulho desses!

Gente como a gente

Levantar todo o dia pode ter um gostinho diferente. Quando éramos criança tinha gosto de chocolate antes de aniversários, jogos da selação, final de semana na praia, primeiro e último dia de aula etc. Gosto de jiló (ou quiabo!) em véspera de prova, trabalho, entrega de boletim, último dia de praia etc.
Estamos mais maduros mas os gostos continuam. Ao menos agora sabemos o que é final de semana - para as crianças este conceito não existe. Existe apenas o aula e o não-aula - e que ele tem um gosto melhor do que a semana de trabalho. A Argentina colocou jiló na nossa boca e levantar no dia dos namorados dando bom dia para o travesseiro definitivamente não tem gosto bom.
As coisas não precisam de tanta amargura na boca. Existem umas poucas pessoas que têm o dom de fazer o chocolate aparecer. Elas definitivamente não são gente como a gente. Não falo aqui de homens ou mulheres no sentido sexual da palavra. Mas aquelas pessoas de quem o maior desejo é a conversa. Almoçando encontrei o Sr. Danel. Argentino. Simpático. Humilde. Educado, por vezes até desconfio que tenha me mentido a nacionalidade. Senhor de sorriso franco, forte sotaque castelhano, um tanto quanto calvo (me perdôe Daniel!) e de uma incomensurável vontade de viver. Escapou de dois processos cancerígenos. Está paulatinamente perdendo a visão, mas o que ele já enxergou na vida só não é maior do que ainda enxerga com sua alma. O chocolate aparece só de ouvir sua voz, sua alegria de vida e sua sabedoria. Fico imerso ouvindo tudo o que ele diz. De bobagens a coisas sérias. Regadas com muita cerveja. Como ele mesmo diz: "Quando tinha 24 anos comprei um carro de último estilo e quase morri quando bati bêbado. Naquele momento percebi que álcool e direção não combinavam. Nunca mais dirigi!"
Estava eu me lamentando por estar sozinho em um tedioso final de semana. Sendo "Valentine's day" (embora a data não feche o sentido sim) tanto pior. Ele me relatou entre sorrisos despachados e goles gulosos que sua querida esposa, Dona Maria, com quem está casado a mais de quarenta anos estava em Miami. Num casamento e voltaria apenas sábado. Ela é a âncora da vida dele. Daqueles casais que, não conhecendo nada mais que sua vida pública, diríamos são perfeitos um para o outro. Segundo ele próprio, a relação se baseia no princípio de que em casa ele é que manda ... quando ela não está!.
Do alto de minha sabedoria de 27 anos brinquei dizendo que afinal ele podia passar o dia dos namorados sem a "patroa" e dei uma sonora gargalhada. Ele sorveu mais um gole de sua amada cerveja e de uma altura que eu nunca poderei perceber retrucou: "É uma maravilha ficar sozinho com 30 mas não com 75!" O chocolate derretia em minha boca e a única coisa que queria era continuar sentindo aquele gosto maravilhoso. Estou feliz. Só. Mas feliz por perceber que a companhia do Sr. Daniel talvez tenha sido a melhor do mundo hoje. Espero ao menos ter devolvido um pouco do bem que me fez ouví-lo.
Meu saudoso avô dizia que a experiência é um carro com os faróis voltados para trás. Nunca consegue iluminar perfeitamente para frente. E dizia que devíamos fazer uma petição ao chefe do mundo, criador de tudo, para que nascêssemos velhos, sabendo de tudo, e fôssemos ficando mais jovens. Para ele a companhia das crianças a um velho era a troca desigual mas perfeita entre a força de um sorriso e o carinho de um abraço. Espero que meu sorriso tenha sido o suficiente para o Sr. Daniel como era para meu avô. Outro, aliás, que não era gente como a gente.

Magnético

O ser humano é algo absurdo. Ama e odeia com a mesma força. Sacrifícios inomináveis em nome do amor e maldades incomensuráveis em nome do ódio. Exemplos mais que suficientes são o Cristo (embora eu seja ateu é necessário reconhecer o amor pelo Deus dele e pela humanidade que ele acreditava estar salvando) e Hiroshima, por exemplo. Sem mais comentários sobre Hiroshima. A humanidade ainda chora por isso como se tivesse uma pústula aberta. Se, no planeta, estes sentimentos atingem proporções homéricas, no indivíduo os "tsunamis" e as "avalanches" não são menos violentas.
As mulheres são conhecidas por terem a maior facilidade de transformar amor em ódio. E numa rapidez estupenda. Devemos dizer que o contrário também se processa. Sempre é melhor receber um tapa, por um beijo roubado, do que um amargo olhar de desdém. Tudo pode ser motivo para o Yin virar Yang e vice-versa. Contudo, alguns catalizadores podem ser devastadores. Mulheres romãnticas pensarão em traição, decepção, mentira etc. Mas está longe disso. Em realidade esses juízos de valor não servem para muito, até porquê parecem diferentes para cada um. Quase sofismas. O quê realmente impera neste caso é colocar-se frontalmente, por ações, percepções ou sentimentos, contra aquilo o que elas percebem como verdade. Em suma, se uma mulher acredita que ser fiel é importante, não sê-lo (no entendimento exclusivo dela) é perigoso. Se ela pensa que isso não tem importância, apaixonar-se por ela será, então, o perigo. Os juízos se alteram. A noção de realidade também. Mas o locus realidade e os efeitos da mudança são praticamente os mesmos. A percepção feminina, ao meu ver, trabalha como numa espécie de balança onde o equilíbrio pode não ser perfeito, mas jamais pode desestabilizar o sistema.
Até aqui eu "chovi no molhado". Pois é. Meu ponto é o seguinte. Depois da "cacaca" feita como elas podem legitimar suas atitudes? Como explicar o fim de um relacionamento? O fim de uma esperança? O fim de uma amizade? Aí entra a perigosa teleologia. O termo é chato. Rebuscado. Mas quer dizer que você explica o passado pelos objetivos e resultados obtidos depois que esse passado tornou-se presente. Como se dissesse que o perfume acabou porque você ia comprar outro. Existe uma diferença entre os motivos do "durante" e os motivos do "depois de tudo". Algo é sempre mais fácil de se entender no seu final. Poucos são os que se propõem a fugir disso.
Podemos conversar horas com uma pessoa. Encantando-se mutuamente. Reconhecendo isso. Brincando e tendo prazer nisso tudo e, de repente, por alguma transgressão do que acreditamos por realidade tudo virar "perda de tempo". Tolos são os que olham para as causas e conseqüências e procuram ver um caminho retilíneo que quase sempre é eivado de egoísmo e supostas verdades. Sábios reconhecem no caminho das coisas a profundidade dos sentimentos. Dois pólos de um imã jamais se encontram mas negar suas linhas de força não pode ser algo levado à sério.

sexta-feira, junho 10, 2005

Do que é feito o espírito? (Parte II)

Sobre uma planície desértica sopra um vento quente. Um Sol escaldante surge no horizonte avisando que a força e o calor vão imperar. Tudo o que é pernicioso, duvidoso, sem sentido, esconde-se nas sombras. A areia branca cobre a podridão dos eternos. Teus medos, meus medos, nossos medos não são mais que sombras atrás de dunas de calor. Andas sozinho. Descalço. Andamos sozinhos. Descalços. Enquanto caminhas ao que acreditas ser o certo o deserto te confunde. A uniformidade dos desenhos, da cor, dos sinais se funde com a visão turvada pelo calor produzindo um amálgama de energia e desconhecimento. Andarás; andaremos por longo período sem nunca fitar algo de importante. Areia. Vento. Sol. Quando percebemos que por baixo disso também existem sinais. Claras indicações de para onde seguir, o que fazer. Indicações que beduínos vividos poderiam facilmente nos mostrar, então o Sol estará se pondo. Virão, de uma só vez, a solidão do saber-se errado. O desespero do não ter mais tempo.
Eu sei seguir os sinais. Eu compreendo os sons. A rota para mim é clara. Mas agora não há mais o Sol. O frio abissal sobrepõe-se à minha alma. À tua alma. Somos nada mais que corpos fadados ao desaparecimento. Não existe força. O tempo já passou. O vento continua, mas agora não acalenta, devasta. Esfria, resfria e congela. Seus ossos não respondem mais à tua mente. Lembra-te apenas de como o Sol te aquecia e como não pudesse achar os sinais, o caminho, a verdade. Andamos juntos. Não pudemos ver. Morreremos separados. Olhas agora o sinistro. O malicioso. Ele se aproxima como compreendendo tua falta de força. Nossa falta de união, de crença e de vontade. Ele nos tomará por partes, como cobras e escorpiões que vagam à esmo nesse mundo. Teu corpo já não mais te responde. Nosso corpo desaparecerá. Somos o pó novamente. Mas o vento fica. O Sol renascerá. Desta vez para outra criança. Que também não saberá compreendê-lo. E o frio voltará ao coração do velho que está criança será. E ela, como tu e como eu perguntará apenas: "Valeu à pena?".
Porquê?

Platonismos

Ainda na antigüidade filósofos debruçavam-se sobre a natureza humana. Buscavam a essência de nosso mundo. E não encontravam mais do que teorias. Afinal, nem sabemos ainda de nossa própria excrecência, quanto mais do que se esconde nos "recônditos de nossa alma". Entretanto, a natureza maniqueísta da maioria dos seres humanos nos faz sempre pensar nesta dualidade ridícula entre bem e mal. Isso se espraia para todo nosso campo de percepção: quente e frio, liso e áspero, vida e morte. Nesta sensação constante de que não conhecemos nada surgem duas grandes formas de ver o mundo (novamente duas!). De um lado o encontro espiritual com aquilo que as pessoas entendem por Criador. Que normalmente vem acompanhado de amor e paixão e tudo o que se diz e pensa de bem e bom neste mundo e no outro. De outro, o frio, escuro e difícil trajeto científico-filosófico que nos coloca em labirintos e caminhos sem volta e que, freqüentemente, nos assombra com a idéia da finitude. Não precisamos de muito mais do que uma desilusão para abraçarmos o primeiro e o defendermos como se estivessemos fazendo com nossa própria vida. Em realidade estamos. Defendemos nossa vida eterna. Valor incomensurável. Contudo, mais e mais pessoas são colocadas diante deste dilema e, muitas vezes, sem condições instrumentais de lidarem com ele buscam a facilidade. Percebam que não tem juízo de valor na expressão facilidade.
Esta noite conversei com um destes avatares do mundo místico. Bem real ela. Com um discurso radiante de luz e amor. Com frases prontas de maravilhoso conteúdo poético. "Antiga" sabedoria que se desflora sobre os olhos do príncipe e o maravilha, mas que a raposa pode perceber a real tonalidade. Olhe o diálogo real:

O Príncipe: "parece-me que este mundo realmente não te importa"
A avatar: "Naum amigo eu , vc tem razao, eu naum estou aqui a passeio, vim pra crescer no amor e resolver todas as diferensas" (sic)
O Príncipe: "realmente acreditas nisso?"
A avatar: "acredito, viemos aqui apenas pra resolver o que ficou para traz" (sic)
O Príncipe: "todos nós?"
A avatar: "Sim, pois a bondade do Pai é infinitamente grande"
O Príncipe: "percebes o teu Deus como pai e ainda como criador? Então como ele permite que filho e criatura tenham tanto o quê sofrer?"
A avatar: "Mais nos naum estamos sofrendo, somos o senhor do nosso mundo trilhamos caminhos que nos mesmos percorremos, agora tem que voltar" (sic)
O Príncipe: "me responde, quando respiras sente teu Deus?"
A avatar: "logico, ele vive dentro de mim. Sou parte dele"
O Príncipe: "e quando o ar é tirado de centenas de milhares também o sentes?"
A avatar: "quem naum sente, mais naum foi nosso Deus. Você tem muito que aprender, mais a vida nos mostra. Vou dormir agora e espero que tenha um ótimo dia" (sic)
A raposa: "Eu também fada. Mas posso te dar um conselho, se me permites?"
A avatar: "Se conselho fosse bom.. vendíamos"
A raposa: "É bom. Por isso ofertamos de graça a quem nos encanta. Você acabou de desdizer todo o seu discurso anterior. Te desejo um ótimo dia."

Muito pouco. Quase nada. Por pouco tudo não terminou com uma sonora lição de moral sobre a raposa. Este pouco representa a distância infindável que existem entre nossos mundos. Mas, também, representa algo pior. Não é?

quarta-feira, junho 08, 2005

Pão e Circo

Velhas idéias, velhas práticas, novos ardis. Estamos sendo bombardeados por inúmeras denúncias de corrupção. Norte, Nordeste, Sudeste e por aí vai. Mensalões, esquemas, propinas e isto é apenas o que conhecemos. Tenho medo de que a realidade seja pior do que imaginamos. Quando pegaram o Nicolau dos Santos lembro-me de, exultante, dizer a um amigo: "Agora começamos a pegar os peixes graúdos no Brasil!" e ele com um sorriso despachado disse "Isso é tainha, amigo". Na época mudei de assunto revoltado. Afinal nem um pouco de pensamento positivo sobre nossa "Operação Mãos Limpas". Que tipo de brasileiro era aquele? Devo dizer que é do melhor tipo. Honesto, inteligente, batalhador mas alquebrado pela história deste país. Mais alguns meses e estourava o propinoduto, o caso dos Ferreirinhas só para citar os "hollywodianos". Ficamos todos pensando se isso um dia vai parar. E se podemos fazer algo. Infelizmente minha racionalidade tende a dizer "não" para as duas perguntas, embora a consciência grite em desespero. "Sou um brasileiro e não desisto nunca!" Será? Estou começando a duvidar disso tudo. Se perdermos a fé de que a coisa um dia melhorará significa também que perderemos a batalha? Não estamos mais nos tempos dos heróis que batalham pelos fracos? Eles também cansaram. Mas existe uma coisa que pode mudar esse panorama rapidamente. Hoje tem Brasil e Argentina e uma vitória nos coloca em primeiro no grupo e, antes disso, a novela (que tem feito uma apologia yankee) terá mais alguns estalidos de emoção piegas e algumas beldades se expondo na tela. Amanhã se o Brasil ganhar e o Tião conseguir montar nos EUA ao lado de seu amor, a Sol, seremos um povo feliz. Absurdo! Mas legítimo e criminoso.

terça-feira, junho 07, 2005

Eduardo e Mônica ... é Russo?!

Ícones da década de 80. Quase esquecidos na década de 90 em função do Robocop Gay ou das rancheiras e pagodes intermináveis, iguais e chatíssimos. Neste século também parece que terão que ficar em nossas memórias em virtude da Musa do Verão, Eminem e coisas assim. Triste. Era uma espécie de ritual de passagem da minha juventude. Recitar Eduardo e Mônica e Faroeste Caboclo de "cór e salteado" como dizia meu saudoso pai. Tabuada, regras de acentuação, capitais do mundo, alfuentes da margem esquerda e direita do Amazonas podiam esperar, mas nossos neurônios tinham que absorver Eduardo e Mônica e Faroeste Caboclo. Nas festas elas davam um sinal de identidade. Como se nós pudéssemos nos reconhecer não pela música ou pela letra, mas pela decoreba recitada em conjunto.
Hoje de posse de um instrumental mais, digamos, maduro e realista vamos fazer uma breve análise da música.
Em primeiro lugar a Mônica era uma semi-balzaca, pinguça esotérica e encalhada. Que tinha que pintar o cabelo para esconder "os brancos". Ela era de leão mas ele nem tinha signo, afinal não importava. As leoninas não querem saber dos outros signos e nem dos outros gostos. Quem fala coisas sobre o planalto central, magia e meditação e ainda faz medicina só pode ter sérios problemas para se encontrar. Ensinou o gurizinho a beber. E a música omite que quando se separaram ele teve que procurar o AA. Teve gêmeos do rapaz e ainda hoje cobra pensão pelos dois. Eduardo já esteve três vezes preso e não conegue se livrar da hipoteca da casa que "construíram juntos". Casa que ela mora e ele está num flat em São Paulo de frente para o Tîetê. Ela deu uma chave de perereca no rapaz enquanto ele ainda tinha 16. Percebe-se, desde o início do relato, que o Eduardo queria apenas amizade, por isso sugeriu a lanchonete, mas a mal-intencionada da Mônica já queria um local escuro, o cinema.
Ele teve que fazer tudo o que não gostava, teatro, artesanato, fotografia. A música não fala nunca num futebolzinho com os amigos, nem a Mônica torcendo no final do interzonal de praças. Não fala da comemoração do vestibular, que por sinal ele não foi, pois ela falou que tinha muita "vagabunda" lá e não o deixou ir. Aliás, ele nunca conseguiu se formar. Teve que começar a trabalhar para sustentar os gêmeos e o crédito educativo dela, que fez uma faculdade privada.
Embebedado ele já sentia que era uma festa estranha e queria ir para a casa. Notem o senso crítico do pobre rapaz. Não foi capaz de buscá-lo para o encontro de moto. Fez o pobre coitado ir de bicicleta para lá. Quem gosta de Goddard, Rimbaud e Bandeira (o Manuel) só pode estar encalhada. E, para terminar o assunto, toda a culpa dos fracassos é sempre dele. Notem que é o filhinho do Eduardo a anta que empaca as férias de todo mundo. Ele é o grande responsável pelo fracasso do casamento. Ela conheceu um cirurgião plástico cheio da grana. Mais velho parecido com George Cloney que a convidou para fazer uma pós nos EUA. Se a situação fosse inversa certamente o pobre Eduardo teria sido vítima de um processo de assédio sexual e, posteriormente, abandono do lar. Elas podem tudo! Sempre!

segunda-feira, junho 06, 2005

Jiu Jitsu

Fui a um desses bares da vida, como diria o poeta. Sentado com amigos pensando na vida. Bebendo. Olhamos para a televisão e ali estava a coisa mais aberrante da natureza humana. Estavam transmitindo um campeonato de Vale-Tudo. Um "Ultimate" alguma coisa número XXV. Pior que Rocky, Jason ou Desejo de Matar. Você viu o primeiro, viu todos. Muda apenas o desgraçado que apanha. Aquilo é a prova que têm pessoas com menos neurônios do que deveriam ter. Óbvio que estas pessoas são as que assistem. Entre elas eu, claro! Marmanjos se espancando e ganhando dinheiro para isso não é errado. Errado são marmanjos com um monte de gente interessante em volta ficar vidrado na televisão. Certo fiz isso. Ri muito de tudo. Porque é sempre a mesma história. Dois trogloditas que se xingam se espancam um pouco de pé. Depois cada um dá uma cheirada na virilha do oponente. Confere se está tudo em casa. Em seguida se beijam, se abraçam e tem um narrador babaca que diz que isso é "passar a guarda". O juiz chama à atenção. Arrasta os dois delicadamente para o meio do tablado para que a luta seja mais explícita. Mais alguns minutos de beijos, roça-roça e, de repente alguém puxa algo do outro e o marmanjo não agüenta. Bate três vezes no chão. É a hora para pedir outra cerveja ou mandar um olhar 43 para alguma mesa próxima. Até que outros dois trogloditas se apresentem. Mais cheiradas, beijos abraços, etc. Depois de tudo pensei em lutar também. Minha técnica seria simples. Eu não tomaria banho e nem trocaria a cueca por uma semana antes da luta. Quando soasse o gongo eu correira uns vinte minutos em cima do ringue só para ficar com asa. Mas não uma asa qualquer e sim AQUELA asa! Bafo de cachaça de manhã sem escovar os dentes e chulé de pós-pelada com os amigos. Pode?! Ganhava ou não ganhava?
Garçon outra cerveja!!!! Terminou uma luta e lá vem outra!

sábado, junho 04, 2005

Ih! Não deu ... Tô cansadinho!

Certo. Tudo muito certo. E, de repente, o mestre-sala não entra na avenida ... Todos passamos por isso aliás, quem diz que não além de mentiroso é pouca prática segundo o jargão masculino. A coisa fica muito pior quando a porta-bandeira é esplendorosa. Quanto mais bonita a parceira mais retumbante o fracasso. "Eu QUASE comi a Catherine Zeta Jones" é muito pior do que "Eu comi a Tati Quebra-Barraco". O primeiro tem um tom de fracasso óbvio e o segundo de um heroísmo impar!
Contudo é preciso também nos defender. Existem coisas que as mulheres, seja quem for, fazem que realmente é brochante. No único intuito de melhorar as relações entre brasileiros e brasileiras, uso estas linhas para elencar algumas coisas totalmente absurdas que as mulheres têm ou fazem e que são causa do broxume.

1 Mulher de Bobs no cabelo. Não tente fazer sexo com uma assim. É terrível. Mesmo que ela esteja toda nua, lambuzada de óleo de amêndoas você não conseguirá tirar os olhos dos malditos bobs e deixar de pensar naquela sua tia encalhada de quase sessenta anos que até buço tem. Broxante, sem apelação

2 Mulher com creme na cara. Pode ser a Salma Haiek (lembram? Um drink no Inferno ... que mulher, aliás que forma de beber champagne!) se ela estiver de creme vai parecer o Robin Williams em "Uma babá quase perfeita". O quase remete ao fato de você nunca querer comê-la. Broxante, sem discussão.

3 Mulher de cauçola de tia. Nossa! Isso é terrível. Aquilo cobre tudo do joelho à quase os seios. Você lembrará imediatamente de sua vózinha em desespero tentando colocar a calça quando você, criança, entrava correndo no quarto. Broxante, e não diga que não!

4 Mulher com vibrador ou outros símbolos fálicos. Entram nessa categoria também os vegetais de tipo longilíneos (mandioca, pepino, banana etc.). Tem mulher, metida a moderninha, que te recebe com lingerie sensual e um "brinquedinho" na mão. Cara, corre. Você nunca vai saber onde exatamente ela vai usar aquilo e ainda tem o perigo de uma sonequinha terminar em tragédia. Pra você, é óbvio. Broxada de segurança.

5 Mulher com foto da família perto da cama. Sério?! Como podem? Você ali se sacrificando pelo bem da humanidade e o sorriso do pai e da mãe dela (ou pior, daquela vózinha numa cadeira de balanço) te censurando. Não só censurarão como saberão o que fez no próximo jantar em família. Você nunca mais conseguirá olhar para eles do mesmo jeito. Broxada familiar.

6 Mulher com animalzinho de estimação no quarto. Tem mulheres que não se separam do seu gatinho ou do poodlezinho branco nem no momento "agá". Você ali na concentração e, de repente, ouve um "mio". "Caráio" como diz um amigo meu. A vaca foi pro brejo. E o pior, o gato continua ali. Te olhando. Ainda se a vaca levasse o gato junto, tudo bem. Mas ela vai sozinha. O poodle é pior. Primeiro porque voce não vai poder chegar perto da moça sem umas rosnadas. E segundo, durante o ato ainda vai ter que se preocupar com uma dentada na anatomia externa, sem aviso prévio. Broxada zoológica.

7 Mulher desbocada. Tem vezes que parece que voce está transando com o zagueiro do Bagé. "Mete filha da p...", "Agora com força seu desagraçado", "Vai por aí mesmo corno". Broxada verborréica.

8 Mulher muda também não ajuda em nada. Você fica ali mantendo alta a argumentação e buscando uma conclusão fantástica e a maluca muda como uma boneca inflável. Parece teste de primeiros socorros ou estupro consentido. Broxada necessária

9 Mulher que te chame de "tigrão". Não dá!. Não?! Não dá mesmo! Elas querem incentivar, mas acabam fazendo você lembrar do Ursinho Puff. Nem com meditação tibetana vai conseguir colocar as coisas no lugar. O potinho de mel vai continuar ao lado da cama ... Broxada animada

10 Mulher sem ritmo. Você dançando lambada e ela tango. Você no Lago dos Cisnes e ela no Orgasmatron. Quando desengatar, meu amigo ... Só não quebra porque não tem osso. Broxada dolorida

11 Mulher pinguça. Aquelas de final de festa fedendo a cachaça, vesga de bebedeira, que não anda mais em linha reta. Não seriam capazes de distiguir você de um bando de brigadianos na rua. Você corre dois riscos. Um é ela vomitar em você. Direto. O outro é ela acordar no dia seguinte e dizer que foi estuprada e que não lembra de nada. Broxada no xadrez

12 Mulher fresca. Essa não dá, literalmente ela não te dá. Você com aquela imaginação Isaac Asimov e ela mais "ortodoxa que caixa de maizena". Aquelas que sexo oral é de hora em hora e anal é de ano em ano. Nunca pegou não sei onde, nunca sentiu não sei o quê. Não gosta de mordida no pescoço, lambida no anjinho e etc. Broxada numa fria.

13 Mulher Galvão Bueno. Essa é terrível. Ela tem que narrar tudo. Comenta, faz piadinha. Pede a opinião do Arnaldo César Coelho, do Casagrande. Chama os comerciais. Quer replay quando acha importante. Não liga para a torcida. E ainda comenta nos bastidores da Globo o resultado final do jogo e nem faz menção ao esforço do time perdedor. Broxada narrada.

Se você mulher se encaixa num desses grupos, por mais maravilhosa que seja não vai conseguir mais do que uma broxada e isso com muita sorte de não levar umas ofensas. Nem só de pão e vinho vive o santo. Aceitemos nossos erros mas vocês cuidem dos seus. Se não ....

Moacir

Cervejas, três. Um sanduiche aberto e uma porção de fritas. Trinta e quatro reais. Mais dez por cento do serviço. O que resultou disso? O que acrescentou? Uma tremenda vontade de ir no banheiro. De resto, nada. Uns sorrisos. Charme para lá, charme para cá. Mas, nada de concreto. Noite perdida? De jeito nenhum. Ao voltar para casa tenho que levar a cachorra (de raça) para fazer xixi. Sim, ela não faz em casa. O que é uma bênção. Quando estou retornando com ela para casa, um homem de meia estatura, de cor errada (para a sociedade brasileira como um todo) muito educado e envergonhado. Acompanhado de mulher e criança. Todos vestidos de forma simples mas limpos, você podia ver em seus rostos o desgosto pelo que a vida fez com eles. E pelo que ainda faz. Portador de HIV (ele mulher e filho), sem emprego, vivendo da ajuda do GAPA (que todos possamos um dia ajudar o GAPA) me pede, quase aos prantos, um pão velho, ou qualquer coisa para comer. O desespero dele foi tanto que pediu que eu não soltasse o cachorro neles. Realmente não quero acreditar que alguém possa fazer isso. Não posso, como ser humano. Pediu trabalho, de uma maneira educada e queria lavar o carro em frente ao meu prédio, que ele julgava ser meu, em troca de uma ajuda. Eu não acredito em Deus, senão neste momento estaria me perguntando um "porquê que não tem fim". Mas chorei sozinho. Chorei comigo. Chorei como todos os homens deveriam chorar. Onde estamos? Que palhaçada é essa que chamamos de país? Estas pessoas têm uma vida só. Como a sua e a minha. Têm fome. Têm sede. Têm frio. Têm dor. E não têm esperança. Perguntei o nome dele: Moacir. Meu mestre Moacir. Sim, ele me ensinou mais sobre vontade, força e vida em cinco minutos do que a maioria das pessoas terá a oportunidade de aprender em sua vida inteira. Tirei do bolso o que tinha. Deveriam ser mais de sessenta reais. Pouco. Muito pouco para aplacar a minha dor. Dor lastreada na espécie humana. Pouco. Muito pouco para aplacar o sofrimento e a desilusão dele. Imersa num mar de bosta político-administrativo que reina em nosso país. Apertei sua mão. Fiz questão disso. Não me contive. Chorei baixinho em seu ombro. Pedi perdão pelo que todos fazemos a ele. E ele, paciente, me disse um obrigado quase cristiano.
Onde estão nossas vergonhas? Onde está nossa capacidade de nos importarmos? Onde estão nossos brios, nossa conscieência, nossa benevolência, nossa humanidade? Naquele momento pedi uma bomba nuclear. Quem sabe o extermínio seja pouco para esta raça infame de pústulas nojentas que se dizem sérias, justas e honestas? A cerveja foi cara. O lugar um lixo. As pessoas fúteis. Eu um idiota. Realmente não espero mais nada da raça humana. Pútrida, fétida e nauseabunda. Cambaleante pelos destinos do universo esperando um messias, um salvador. Um Moacir!
"Perdoai Senhor! Eles não sabem o que fazem" (Mt 36,2)

sexta-feira, junho 03, 2005

O que é mais sagrado? (Parte I)

O primeiro choro de tua mãe e o último suspiro de teu pai
O primeiro banho de mar e o último banho de chuva
O primeiro pôr-do-sol com um amigo e o último abraço de ano novo
O primeiro sussurro ao teu Deus e o último sentimento por Ele inspirado
O primeiro poema escrito e o último bilhete deixado
O primeiro passo para teu sonho e o último desejo realizado
O primeiro orgasmo em tua vida e o último cafuné em tua nuca
O primeiro desabrochar de uma rosa e o último perfume por ela exalado
O primeiro beijo de teu filho e a última lágrima por ele derramada
O primeiro suspiro de teu companheiro e o último sorriso juntos
O primeiro nascer do sol em tua casa e o último punhado de areia em teu túmulo
O primeiro grito teu de dor e o último esforço para dizer "Não chore!"
O primeiro abrir os olhos e o último roçar de rosto neste mundo

Nunca, nem por um segundo, te desfaça destas coisas e elas serão tuas por toda a eternidade!

quinta-feira, junho 02, 2005

Espeto Corrido

Churrascaria combina com cerveja. Churrascaria combina com amigos. Combina com zoeira, baderna, bagunça, gandaia, azáfama etc. Mas, definitivamente, não combina com mulher. Deveria haver uma lei que criasse churrascarias femininas e outras masculinas.
Em primeiro lugar, mulheres não sabem comer rodízio. Quando você leva uma a uma churrascaria, fica pensando que o dono está tendo um enorme lucro pois ela vai comer uma saladinha verde com dois pedacinhos magrinhos de picanha e uns coraçõezinhos de galinha. Três. Sem a parte de cima que engorda muito. Mais, é óbvio, uma coca-light e todas as sobremesas que estão à disposição. Ninguém bota na cabeça delas que rodízio é rodízio come-se até encher o .... de carne. Conclusão número um: não dá para levar mulher como acompanhante para churrascaria.
E paquera, vale? Não. Nunca tente. Primeiro porque provavelmente você será classificado como um neandhertal se pedir uma picanha, um vazio e coraçõezinhos. Trinta. Mesmo que reafirme que eles demoram a passar com estas maravilhas de novo em sua mesa. Depois para fazer tudo isso descer redondo (e estou ganhando royalties por isso!) tem que ter cerveja. A nova, a boa, a outra a preta a velha ... tanto faz. Tem que ter cerveja. E não uma ou duas, mas várias. Isso nos deixa, digamos, mais soltos, em todos os sentidos. Personalidade, humor, bexiga, intestinos etc, elas acham que isso nos torna ogros. Se depois de tudo isso você for considerado apto para a pretensa cantada terá que se aproximar. Vem um duplo risco. Não sorria. Poderá ter aquela alface no dente ou fiapos da maravilhosa picanha que derretia na boca. Não chegue muito perto pois seu perfume já pediu falência e está se mudando do país. Em compensação o cheiro da carne está impregnado em você. A menos que ela queira beijar um bife, a aproximação será impossível. Se todas essas barreiras forem superadas ainda tem a "distância média em velocidade de cruzeiro totalmente bêbado" que existe entre vocês dois. Um perigo. Quedas, esbarrões em garçons que materializam-se do nada próximos de você. Acredito, embora não possa provar, que é de propósito que eles aparecem. Só para ver tudo no chão e olhar sua cara de pânico. Sim, garçons são sádicos.
Humanamente impossível é o vivente conseguir transpor isso em plena condição de bote. Mas como estamos no campo das conjecturas, admitamos que consiga. Tome muito cuidado para não enfurecê-la. Lembre-se que ao sentar-se na mesa dela, você está anuindo com a possibilidade de pagar a conta. A sua e a dela. Se ela se revoltar com você e sair porta à fora o garçon não dirá nada a ela. Quando você sair será grampeado pelas duas contas. Conclusão dois: mulheres encontradas em churrascaria são sempre furada. Vamos brevemente tratar de outras remotas possibilidades. Mulher pode ser garçon? Não. Nunca! Imagine servindo você e avisando que vai ficar gordo! Pode ser assadora? Não. Nunca! Assar é uma arte antiga e misteriosa que mulher não sabe, mesmo que acredite que sim. É só pedir para que elas façam o fogo. Não sai. Não tenta. O risco é seu. Eu avisei. Podem ser manobristas de carro? Tá brincando não é?!
Terminando, por favor mulheres afastem-se das churrascarias, fiquem com as casas de chá, massas, pizzarias (menos rodízios), padarias, lojas de conveniência e etc. assim como nós respeitamos manicures e depiladoras. Isso é um ato de bondade!

quarta-feira, junho 01, 2005

Ponto de Vista

Existe algum pecado num olhar? Esta pergunta se encontra no ar em nosso mundo. Quando digo "nosso" falo, obviamente, do mundo que conheço: o masculino. Este pecado reside na interpretação e a interpretação depende do ser olhado. Se fizermos a real relação de causa e efeito poderemos perceber que o pecado, portanto, existe na mente das "olhadas". Não podemos, nós homens, entender como apenas um olhar pode dar condições para uma ação de assédio sexual e Vinícius quando diz que a mulher tem "uma tristeza que vem da beleza. De se saber mulher. Feita apenas para amar. Para sofrer pelo seu amor. E para ser só perdão." não tenha sido vítima de uma facada de alguma feminista louca em plena Ipanema. As coisas parecem injustas. Se é um cara feio que botou o dedo no nariz a pouco tempo o olhar dele para uma mulher é nojento. Se é um gordinho tomando uma coca é tarado. Se é um velhinho simpático é necessidade. Se for, por exemplo, o Brad Pitt olhando para a Briseida em sua tenda (Tróia), mesmo que você saiba que o motivo é sexo, para as mulheres é romântico. Tão romântico quanto Vinícius, na cabeça delas, é obvio. Vi, hoje à tarde, um cara levar uma bronca de uma menina porque ele não parava de encará-la. Devo dizer que eu fazia o mesmo. Ela tinha traços anjelicais, lábios oníricos, formas exuberantes e ... bom voltemos ao texto. E cara levou a bronca e eu levei o telefone, com um leve sorriso de cumplicidade. Ele de óculos escuros disfarçava o olhar malicioso, eu, de olhos verdes, lançava todos os encantos xamânicos que aprendi entre os Ukthena. Detalhe que ela nunca vai saber e que eu depois descobri; o cara era cego. Diante de tal cenário só me restou uma coisa a fazer. Passei o telefone dela para o cego. Acho que preciso encontrar alguém que consiga ver com os olhos de um cego a alma de um anjo. Quem sabe somente aí os encantos xamânicos dos Ukthena realmente façam efeito. Mas, será preciso então?