terça-feira, novembro 29, 2005

Horizonte

Se sobre o céu se reveste o espírito de esperança
Sobre a noite então enche-se de inconstância?
Na alma que sangra ou no olhar de descrença
Fecha-se o círculo, perfeito da consciência.

Tudo em transe, tudo em fase, tudo estranho e tudo renasce.

De um raio que surge não sei de onde
Acorda o corpo para o Sol radiante
De um arrepio que não se pretende longe
Acorda a razão para o que pode em mente

Tudo em dor, tudo arde, tudo novo e tudo à parte

O Sol, a consciência, o corpo e a alma ...
Todos seguem intocáveis e perenes
O que realmente não fica então acalma?
Diz o destino que não compreende e aí mente.

Tudo vira, tudo muda, tudo emerge e depois afunda.

Criamos constância e não consistência
Criamos sonhos e não essência
Criamos brumas e não existência
Criamos credos sem relevância

Desfecho aparvalhado de coisa sem sentido
Projeto nublado de sede de ouvido
Olhar indiferente como se nada acontecido ...

Tudo certo, tudo entendido, tudo claro e consentido

Abre os olhos e deixa que a luz entre
Quem chora não tem opinião presente
Então permita que se afaste aquele que ainda sente.

Tudo de novo, tudo de bom, tudo em vertigem e sem tom

Destruímos histórias e não sentimentos
Destruímos memórias e não sofrimentos
Destruímos glórias e não acalentos
Destruímos vitórias e ninguém com merecimento.

segunda-feira, novembro 28, 2005

sábado, novembro 26, 2005

Amém

Hoje é aniversário do meu pai. Paizão parabéns!
Parabéns pelos filhos que criastes, pelo brio que deste a eles. Pelo exemplo de honestidade e responsabilidade que conseguistes incutir em cabeças tão duras. Tão parecidas com a tua. Parabéns pelos horizontes, pelos limites e pelos sacrifícios. Parabéns pelos beijos, abraços e também pelas palmadas. Se o amor pode ser demais também os erros dele advindos. Parabéns pelo que acredito e pelo que não acreditei que fosse possível. Pelo que hoje acho que estavas certo e pelo que amanhã acharei. Pelo toque, pelo olhar e pela lágrima. Pelo afago e pela reprensão. Pela noite velada e pelo dia preocupado. Parabéns pelas agruras e felicidades.
Criaste um filho que batalha contra uma doença séria, contra uma situação adversa, contra uma falta molesta e contra tudo isso ainda sorri. Meu amado irmão. Teu filho mais novo. Uma pessoa fantástica.
Criaste uma filha que nos momentos de desespero é o sol que aponta o horizonte. Nos momentos de prazer é a lua cândida que paira sobre nossas águas. Que é dura em suas posições e suave em seu sorriso. Que afaga e sustenta com a mesma constância. Tua única filha. Minha amada irmã.
Criste um filho que sonha, voa, tenta e sente. Como tu. Que ama como uma criança e se pune como um velho. Que faz as coisas certas pelos motivos errados e as coisas erradas pelos motivos certos. Que não gosta de pedir desculpa nem aceitar que está errado. Como tu, aliás, paizão. Que procura aprender com todos e com tudo e que se rasga no processo. Que não entende nunca os porquês. Que não tem medo de dizer o que pensa. Que paga um preço alto por isso. Que pegou uma parte da tua fibra e da tua garra e que transforma isso em dor e vai a frente. Reza Pai para que seja o caminho certo.
Eu sinto Pai não ter podido te dizer isso em vida. Não ter visto o fechar dos teus olhos sobre meus braços. Não sentir teu suspiro dentro de meu peito. Não ter sido HOMEM suficiente para entender e apoiar quando tu precisou. Não ter sido MADURO suficiente para entender que as razões são parciais mas os objetivos são sempre o amor. Não ter sido FILHO como no momento que deveria.
Sinto não ter te visto quando me pediu. Não ter te ouvido no momento que precisou. Não ter te entendido quando ninguém mais podia. Sinto ter visto teu corpo inerte no telhado do prédio ao lado. Sinto não ter te dito tudo isso quando o isso faria diferença.
Te prometo Pai que teus sonhos serão completos. Ainda que me custem tudo. Porque a ti custaram.
Pai te peço rogai por nós. Não nos deixeis sozinho no escuro da noite. Olhai pelo teu amor, minha mãe, que tanto hoje precisa de tua luz. Olhai por este filho que tanto em choque contigo entrou e que hoje sente, sofre, chora e desespera. Que ama e que vive pensando em como ser melhor, mas que aos olhos do mundo não consegue. Exatamente assim como tu meu saudoso e amado Pai.
Saudade dos que se foram.
Saudade dos que aqui ainda estão.
Saudade do tempo que se foi.
Saudade do eu que se foi.
Saudade do que poderia ter sido.
Sempre comigo, saudade ...

Pai eu te amo, como sempre te amei e como nunca te disse.
Que a força do teu ato final alimente meu espírito e que as lágrimas contidas em teu rosto sejam os sorrisos no rosto de teus netos, porque no meu as rugas da amargura turvam minha face.
Pai

sexta-feira, novembro 25, 2005

Buuuuu

O medo é parte da nossa existência. Têm pessoas que tem medo de si, outras tem medo do mundo. Existem pessoas que tem medo do desconhecido e outras de conhecer. Mas existem um grupo de pessoas que tem medo de agir. Essas se escondem dentro da humildade, da contemplação, da paciência para sonegar ao mundo a sua maior virtude. O ser humano foi criado com a única vantagem de ser ativo. De ter nas mãos o poder de transformar. Bom, isso vale para o mundo físico e também para o psicológico. O caso do psicológico é pior.
Conheci uma pessoa que tem medo da responsabilidade psicológica. Isso é interessante. Toda vez que alguém se faz precisar destas pessoas elas se afastam. A idéia da responsabilidade é algo assustador. Medo. Mas não medo de acertar ou errar, medo de ter responsabilidade com alguém. De que alguém macule a posição de "grandes pessoas", por erros cometidos no campo psicológico. Quanto mais espezinhada e mais desnecessárias essas pessoas forem por alguém "psicologicamente forte", mais elas demonstram necessidade desta fortaleza. A responsabilidade é sinal de maturidade. Ser responsável por alguém significa que não estamos mais sozinhos no nosso mundo. É como nos tornarmos pais e mães. Deveria ser ensinado desde cedo. Eu aprendi no tranco.
Quando somos necessitados por alguém, quando podemos fazer a diferença na vida de alguém diferencia-se o joio do trigo. Aquelas pessoas que aceitam a responsabilidade e implicitamente sabem da possibilidade da falha já são, por excelência, vitoriosas. Aquelas que preferem a fuga, sob qualquer pretexto, são ainda imaturas e vivem um mundinho centrado na única coisa que lhes importa: elas mesmas. Interessante como essa forma de egoísmo pode vir travestida de respeito ao outro, ao espaço do outro ou mesmo amizade (que pressupõe distância ascéptica). Tudo para não revelar o medo e a falta de coragem para ser responsável por algo na vida. Normalmente achamos que são pessoas que gostam de ser mal tratadas mas na realidade não é. São pessoas que preferem ser suportadas do que suportar e para quem a possibilidade de se tornarem indispensáveis é absurda. Para essas pessoas quanto mais auto-suficiente tu te mostrares, quanto mais distante e intocável tu pareceres, mais elas serão tuas. A questão é que estarás representando um papel de pai o resto da vida. A figura psicológica do pai é sempre o último quartel da guerra da vida. Tornar-se "pai" ou "mestre", como dizia Freud, é um passo importante que poucas pessoas dão. Poucas se apercebem disso. Muitas inventam mil e uma desculpas para fugir desta responsabilidade. Em todos os sentidos. Crescer é algo natural, amadurecer é algo humano, tornar-se melhor é uma meta. Mas, esse melhor tem que significar algo para alguém. A palavra é RESPONSABILIDADE. Pergunte-se por quantas pessoas você é realmente responsável e por quantas deixou de ser.
O medo não pode vencer a esperança. Se vencer, não pode passar pelo amor. Se passar, não deve sair do teu corpo. Se sair, tua vida está perdida. Sinta-se responsável, é o melhor caminho para que tua existência não termine como uma lápide fria e suja em algum cemitério. Seja a diferença e tua lembrança será eterna na mente daqueles que você partilhou.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Contra tudo e contra todos

Sempre vi o mundo como uma área onde minha força de vontade tem atuação. Sempre vi as coisas como reflexos de minhas atitudes. Sempre procuro ser propositivo e não contemplativo. Respostas como "acontece", "sorte", "ninguém tem culpa", não servem para mim. Acho que somos responsáveis por tudo o que fazermos e tudo o que fazemos pode afetar as pessoas ao nosso redor. Sempre lutei por aquilo que quis. Com todas as fibras do meu ser. Não me ensinaram a chorar e pedir. Não me ensinaram a acreditar que o "papai do céu" vai ajudar. Não me ensinaram a esperar pelas coisas. Não me ensinaram nada a respeito de destino.
Entretanto, parece que alguém se incomoda com a minha luta. Alguém poderoso. Quanto mais eu luto, mais dificuldades aparecem. Transponho obstáculos e me colocam outros, cada vez piores. Parece que o meu progresso incomoda a alguém ou a algo. Tenho semeado flores e colhido tempestades. Nunca desanimei. Nunca esmoreci. Até ontem ...
Pela primeira vez na minha vida eu pensei no mundo sem mim. Foi algo rápido e fugaz, mas foi. Eu achei que tinha um limite e que o tinha atingido. Me vi sem saída e ainda me vejo. Naquele momento eu fraquejei.
FODA-SE!!!
Eu sou mais forte que tudo isso. Eu tenho um templo em mim onde a palavra de ordem é LUTAR. Eu consegui tudo na minha vida assim e continuará sendo. Quem quiser se colocar em meu caminho que cuide. Não vou parar. Não vou desistir. Tenho três guerras a lutar. Um amor para conquistar, uma família para cuidar e uma família para destruir. Aviso a todos: eu vou vencer, um por um ...
Não importa o quanto as condições sejam adversas eu percebi que sou a fonte de todo esse brio. Que a vida que queima dentro de mim não se extingue. Que eu vou lutar ATÉ VENCER. Sem recuos.
Um dia a chama da minha vontade certamente se apagará ... mas não ainda. Não ainda ...
Eu vou adiante contra o que tiver pela frente e hoje contra meus limites também. Eu os supero sempre. Sou humano, sinto, sonho, amo, odeio, desespero. Mas sou sobre-humano, eu me levanto sobre todas as adversidades e com qualquer condição. Sim eu abraço o mundo porque acho que todas as pessoas não devem pagar por algumas que me fizeram sofrer. E assim continuará sendo enquanto a luz de meus olhos iluminar a imagem de minha vontade.
Saber, Agir e Calar.

sábado, novembro 19, 2005

De irmão para irmão

Vamos para o terceiro episódio de nossa empreitada e depois de muito sofrer e pensar descobrimos que a culpa é do coração. Este órgão humano que é composto por dois ventrículos e duas aurículas, que pesa em torno de 400 gramas, que é capaz de se contrair cerca de 72 vezes por minuto, é o real vilão do mundo. Tudo o que foi falado dele na frase anterior é para contrabalançar o fato de doer incontinente por alguém que não sente o mesmo. Por se acostumar a ser bem tratado e depois reclamar quando qualquer mudança acontece e por não desconfiar de nenhum mal existente nesta vida. É como um cego descendo uma escada. Uma hora se esborracha.
Uma vez definido o culpado pelo problema todo nos propomos e modificar. Aqui somos acima de tudo propositivos, então nos sentimos na obrigação de dar uma solução. Exatamente como nos outros textos, aliás. A única solução possível é um transplante. Entretanto trocar um coração por outro pode ser até pior. Já pensou se no outro está o Brad Pitt ou a Angelina Jolie? Aí ferrou tudo. Assim propomos fazer um transplante de um coração por outro órgão. Uma simples troca. Avaliaremos abaixo os prós e contras da troca do coração por outros órgãos do corpo humano e esperamos que isto sirva para aumentar as informações disponíveis para os leitores. Ressaltamos que é para não acreditar na medicina. Pode-se viver muito bem sem um coração. Aliás vive-se até melhor, ou vocês acham que o Maluf, o Dirceu e mesmo o Bush tem um?

TROCA DO CORAÇÃO POR MAIS UM ESTÔMAGO
Isto a primeira vista parece bastante promissor. Nos livraríamos das dores mencionadas e ainda ganharíamos algumas horas a mais de almoço. Sim, porque para encher dois estômagos teríamos que comer por mais tempo. Algumas pessoas tentaram isso e enchem o segundo estômago com sorvete. De colher. Vendo filmes tristes. Parece melhorar a situação. Tem o efeito negativo de você gastar mais. Gasta-se mais com comida, obviamente, e com personal trainer. Para perder os kilos acumulados por dois estômagos seriam necessários, segundo cálculos da OMS de três a quatro personais. Depois, se muitas pessoas pensarem nisso, os gêneros alimentícios podem aumentar muito de preço, gerando inflação. Nos lívraríamos dos ataques cardíacos mas ganharíamos mais azias e gases. Este último ponto é muito desconfortável. Dois estômagos e o pobre do intestino teria que se virar em trinta para expulsar todos os detritos. Duplicaria a possibilidade de câncer mas também duplicaria a possibilidade de se comer lazanhas, tortas de sorvetes, fondues etc.
As indústrias de papel higiênico iriam quadruplicar suas vendas.
Há que se pensar nisso.

TROCA DO CORAÇÃO POR OUTRO CÉREBRO
Nunca antes pensada no mundo. Até porque parecem órgãos excludentes. Mas dois cérebros seriam no mínimo mais barulhentos. Nos livraríamos do sentimento de vazio do coração mas em compensação não conseguiriamos dormir mais oito horas. Se um cérebro sofre de insônia e stress imaginem dois. Quem pensa que os benefícios seriam muitos na questão do raciocínio imagine o estrago que um engenheiro consegue fazer com um cérebro e aí multiplique por dois. É de meter medo. Se com um cérebro ficamos em dúvida sobre as coisas quem nos garante que com dois estas dúvidas não irão dobrar? Imaginem a Carla Perez com dois cérebros. Quase uma rã com síndrome de Down. Imaginem o Bush. O Kurt Cobain ainda estaria vivo porque a cocaína levaria mais tempo para "comer" o cérebro dele. O Bono não cantaria mais "One" porque "One" não é música de cabeça e sim de coração. Na real o U2 ficaria mudo e os shows esvaziariam. Não só o U2 mas toda a música deixaria de ter importância. Exceção para o Latino que a gente ouve com a bunda. Só assim para agüentar aquilo. Quem pensa que com dois cérebro o mundo seria melhor pense que seriam dois órgãos para pensar bobagem, fazer cacaca e jurar que se está certo. Depois deveria ter uma escala de importância e chefia bem estabelecida. Porque ninguém pode estar acima do nosso cérebro. Nem mesmo outro nosso cérebro. Seria uma constante briga por poder. Imaginem um controlando o lado direito e o outro o esquerdo. Se batendo, espancado-se mutuamente, numa briga sem fim. Ficaríamos sem as anginas e os sopros no coração mas teríamos maiores chances de AVC's e tumores. Com quase toda a certeza ninguém mais casaria, torceria para time de futebol e assistiria a Rede Globo. Exposições de arte moderna dariam cadeia para os artistas e o trânsito seria totalmente remodelado. É impossível que alguém com dois cérebros ache que está bem ...
Bons prós e contras.

TROCA DO CORAÇÃO POR OUTRO FÍGADO
Interessante ponto de vista. Poderíamos ingerir muito maior quantidade de cerveja sem os efeitos atuais. Poderíamos comer mais costelinhas de porco assadas, mais bolos de chocolate sem tanto medo dos problmas com gorduras. Teríamos um sangue mais "limpo" e menos chances de intoxicação. Lutadores não iriam gostar pois poderiam levar socos em qualquer um dos fígados e doeria muito. Eles precisariam de mais braços para defender os dois fígados. Como isso não é possível, acabaria o boxe, a luta livre, os prides da vida. Em suma, quase todo tipo de espancamento idiota entre seres humanos. Terminaríamos todos na cerveja. Fazendo concursos másculos sobre quem bebe mais rápido. As fêmeas deixariam de se interessar por bíceps e ficariam muito mais interessadas em "pánceps". Imagina nunca mais ter que tomar Olina. Para nada. Dois fígados bombando no teu corpo tirando todas as toxinas e os radicais livres. Nunca mais óleo de fígado de bacalhau. Caramba isso é muito ruim. Com dois fígados nunca mais teríamos dor de fígado. O fígado dói de cansado, quando tem coisas demais para fazer. Com dois tudo seria moleza. Como o fígado é um órgão trabalhador por excelência não teríamos mais dor. O fígado se regenera. A possibilidade de doação cresceria demais. Você pode cortar até metade do fígado que ele se regenera. Se os outros órgãos se dessem conta que nós demos mais importância para isso, de repente a moda pegava. Já pensou uma revolução na medicina. Todos os outros órgãos se regenerando como o bom fígado. Ou melhos como os bons fígados, lembra que são dois agora. Você agüentaria melhor aqueles papos chatos que chegam a doer no fígado. Corridas seriam banidas da face da terra. Se com um fígado aquela dor é duro de agüentar (aquela dor desgraçada que parece uma facada na lateral) imaginem com dois. Mas também quem gosta de correr? Não teríamos mais paradas cardíacas e ... E nada o fígado e tudo de bom.
Vou repetir o argumento final: Não sentiríamos mais dor de amor (porque não teríamos mais coração) e poderíamos tomar muito mais cervejas. Happy-hours de meses ...
Não sei quanto a vocês mas eu me convenci. Quero trocar o meu coração por um outro fígado. Alguém se habilita?

quinta-feira, novembro 17, 2005

Elixir do esquecimento

Continuando na nossa saga para provar que existem coisas além do coração. Hoje vamos desmascarar a idéia de que o álcool pode fazer a gente alterar nosso estado e suportar melhor a dor pela confusão mental instaurada. Vamos, com efeito, estabelecer um método científico para provar que o álcool não altera tanto assim nossas visões.
A metodologia é simples. A cada parágrafo escrito vamos tomar algum conteúdo alcoólico. Este conteúdo vai se tornando maior e mais concentrado enquanto narramos uma conhecida história infantil chamada "O Chapéuzinho vermelho".

Tomamos um keep-cooler de morango
Era uma vez uma menina de chapéu vermelho que foi encarregada pela sua mãe de levar docinhos para sua vovó que morava uns kilômetros de sua casa por meio de um bosque. A mãe da menina avisou-a do perigo de um lobo que rondava a região.

Tomamos uma garrafa de cerveja
A imbecil da guria não deu a mínima para a mãe e ainda foi pelo caminho mais perigoso. O lobo, que não era bobo se mandou na frente. Foi direto pra casa da velhinha tentando comer todo mundo. Digo, comer a vó, a guria e os docinhos. Sério porque nem a vó nem a guria eram "docinhos". eheheheheeh

Tomamos uma garrafa de vinho
O lobo, olhou para a véia e disse: "Jeitosa a tia". eheheheeh. Fez um sexo animal com a bruaca. Literalmente comeu a mulher, de óculos e tudo. Aproveitou e comeu o Dunga também que tava por ali esperando não sei o quê. Foi só um tira-gosto ... O Zangado conseguiu correr e se segurar no Peter Pan que vinha para comer a sininho. ahahahaha O Peter Pan deve ter um pintinho bem pequeno porque a perereca da Sininho é bem menor que a da vovó .. eheheheh

Tomamos uma garrafa de tequila
Eia ..... O lobo virou transformista eheheheheheh. Tocava no fundo "its rainning man" eheheehhe e a bixa do lobo recebeu o Peter Pan vestido de Bela adormecida. Era o lobo ou o Peter Pan que estava de Bela Adormecida? Sei lá ... tudo puto boiola mesmo ... O Peter Pan perguntou: "Para quê estas orelhas enormes Zangado?" É para um otário perguntar - disse o Dengoso eheheheeheh. O Peter Pan perguntou: "Para quê estes dentes enormes Sininho?" "Vai tomar no fiofó e deixa os meus dente pra lá" - disse o traveco na cama. ehehehhe Tá ficando chato, pra terminar o cara da cama, o ... Não lembro agora o nome de quem tava na cama. Comeu quem tava de pé eheheeheh. Claro né ... Arre.

Tomamos uma garrafa de absinto
Bom os duendes trouxeram um maluco de espingarda que resolv comer tttodo mmundo. Comessou pelo Zé Dirceu ... depois o Lula e até o merda do Bush! E o pior é que votaram não pro plebissito. Era uma surigas, ops suruba do caramba. Tudo girando ... girava. E o peeçoal vomitava pra cascete. O Bush comeu o lobo e atirou do Peter. O mestre Yoda fez uma pontinha, verde. eheheheh pontinha verde eheheheh. É vermelha mané ... parece que bebe ehehehhe
Mas não era isso que eu queria dizer ... onde a gente tava? A sim dentro da barriga da Bela Abixornada tava a ninfeta dando pro Soneca e todos viveram felizes para sempre ....

Conclusão que concluo que eu amo o Frodo ... ou melhor a Froda ... Ahh sei lá. Amo mesmo e daí. Como na história. Opa não tô comendo ninguém, eu juro. asdçajas askeorihga Porrrra as tecla tão pulandfdkfo.
O negócio é segurar o monitorrr que é adkjaosraslk...

quarta-feira, novembro 16, 2005

Pílulas para viver bem

Vamos, em atenção ao monte de pensamentos que me mandaram semana passada por PES (Percepção Extra-Sensorial), demonstrar agora que a dor do coração NÃO é a que mais dói.
Para isso vamos fazer uma série de procedimentos e vamos relatar a vocês os resultados para que, científicamente, possam tirar suas conclusões.

Dor por choque físico de baixa intensidade - Vamos bater com o cotovelo numa mesa de madeira pegando aquela partezinha que dá choque, sabe qual? Pois é vamos bater com aquela parte.
Resposta: Deu choque. Meu braço ficou dormente. O mindinho não pode ser mais usado para digitar e o coração continua doendo.

Dor por choque físico de média intensidade - Vamos pegar desavisadamente o martelo de bater bife e deixá-lo cair em cima do pé direito. O direito porque eu chuto com a esquerda então o direito deve doer mais.
Resposta: Ufa ... Doeu pacas. Pegou na veia. Em cima do pé. Ai, agora não dá para caminhar direito. Tá inchando. Vou colocar gelo e o coração continua doendo.

Dor por choque físico de alta intensidade - Vamos colocar a escova de dentes na boca e começar a escovar muito rápido. Mas muito rápido mesmo até que ela escorregue e acerte a gengiva de cima quase rebentando as obturações. Vamos usar uma escova Oral B, indicada por nove entre dez dentistas. Ao contrário do que pareça não estou ganhando jabá nenhum ...
Resposta: PQP ... Acertou do lado do canino e deu uma escorregada para trás. Perdi a respiração por uns dois segundos. Dói demais. Crianças não tentem fazer isso em casa sem a orientação de um adulto. Ai, afta na certa ... E minha boca tá inchando. Muito. Já não consigo pronunciar "salsicha" sem muita dor e o coração continua doendo.

Dor por choque físico de altíssima intensidade - Vamos apagar as luzes da sala, todas, e espalhar várias cadeiras à esmo. Colocaremos uma música bem alta como "Scatman" de autor do mesmo nome. Ao som da música vamos correr de um lado para o outro da sala com os dois pés para fora esperando pegar o dedo mindinho do pé em qualquer uma das cadeiras, na quina de preferência. Espero que o do pé esquerdo porque o direito tá doendo muito. Não vamos parar de correr até acertarmos e a música deve abafar o grito.
Resultado: AAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIII caraca!!! Isso dói muito ... Acertou o direito de novo. Azar o dele. AAAAAAA, vou precisar de um raio x. O mindinho diminuiu quase um centímetro, acho que de medo. Nossa, calma amigo. Ele tá morrendo. Eu não sinto mais sua presença e ele não responde aos meus comandos. Acho que precisarei amputá-lo ... A unha ficou na cadeira, agora que vi e o coração continua doendo.

Dor por choque físico de intensidade nunca antes sondada - Vamos pegar nunchaku (aquele negócio que o Bruce Lee mexia tão rápido que a gente pensava que era ficção) bem pesado e vamos ficar girando bem rápido por entre as pernas. Com muita força. Quanto menos técnica melhor. Para deixar nossa chance de sucesso maior, vamos segurar um saco de cinco quilos de açúcar por quinze minutos com o braço que pegará o instrumento. Assim o braço ficará tremendo e sem coordenação nenhuma. Vamos nos vendar e colocar um travesseiro em volta da cabeça para o remoto caso do desfalecimento súbito.
Resposta:

terça-feira, novembro 15, 2005

Um segredo e um sussurro ...

Não existe fronteira para a vida que não seja ela própria. É algo que não podemos cruzar e voltar por isso não ousamos testar seus limites. Não se toma veneno simplesmente porque se conhece o antídoto.
Hoje eu transpassei um limite muito importante para mim. De novo. Transpassar meus limites têm sido a tônica dos últimos tempos. Quando o demais não é suficiente então percebemos que não temos a envergadura de um jacarandá. Quando os limites não tocam a ninguém mais além de você então a existência não é mais que mera invisibilidade. Isso é tudo. Tornar-se diferente para alguém. E ser indiferente para alguém e conseqüencia do tentar.
Estou cansado de ser conseqüente. Estou cansado de ser responsável. Estou cansado de ser útil aos outros e inútil a mim mesmo. Filosofia barata e psicologia de butequim não adiantam mais. Tentei algo mais duro ... tequila com cerveja.
Ver o mundo por dentro de um copo não resolve seus problemas mas pode te mostrar onde você jamais deveria ter chegado.
São seis e meia da manhã e certamente minha cabeça vai pagar um preço alto pela minha decisão. Sobreviverei à tequila. Mas tenho um longo caminho de volta. Uma volta àquilo que sou eu. Uma volta àquilo que deveria ter sido eu. Sempre.
O segredo é idiota. Como idiotas são segredos que fazem sentido apenas aos ouvidos que os recebem e nunca aos olhos que os decifram. O segredo e nunca transpassar os seus limites por ninguém. Nisso os literatos têm culpa. Vivem nos brindando com exemplos bem sucedidos de doação e extrapolação. Exemplos literários criados pela vontade de um ser que não tem nada a mais do que uma folha de papel. Eu sei disso, eu sou assim. O segredo é que ninguém vale uma gota do teu sangue, um suspiro engasgado ou um momento de descontrole. Ninguém dá valor para aquilo que não quer e se querem dar valor darão a qualquer coisa.
Para uns um sorriso é muito e para outros horas de lágrima não significam nada. O segredo é que a ninguém deves dar o gosto amargo de ver as tuas lágrimas nem o açúcar do teu sorriso.
O sussurro é mais aprazível. O sussurro diz que se eu fosse alguém digno de se escutar por sapiência ou genialidade eu estaria numa condição melhor do que estou. Bêbado. Envergonhado. Sozinho. Chocado. Enfim, sou pequenino demais para que me levem em conta. O sussuro diz que ouçam o segredo e o guardem. Como um desenho de uma caixa. Dentro pode haver um carneiro mas somente você deve saber disso.
Pequenino demais para as coisas da vida quando o demais não é suficiente ...

quinta-feira, novembro 10, 2005

SAC

Em consonância com o post anterior e, depois de muito procurar um número para onde ligar reclamando. Andamos em Igrejas, Terreiros, Templos, Mesquitas, Sinagogas, Centros espíritas e conseguimos o número do "homem". Usando toda nossa influência conseguimos aqui vamos transcrever a conversa.

O príncipe: É o Senhor mesmo?
"Ele": Sim meu filho, sou eu ...
A raposa: Então dá os números da loto para a gente ter certeza ...
O príncipe: Perdoai senhor, ela não sabe o que diz ...
"Ele": Acho que já ouvi isso antes ...
O príncipe: Porque tanta guerra e tanta fome nesse mundo?
A raposa: Que pergunta piegas ...
"Ele": Para compensar tanta beleza e tanto amor.
A raposa: Onde? Onde a gente acha?
O príncipe: Por que compensar? Não podia deixar só as coisas boas?
"Ele": Você só sabe que é "boa" porque existem as outras. Ver o mau te mostra o que é bom. Um não existe sem o outro. Mesmo que eu quisesse ...
A raposa: Podia manerar no nosso não é. Eu já entendi a minha parte do tal "mau".
O príncipe: Não dá para melhorar umas coisinhas só? Coisa pouca como sumir com a inveja ou com a falta de compaixão?
A raposa: Sempre pensando nos outros ... Deixa de ser mané! É o "Cara" pede algo para ti. Por exemplo aumentar a conta bancária ou o pinto, talvez ...
"Ele": Tudo tem seu preço meu filho, você sabe disso ... este é muito alto.
A raposa: Certo mas por que o preço não vem ali no produto como manda a lei? Por que a gente tem que ficar adivinhando. Quero falar com o seu superior ...
O príncipe: Ele é o superior ...
A raposa: É mesmo ...
"Ele": O preço está lá, só que em código de barra.
A raposa: É barra mesmo ...
O príncipe: Eu quero apenas uma coisa ... Quero que rejeição não mais exista!
A raposa: Boa! Vamos ver como ele se sai agora ...
"Ele": Rejeitar é parte do aceitar, coisas gêmeas que não se separam.
A raposa: Que papinho Ying-Yang ...
"Ele": Que conversa príncipe-raposa ...
O príncipe: E a dor? Como faço?
A raposa: E não vem com esse papo de "eu não dou fardo que não possas aguentar". Sai com outra ...
O príncipe: Por que nos fizeste precisar de outra alma? Por que nos fizeste apenas tocar os lábios da felicidade, sem tê-la para si?
"Ele": Porque sem a busca pelo fim da incompleição jamais conhecerias aquilo que te faz humano e te tornaria teu próprio senhor.
A raposa: E isso não seria fantástico?
"Ele": Sim, se e quando tiveres condições de perceber o que isso significa e o que realmente é.
O príncipe: Até lá ...
A raposa: Cabeça na parede ... Porque não é a dele. Por falta de compreensão ou excesso de dor as pessoas buscam em si o que não encontram nos outros e se acostumam com a dor e a solidão.
"Ele": As pessoas que realmente sabem o que querem não se acostumam nunca com isso ...
O príncipe: E passam a vida ou na luta ou na lona ...
"Ele": Não "passam" a vida. Vivem!
A raposa: Mas dói caramba!
"Ele": Lembra-te que choras desde o teu nascimento e o farás até o último dos dias.
O príncipe: E qual o propósito disso?
"Ele": Não creias que te faço chorar. Não creias que te faço rir. Não creias que te faço amar ou do teu amor algo vil. Crê apenas que tu faz o amar. Crê apenas que tu faz o rir. Crê e quando o amar puder vir, terás vontade de chorar e verás que a vida, até então, foi vil.
O príncipe: Eu chorei, eu ri, eu amei ...
"Ele": E eu vi ...

Reclamação

Quem disse que viver era fácil?
Quem falou em mar de rosas?
Quem disse pela primeira vez "tudo azul com bolinhas cor-de-rosa"?
Quem?

O príncipe: E aí guria como tu estás?
A professora: Tô ...

Simples, direto, eloqüente, massivo, auto-explicativo, concreto, doloroso, simbólico, satírico, hercúleo, sorumbático, depressivo, contumaz, violento, completo.
Eu também amiga ... apenas "Tô". Sei lá por quanto tempo.
Aliás, "Tô" contigo e não abro.
Tinha uma música antiga que dizia "quero voltar para dentro da barriga da minha mãe". Não me avisaram da loucura aqui fora, nem da loucura que a loucura daqui de fora faz comigo aqui dentro. Não me avisaram de nada. Tem SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor)?

quarta-feira, novembro 09, 2005

Vento e poeira

Existe um princípio básico da existência, este princípio se revela quando nos damos conta que somos diferentes do meio. O universo não nos pertence, nós pertencemos a ele. Não somos o vento e nem podemos ser. Toda tentativa de movimentar aquilo que é vida está compreendida apenas no nosso universo. Podemos modificar, ou apenas ter ação, sobre aquilo que está ao nosso alcance. Não somos o vento. O universo nos é distante e as pessoas mais ainda. Tudo o que temos é uma mera representação nossa do que poderiam ser estas pessoas. Tudo o que compreendemos é via nossos sentidos e nosso espírito. Falho, portanto. Não somos o vento. A força contida em nossos atos, nossas ações, nossos sentimentos é descomunal dentro de nosso universo mas ínfima no que tange aos outros. Nossa sina é sermos incompreendidos, eternamente. Não somos o vento. A língua ou, as línguas, não são exatamente o motivo de nossas diferenças como diz o mito da Torre de Babel. Nossas diferenças estão na base de nossa existência. Existimos em meios e vibrações diferentes. O que te toca não toca aos outros. O que te dói não dói nos outros. O que te faz chorar não fará aos outros. Não somos o vento.
Não temos, por mais força que façamos, a sua força. Não temos a mobilidade do vento e também não podemos pensar que temos. Mas mesmo o vento precisa da poeira para ser sentido. Senão é destruição. Somos a poeira de alguém ou de muitas pessoas. Inclusive a nossa própria. Somos a representação daquilo que achamos "nós". Nada. Somos nada frente ao universo e teimamos em não ser. A vida é um eterno significar e não significar algo para alguém. Vivemos apenas na consciência de outrem e por isso somos tão limitados solos. O vento precisa da poeira assim como precisamos das representações. Quando o vento puder ser notado sem a poeira é porque ele não está mais lá e certamente destruirá o que estiver em sua frente. Se isso acontecer prefira ser a poeira também. O vento passa. A poeira se acumula em ti exatamente como a vida.
Ser o vento é o sonho. Ser a poeira a realidade. O vento eu não controlo. A poeira me faz ver e sentir, ainda que com certo desconforto ou dor. Mas isso é, definitivamente, melhor que só o vento.
Estamos todos de passagem mas não somos o vento ... de ninguém e para ninguém.

sábado, novembro 05, 2005

Com bolinha ou sem bolinha ...

Rapaz a coisa aqui foi feia. É óbvio que tudo o que acontece comigo não pode ser normal. Acho que devo ter nascido em uma conjunção astral do tipo alinhamento total entre Sol, Lua e todos os outros planetas, porque minha sina é grande. Podem até dizer que sou exagerado, reforçam o meu ponto. Até isso é grandioso. Mas deixemos de lero-lero e vamos aos fatos.
Estava eu descornado por uma situação que não tive, ação, proposição, reação, solução. Não fui agente nem ator e tampouco objeto mas acabei levando a bomba. O pato, a culpa, o bode tudo ficou comigo. Como se um meteoro caísse do nada e me atarraxasse no chão. Certo que podem argumentar que eu podia ter visto o meteoro, mas isso não muda em essência as coisas ...
Neste dia tão maravilhoso para a minha existência decidi, ou decidimos, ou ainda, decidiram por mim, que sairíamos, eu e uns amigos, para encher a cara e jogar sinuca. Na real as duas coisas são excludentes mas iríamos ver o que chegava primeiro. Só teve um problema.
Caiu o mundo em Porto Alegre ...
Choveu tanto que eu estava de carro com um amigo de frente para um enorme parque e não conseguíamos ver o parque. Víamos apenas o rio subir para dentro do carro. Fugir? Impossível porque éramos bombardeados com pedregulhos de gelo. Eu, com o pé que ando, seria morto por um. Bem na testa. Prudente não sair do carro. Mas o rio vinha aumentando. A impressão que tínhamos é que, a qualquer momento, corpos desceriam rio abaixo. Cena mórbida.
Lembrava eu naquele momento que tinha um amigo esperando dentro do bar da sinuca fazia mais de meia hora. Como não gosto de deixar amigos na mão e a chuva parecia arrefecer, decidimos eu e o amigo publicitário, num acesso de macheza incontida, a enfrentar a "garoazinha":

O príncipe: Tá com medo? É de manteiga?
O publicitário: Não, que é isso. Mas acho furada ...
O príncipe: Furada nada rapaz, furada é deixar o cara lá esperando ...
O publicitário: É isso então, vamos lá ...
A raposa: (isso não vai dar certo, só falta eles gritarem "Gerônimooooo!"
O príncipe: "Simbora rapá"

Saímos no meio da tormenta. Era água de cima, de baixo, dos lados. Me lembrei do filme Titanic. Nadamos uns vinte metros. Crawl que é mais efetivo. quando conseguimos vislumbrar a rua do outro lado. As pessoas gritavam desesperadas na margem ... "Help!!!" "Tragam a Guarda Costeira!".
Coisa de louco. Achamos que, pelo bem de nossos filhos, ainda não temos mas isso não é motivo para não pensar neles, deveríamos voltar para o carro. Até porque sem o nosso peso dentro ele começava a sem mexer lentamente. Voltamos com uns vinte quilos de água a mais no corpo e a sensação de indiada estampada na cara. Terrível.
Liguei para o amigo que estava dentro do bar.

O príncipe: Cara eu estou do outro lado da rua. Não tem como passar.
O sinucaman: Sim eu estou do outro lado do rio.
A raposa: "Creo ha visto una luz ... al otro lado del rio."
O príncipe: Como assim?
O sinucaman: Chove mais dentro do bar do que fora. O teto (que era de gesso) está desabando nas pessoas e no balcão das bebidas. E ainda tem quatro viciados jogando e reclamando que a água está subindo nas canelas.
O príncipe: Sério?
O sinucaman: Claro
O príncipe: Então não vai dar para jogar?
A raposa: (Claro que vai imbecil, só pegar os snorkles no carro e os tubos de oxigênio).
O sinucaman: Não, eu acho ...
O príncipe: Tá mas eu preciso beber ...
O sinucaman: Então me resgatem e vamos para outro lugar.

O carro virou um amfíbio e conseguimos numa operação de forças-especiais, onde a perícia do publicitário (que havia quebrado o espelho retrovisor na indiada) foi decisiva, resgatar o sinucaman. As pessoas tentavam se agarrar na gente ou no carro e eram levadas pela correnteza. Não pude salvar ninguém. Estranhei que o sinucaman estivesse segurando algo no meio desta confusão. Eram duas cervejas que ele "salvou" do bar. Que bom homem. Meu amigo.
Fomos beber em outro local e eu enchi a cara, falei um monte de coisa, chorei. Como todo bom descornado, aliás ...
Se hipérbole dos fatos, eufemismo da minha tristeza. A chuva foi até pouca ...

sexta-feira, novembro 04, 2005

Cadafalso

O que é um crime?

"Crime é o fato humano contrário à lei" (Carmignani).
"O ato que ofende ou ameaça um bem jurídico tutelado pela lei penal" (Von Ihering)

Toda a idéia de crime se baseia anteriormente na idéia de lei. Ou seja, não existe o conceito de crime sem o anterior de lei. E o que é lei?

"Norma que rege a sociedade. Vem do verbo ligare ou legere, que significa "aquilo que se lê" segundo o legislativo do Rio de Janeiro.

Mas e quando a lei se altera conforme os padrões de pessoalidade de cada situação? Neste momento intervém o juiz, que aplica a lei de forma a estar distante da situação. Em que pese que a questão da isenção total não é possível ainda o juiz é alguém que, por essência, está distante do fato. Se assim não o for ele se declara inapto para o julgamento.

Pode alguém cometer um crime sem conhecer a lei? Certamente não existe um ditado latino que diz "nullo crimen nulla poena sine legem", ou seja não existe crime sem pena prevista na lei. Trocando em miúdos. Não existe crime sem lei e como o conhecimento é base para a existência não comete pecado quem não conhece o sacramento.

Pode existir justiça se cada um puder julgar ao seu bel prazer? Com certeza não. Por isso quase três mil anos de história nos fizeram aceitar que a figura social do juiz, seja o nome que ela tiver no tempo e no espaço, deve ser prioridade dentro da sociedade.

Agora vamos baixar esse academicismo e falar diretamente. Não podemos ser julgados pelo que os outros pensam de nós, tenho dito que isso é o mesmo que julgar a si mesmo*. As máscaras caem, do pseudo-julgador, do acusador e do julgado. A reação que temos com relação a um problema normalmente não é correta se estamos envolvidas nele.

Vamos aos fatos:
Não há crime em adicionar alguém em qualquer programa de rede. Seja a pessoa que for.
Se assim não o for somos todos criminosos.
Se pensas assim é porque VOCÊ faria mau uso disto. Não eu.
Crime é ligar para alguém ofendendo por algo que não é errado. Ou seja dano moral. Se considera a atitude incorreta, apenas menciona isso. Tenta descobrir o que está errado. Por que está errado. E tenta conversar para desfazer o que VOCÊ CONSIDERA mal feito.
Pior ainda quando isso tudo é carregado de um monte de coisas que não faz parte da condição intelectual ou mesmo sentimental de ambos. Um fala em bananas e o outro em abacaxi. Um julga o que acha e o outro defende o que pensa.
Assim, AFIRMO você está sendo injusta PATRÍCIA. Muito injusta ...

*http://tempsdumiguel.blogspot.com/2005/06/crucificado.html

quinta-feira, novembro 03, 2005

Viver e não ter a vergonha de ser feliz ...

Lindo, mas só na música.
Minha vó dizia: "quem muito se abaixa a bunda aparece!"
Certa ela estava, pena que eu não sigo tudo o que ela dizia.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Finados

Finados tem gosto estranho. Feriado sem alegria, sem comemoração. Feriado. Só.
O gosto pode ser estranho mas a cor é roxa. Das flores lindas do Ipê, que insistem em cair exatamente nessa época do ano. Flores roxas do Ipê recordações do quê? Só quem os perderam podem avaliar o quão lindas são. O sol contrabalança o turvo dos olhos mareados pela vida. Ano que vem as flores estarão aí de novo e espero que todos nós. Sem nenhuma baixa. A vida já está bastante difícil com ajuda, sem então, nem se fala.

terça-feira, novembro 01, 2005

Psicanálise

O Amigo: Cara tu tem que mudar a tua postura.
O Príncipe: Como assim?
O Amigo: Tu é muito arrogante.
O Príncipe: Sim, mas isso é parte de mim. É a outra metade da moeda, eu sou muito competente e auto-confidente então ...
O Amigo: Sim, mas tu fica destilando conhecimento para todos os lados. Isso incomoda as pessoas.
O Príncipe: É, acho que algumas pessoas ficam incomodadas mesmo ...
O Amigo: Tu tem que ser mais humilde ...
O Amigo: Olha eu, pro exemplo, sou o cara mais inteligente do mundo mas ninguém sabe disso ...
A Raposa: E serve para alguma coisa? O fato de ninguém saber?

Ando pensando nisso, amanhã sai algo nesse sentido. Humildade existe? Food for Thought ...