quarta-feira, dezembro 13, 2006

Aponta-dor

Desde que inventaram a expressão corporal o dedo se tornou obsoleto.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Pó de Giz

Sou um professor.
Cansado.
Esgotado.
Ganhando pouco.
Sem muita atenção.
Trabalhando muito.
Sem valorização.
Buscando um espaço.
Engulindo sapo.
Vivendo menos.
Sentindo mais.
Se preocupando com tudo.
Pensando em nada.

E peço perdão pelos pleonasmos.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

que Lua!

Impossível fingir. No Rio Grande do Sul é impossível fingir que o verão chegou. A gente sua sentado que nem maratonista na são silvestre. Fica sempre melado, não importa quando tomou banho. (Descobri que o suor tem a mesma composição quimica da urina, um nojo) O tempo de validade do desodorante é de vinte a trinta minutos na sombra, depois é que nem a torcida do flamengo em dia de jogo no Maracanã. Levanta-se não com aquela brisa gostosa da manhã, mas já com um calor de rachar e com o travesseiro suado. (ou mijado segundo a minha informação, um nojo). Procura-se colocar roupas claras que na real só te deixam mais chateado ainda, pois elas ficam transparentes e os biquinhos do peito passam a ser de domínio público, bem como a cabeleira de baixo do braço. Nada estético. A gente sonha com os Alpes suiços e Barilhoche, mas só pode ir para Gramado e Imbé. Deprimente.
Vai-se pegar um emprego temporário e tem centenas de vagas para Papai Noel. Imagina o calor daquela roupa e a pentelhação daquelas crianças. Nada feito.
Sempre se procura um amigo com piscina em casa, mas não se sabe o motivo essas pessoas tornam-se mais seletivas nesse período. Quem tem ar condicionado levanta as mãos para o céu e pede para não pegar pneumonia, pois dentro da sala ou do carro é 15 graus e fora é 40.
Mas o que realmente me incomoda são as tais das cigarras que por volta das dez da manhã até o meio dia cantam desatinadamente. Isso é muito chato pois recordo-me que sou formiga!

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Panela em que muitos mexem

A impressão que tenho é que vivemos em um tempo onde a verdade não interessa. O importante é a versão. Isso funciona também para a imagem. Se você é ou não bonito, gosta ou não de ser, se é loiro (a) ou moreno (a) não importa. Não importa se gosta desse tipo de vida ou dos valores nela implícitos tampouco. Vale também para as relações, falemos e depois não damos o devido lastro. Manipulações, mentiras, falcatruas e outras coisas são moeda correnta na nossa vida. Aliás parece que inteligência vem sempre acompanhada de tentativa de manipulação. E não falo das mega corporações de manipulação que convencionamos, erradamente ao meu ver, chamar de mídia. Falo das relações pessoais que estabelecemos.
Existem pessoas que se esforçam por parecerem perfeitas mesmo não sendo e mesmo que isso fique evidente. Hoje você deve ser perfeito até ao reverso, ou seja, em errar pareça humilde para assumir e arrependido para mudar. Note que eu falei pareça e não seja. Os valores cristãos que agora entram na moda são transformados e purpurina que recobre uma fantasia. Impressionante como isso ocorre o tempo todo ao meu redor. Sem distinção de pessoa, classe, etc.
E o errado sou eu que sou o mais verdadeiro possível.
Se brinco, bebo, danço e falo bobagem sou imaturo e deveria mudar, "afinal vou ser pai".
Se demoro para tomar uma decisão pensando melhor e articulando várias possibilidades sou covarde e não sei tomar decisões.
Se digo que sou um dos melhores naquilo em que faço e critico aqueles que deveriam ser "colegas" sou antiético e cafajeste com as pessoas minhas "colegas".
Mas ninguém procura ver que sou verdadeiro. Ajo conforme minha consciência no certo e no errado e a assumo, sempre.
Não vou ser modesto aqui, isso me rende problemas, mas também me rende maravilhas.
No mundo estamos em falta disso.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Seis por meia dúzia

Certo que daqui a exatos um mês eu vou chegar aos trinta. Aliás, certo não, quase certo. Sempre tem o "sobrenatural de almeida". Mas como a esperança é a última que morre, espero chegar lá. Trintão e com corpinho de 18! Cabeça de 15 ...
Tenho me perguntado isso por muito tempo: amadureci?
E acho que sim e não.
Explico: sou imaturo na grande parte do tempo que se apresenta a mim. Assim, acho que conservo o bom humor e a inocência que tornam a vida um lugar menos inóspito. Procuro, nos momentos de maturidade, usar a máxima de que "tu te tornas eternamente resposável por aquilo que cativas".
O problema está em quando é um momento e quando é o outro. Vou usando o método ensaio e erro.
Semana passada uma velhinha me abordou na rua, segurou o meu braço bem firme e começou a revirar os olhinhos. Não deu outra, olhei para ela e disse "A senhora é muito sexy mas hoje não comprei o meu viagra!" e comecei a rir. A velhinha apertava mais o meu braço e colocou a língua para fora. Nesse momento eu retruquei: "Assim estou ficando excitado" e voltei a gargalhar.
A velhinha caiu no chão. Juntou gente. Estava tendo um ataque cardíaco.
Errei os momentos.
Paciência. A gente não pode acertar todas.
Ainda bem que não sou médico ...

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Me deu vontade

Sei que isto está um deserto. Estéril e chato. E sei que a culpa é toda minha, mas a vida "é uma caixinha de surpresas" e isso não vai me deixar desanimado.
Descobri que a velocidade é relativa. Em realidade os físicos tinham já descoberto isso, mas agora eu provei. Provar não do sentido comprovar mas do sentido experimentar. Estamos novamente no natal. A um ano minha vida era uma bagunça e o blog um escape. Hoje, minha vida é um escape e o blog uma bagunça. Está tudo bom, tendendo ao maravilhoso. E tudo isso em apenas um ano. Eu não vivo, eu brinco de montanha russa. Assim como estou em baixo, uma piscadela e subo. O problema era eu me acostumar com isso e perceber que trajetórias não mudam essências.
Um grande amigo me disse que antes eu via problemas e agora eu busco soluções. Nisso ele tem razão, toda a razão. E são coisas diametralmente opostas.
Nesse natal não visualize os problemas mas busque as soluções. Entenda que o atrito não é bom para ninguém, mas que limites são um sinal de amor. Veja que o que abunda em ti pode fazer falta num amigo próximo, vivemos em sociedade. Entenda essa frase. Saiba que assim como ganhamos, perdemos na mesma proporção. E que este pode ser o último natal de qualquer um de nós ...
Mas, que morre de véspera é peru!