quinta-feira, setembro 29, 2005

Castelos de Areia

Estava eu a pé voltando do trabalho e aproveitando um dia maravilhoso se terminava os seus agradecimentos num final de tarde não menos exuberante. Fitava o horizonte esperando o aconchego do sol, aquele momento mágico que nos faz pensar em tudo como se o tudo fosse apenas aquele momento. O vento batia em meu rosto jogando meus cabelos para trás e, por um momento, eu me abstraí do movimento urbano caótico que me cercava. Imaginei-me numa praia com aquele clima, aquele vento, aquele horizonte. A fantasia foi tão forte que eu pude sentir a areia em meus pés. Aquela sensação indescritível ...
Mais algumas ondas quebrando sobre meus pés e, de sopetão, uma buzina. Mar não buzina e siri não faz aquele barulho. O sonho esvaneceu-se sobre meus pés e levou inclusive a areia. Nestes momentos perguntamos "Será que foi só isso que a vida me reservou?". Sonhos dourados de uma existência pacata, com a felicidade me cercando por todos os lados e a compleição me ungindo com mais alegria. Às vezes penso que sou um indivíduo condenado a levantar bandeiras por toda a eternidade. A lutar sem tréguas batalhas muito grandes, todos os dias. Chega um tempo que, mesmo com vitórias e reconhecimento, os guerreiros querem virar camponeses. Tenho pensado muito sobre esse momento.
Se, porventura não todos, quantos de nós já não nos perguntamos isso?
Pensei que a pergunta correta não é sobre o que a vida me reservou e sim o que de mim eu reservei para minha vida.
Quero sentar com minha pazinha e meu baldinho e brincar na praia ...

terça-feira, setembro 27, 2005

Billy the kid

Vamos criar celeuma. VOTE SIM AO DESARMAMENTO!
É um absurdo que tenhamos que nos render aos argumentos de uma massa de pessoas que acha que ainda estamos na Idade Média. Lá, por volta dos séculos V ao XV, as coisas eram resolvidas com uma maça na mão. Sim, uma maça! Aquele delicado instrumento com uma imensa haste de metal e na ponta uma bola de uns oito kilogramas toda cheia de pontas de ferro. Hoje a coisa é bem mais civilizada. Usamos armas de fogo. Somos um primor de primatas. E tem gente que defende isso. Claro incentivadas por um lobby de empresas que vendem munição e armas e que reconhecem que isso é muito lucrativo. Países de terceiro mundo e ainda com a violência urbana em alta são o alvo preferencial destas empresas. Voilá Brèsil!
Existem alguns estudos sociológicos que as pessoas precisam saber.
Em primeiro lugar, demonstra-se que quase 80% (!) das armas aprendidas na mão dos meliantes tem registro. Ou seja, são armas que foram roubadas ou tomadas quando de assaltos e mesmo foram objeto de ações diretas contra delegacias.
Em segundo lugar, os estudos mostram que existe 30% de chance de você sofrer mais violência quando o bandido descobre a sua intenção de matá-lo. Trocando em miúdos, você tem mais chance de ser morto se estiver armado na hora de um assalto.
Em terceiro lugar, mais de 90% das pessoas que portam armas não têm condições técnicas para dar um tiro sem colocar em risco a vida de várias pessoas, inclusive a própria. Sem falar na condição psicológica. Existem muitos treinamentos sérios para o uso de arma e toda pessoa que passou por isso é bem clara em dizer que, apesar de todos os exercícios, elas, muitas vezes, não se sentem em condições de resolver no tiro. Eu já vi oficiais do exército ou da polícia apanharem de soco e não sacarem suas armas. Corretíssimos eles. Mas ninguém mais faz ... Isso é um perigo. Em quarto lugar, quase 50% dos acidentes com armas de fogo ocorrem dentro de casa. Com crianças e são fatais. Ter arma é ter uma preocupação a mais. Os bandidos vão assaltar do mesmo jeito mas você ainda tem que cuidar para o seu filho ou filha não pegar o abjeto objeto e sair brincando de mocinho e bandido. Tem que cuidar para que os seus nervos não sejam o ponto de partida da alma de sua família. Existem inúmeros relatos de pais que matam filhos à noite, pensando que eram invasores.
O argumento de que os bandidos se armam é ridículo. Um erro não justifica o outro. Desarmar bandidos é atribuição do Estado e não da sociedade. Deve haver uma forte pressão no sentido de o Estado assumir suas funções, mas você não pede para o faxineiro fazer uma operação cardíaca porque o médico não chegou ...
Depois, ninguém aqui é muito bom no gatilho para que possa justificar sua segurança com uma arma. Se for vai para a polícia, estara ajudando muito mais lá. Quem se sente mais seguro com uma arma deve fazer é terapia. Porque não sabe nem onde está se metendo. A maioria das pessoas que defendem o uso de arma, nunca estiveram em uma situação para usá-la e a maioria das que defendem o desarmamento constantemente vivem uma. É simples a escolha. O não ao desarmamento é fruto de uma visão romântica dos filmes de ação e totalmente amedrontada com relação à nossa sociedade. É como uma mistura de "Rambo" com "Quanto mais idiota melhor". Agora imagine muitas dessas misturas andando soltas pelo mundo.

Honolulu

Têm dias que não queremos sombra nem água fresca. Contudo, a cultura deste país parece apontar para a imaturidade profissional como regra de conduta. Não ser visto quando o chefe não está e ser notado por sua simpatia e eficiência quando ele está. Eu aprendi que a maturidade se adquire quando se faz qualquer coisa bem feita simplesmente pelo fato de você estar fazendo-a. Indiferente ao controle externo. Tudo o que leva o seu nome deve, necessariamente, ser bem feito.
Quem gosta de praia é surfista, que também, quando são maduros, gostam de fazer as coisas bem feitas. Muito mais aprazíveis que uma boa quantidade de pseudo-profissionais. Essa cultura do "deixa-prá-lá" apenas faz com que este país entre no status de amadorismo até naquilo que, teoricamente, faria bem. Exceções existem, graças a Deus. Essas exceções acabam virando um modelo de sucesso quando, em outros países, seriam coisas normais. Normalíssimas.
Onde compro água-de-côco? Parece que é só isso que me resta ...

Até a borda

"Têm dias e dias ..."
Frase clássica dentro do discurso nada-a-ver-mas-mantendo-conversa-boba-com-pessoa-chata. É o mesmo que "É a vida ...". Também serve e tem um efeito muito parecido. Aquele "ahán!" no telefone é a mesma coisa. O problema é que muitas vezes isso transborda. A capacidade nossa de aceitar esses dribles e manter uma espécie de pseudo-amizade é finita. Tem dias que até vai, mas outros onde a vontade de falar sobrepassa a vontade de ser ignorado, aí somos "chatos". O chato é uma pessoa onde os níveis de carência são maiores que o comum dos carentes. Ou seja um super-carente. Quando um super-carente acaba caindo nas armadilhas da vida urbana e moderna, como a solidão, por exemplo, temos um super-chato. Bom, por mais que a gente queira este indivíduo não fará a vida de ninguém fácil, a menos que façam a vida dele melhor. Muito melhor. Resta-nos então entender essas pessoas e tentar, na medida do nosso possível, melhorar a condição de existência desta alma. Isso se faz mais com atenção que com desprezo, com conversa do que com despiste, com apoio do que com desdém. Usas estas expressões segura-que-não-estou-nem-aí, exemplificadas no texto, apenas deixará tudo mais complicado. O chato (ou super-chato dependendo da mutação do momento) não desgrudará transformando-se num super-chato-chiclete. Agora somente um revólver resolve. Não no chato que é crime. Chaticídio. Em você mesmo, por não saber lidar com as pessoas. Aquelas pessoas que vivem reclamando que são "pára-chatos" realmente tem um problema com sua afetividade. Não sabem compartilhar aquilo que é mais importante para a humanidade. Não sabem dividir vida e sentimentos. E ainda se apresentam como salvadores de chatos. Então, quando estas sofridas criaturas grudarem em você, saiba que querem algo palpável e não uma série de conversas desconexas e sem sentido. Delimite tempo com ele, diga que tem que sair ou qualquer coisa que o valha, e durante o tempo delimitado seja o melhor amigo do mundo. Muitas vezes chatice não é uma condição per se do indivíduo e sim uma situação pontualmente marcada. Pode, portanto, ser resolvida. Boa vontade e um pouco de tempo são a chave para isso. Nunca diga "desta água não beberei" porque você, com certeza, será um chato um dia (ou vários dependendo do tamanho do "pé") e, por mais incrível que possa parecer, os chatos tem uma memória muito boa. Ou seja, você receberá de volta aquilo que tiver ofertado a um chato. E estes são, quase sempre, muito fiéis e fidedignos em suas ações. Cerveja está proibido. Chato bêbado é quase uma redundância e a possibilidade de virar um super-chato-bêbado-chiclete é assustadora. Pior que isso só se você virasse presidente de uma super-potência no planeta e fosse totalmente desqualificado para o cargo.

sábado, setembro 24, 2005

Arco-Íris

Podemos escrever apenas o necessário. Nada mais. Esse foi o combinado. Assunto? Branco. Existe algo mais "clean"?
Branco era ruim. Lembrava injeção. Lembrava aviso de mãe: "Não suja não!". Branco protegia branco, sorriso.
Depois passou a lembrar crayon, hidrocor e felicidade. Guache ou massinha por sobre. Branco era melhor que vermelho ou verde, ao menos na comida. Branco e amarelo no céu combinavam com verde na terra ou azul na praia.
Mais adiante, branco lembrava medo. Branco com ponto de interrogação era fatal. O amarelo, o azul e o verde escapavam janeiro a fora. Se, com interrogação, branco viesse, em branco ficaria até março. Vermelho de raiva ou verde de vergonha.
Branco com cinza no céu ... hum, dava transparente, na rua. Em branco não passava. Nem o branco dos olhos, nem o branco da pele. Branco também lembrava tubo. Tubo branco que em branca pele protegia do amarelo. Aquele ali no azul. Bom colocar a mão no branco e na branca. Espalhar bem para não ficar vermelho.
Branco passou a dizer: "Cheguei!". No escuro, quase tudo preto, poucos gostavam de branco. Agora o medo era dar branco quando deveria dar presente. Complicado. Branco vinha acompanhado de bronca. Não tinha jeito. Branco também era sonho. Sonho de amor com branco, preto, arroz e "Sim! eu aceito". Outro sonho branco era jaleco. De curar, de ensinar ou de voar. Branco com capacete. Lá longe, tentando achar o amarelo e o azul. Aqueles mesmos ... Branco cada vez mais sonho.
Teve gente que se perdeu no branco. Não branco no azul e no amarelo, mas branco que mata. Aos pouquinhos. Insistiam em sentir o perfume do branco. Perfume de morte embalado em sonho branco. Muita gente nunca voltou deste branco. Gente que entrou numa tranca, porque diziam que só levavam o branco. Não sei. Triste branco.
De repente um branco que enrola um rosinha, quase choro. Pelo branco não mas pelo rosinha que chora. Noites em branco. Olhando e cuidando para o rosinha não ficar branco. Cuidando para não ficar azul, vermelho nem verde. Rosa, não pode outra cor. Senão corre e chama outro branco, o do negócio preto no pescoço. Aquele que manda dizer "ahhh!".
Agora medo é do branco no banco. Passa finais de semana em branco, longe do bando, para evitar o banco. Medo. Rosinha já deixou o branco. Usa todas as cores, mas reluz lindamente ao branco dos meus olhos. Medo de passar em branco. Agora o branco dos olhos do que fora rosa não entendem o branco dos olhos meus. Bronca certa. De novo, vermelho de raiva.
Branco onde antes era preto. Começa aos poucos. Fio ante fio. Primeiro disfarça, compra preto. Passa. Depois aceita, engana que branco realça o verde. Olho.
Agora que branco voltou. Não dá para negar. Quero mais branco. Chega de cores. Cansado. Se passar em branco, ninguém reclamará. O branco carrega o peso das outras cores. Agora deixam-me em meu branco. Mal-de-branco. Agora dá sempre branco. Com tudo, com todos. Nem os que rosa foram, envoltos nos meus brancos, conseguem me ver longe do branco. Não adianta o vermelho de raiva nem o verde de vergonha.
Os brancos esperam pelo preto. Definitivo. Sonham encontrar tudo branco com um senhor de branco e com asas brancas. Sonho branco que desfarça o medo do preto. Branco agora pesa. Tem todas as cores. Passado passou. Agora último branco ... dos olhos dos que rosa foram, envoltos em lágrimas que levarei para o branco. Ali perto do azul e do amarelo. Um último pedido? Chega de branco. Quero todas as cores sobre mim. Do Azul ao Carmim, todas. Esparramadas enquanto embarco quem sabe para onde? Quem sabe com quem? Sei apenas o porquê: porque sim!

Ecos e reflexos

Que somos um amontoado de experiências disformes e conjecturas desancadas entrelaçadas, mal e porcamente, por uma coisa chamada tempo, é certo. Que este tempo é construído através do pesar dos segundos sobre o penar dos nossos ombros, também. Mas existem coisas que nos são proferidas e que tem o poder patológico de penetrar nas experiências e afetar as conjecturas de uma forma que o tempo apenas poderá diluir, embora jamais purificar. Não são palavras, são adagas que te corroem a alma e alcançam tua tez, fazendo com que este ser humano, construído sobre sólidos alicerces, torne-se um amontoado desancado de revolta e raiva. Como isso é possível? Porque, de alguma forma, somos feitos de espaços que, ao não serem preenchidos, nos fazem parecer um Empire State sobre dois cavaletes. Quem nos ama, conhece nossas fraquezas e reconhece esses espaços sem dono nem razão. Atingí-los não é problema. Por isso somos vulneráveis no amor. Quem não nos conhece tenta, desatinadamente, através de saraivadas de impropérios atingir as vulnerabilidades. Às vezes acertam. E só Deus sabe o esforço que é conter o grito dentro de nossos lábios e as chamas dentro de nossos olhos. Corrosão de indignação e explosão de revolta contidas pela vontade de não permitir mais dor. Apenas lembre que toda busca desenfreada por fragilidades com o intuito da agressão obedece ao padrão psicológico reconhecido pelo agressor. Em realidade, o agressor sempre procura atacar com aquilo que ele julga mais violento. Ele ataca com a sua dor. Com as suas experiências. Com as próprias chagas. Isso não diminui nossa dor, mas pode oferecer uma maravilhosa linha de compreensão e contraposição. Apenas saiba que a diferença entre a vespa e a rosa não é a dor, e sim a natureza da picada.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Baboseiras

Depois de me achar por demais profundo e tautológico eu resolvi escrever sobre bobagens. Não sobre política interna brasileira, nem sobre política externa americana que são bobagens muito grandes. Não podia ser sobre fidelidade masculina nem sobre idiossincrasias femininas, que não terminaríamos de escrever de tanta bobagem. Não podia ser sobre fatalidades sexuais dos homens e nem sobre rompantes sentimentais de mulheres. Nada sobre a pobreza de espírito da elite ou sobre a solidariedade do povo. Assim, pensei em escrever sobre o porquê a grama cresce. Um tema muito recorrente nos pensamentos dos completamente sem nada para fazer ou pensar. Definitivamente, essa não é minha condição atual, mas pode servir como um excelente exercício. Então vamos à pergunta: Porquê a grama cresce?

O biológo - A grama cresce porque é um ser autótrofo e depende apenas de luz solar, água e poucos nutrientes para reproduzir-se e ser utllizada como alimento para uma vasta cadeia de animais. Mantendo ascendente o fluxo de energia nos níveis tróficos.

O psicólogo - A grama cresce em função da punção de vida que existe em demasia fazendo com que o ser, no caso a grama, projete o seu interesse de existir, no sentido kantiano, acima de morrer, no sentido sartriano.

O advogado - Não há lei que proíba o crescimento mas, em caso de estar incomodando podemos tentar processar por dano moral, na medida que esses indivíduos normalmente escondem muitos cocôs que acabamos por pisar.

O engenheiro - Cresce porque a área lhe permite na mesma proporção que a energia depositada pelo sol pode ser reconfigurada em matéria orgânica onde podemos inclusive medir a massa. Mas se não for isso, avisa que a gente refaz os cálculos.

O estudante - Olha, se ela cresce deixa ela. Ninguém tem nada a ver com isso!

O maconheiro - Cresce para esconder a erva brow. Essa é única e efetiva razão. Pior é que Às vezes cresce mais que a erva e eu acabo fumando grama mesmo. Até dá um certo barato.

O político - Cresce porque o povo brasileiro, com o sentido de coletividade, através do pacto social não suporta mais que não cresça. Todos queremos o milagre do crescimento. Mas o mais importante é a divisão. Da propina, dos lucros ilegais, das culpas etc.

A loira - Na real, cresce para que eu não arranhe muito as costas quando eu vou para o campo. Exatamente como a toalhinha, na praia ...

A síndica - Cresce para que o inútil do zelador possa tirar dinheiro do condomínio e para que os moradores possam levar os seus inúteis bichinhos de estimação para fazer as inúteis necessidades. Ô gente inútil.

O zelador - Cresce para que a ditadora da síndica possa me incomodar todos os dias querendo que eu regue e corte tudo. Inútil porque cresce de novo.

O jogador de futebol - Cresce ali onde o zagueiro não vai, então é por ali que eu vou. Pode ver que onde o zagueiro vai a grama não. Isso até tenho que dizer para o professor ... porque o importante são os três pontos.

Como eu disse só bobagem. Idiotices, mas com uma lição importante. Com ou sem bobagem, com ou sem sentido, como ou sem que notemos a grama continua crescendo ...
Exatamente como o tempo, inexorável.

terça-feira, setembro 20, 2005

Em tempo de guerra ...

Tem coisas que a gente aprende com o tempo, outras que aprende apanhando. Definitivamente a arte da esquiva através das palavras requer um certo conhecimento de filosofia, raciocínio rápido e reflexos mais ainda. Normalmente depois de uma maravilhosa "paulada" no ego vem uma velocíssima "mão nazoreia" que, se te pega, simplesmente te mata. Tá bom, exagerei mas um telefone ocupado e um "nunca mais reproduzirás comigo!" é certo. Inteligência nos ajuda em diversos pontos, mas o uso dela é algo temerário em alguns momentos. Ciente disso, esse guerrilheiro do coração utiliza, de vez em quando, a internet para evitar os choques físicos e manter a pontaria. Era muita prepotência. Demais. Mas aí a gente baixa do jeito que pode, sem perder a classe. Lembrando do grande Che "iHay que endurescer-se pero sin perder la ternura jamás!"

A gata - Jesus resolveu ser generoso contigo ...
O príncipe - Como?
A raposa - (É um xaveco imbecil, deixa que eu resolvo!)
A gata - Me colocou no teu caminho.
A raposa - Putz ...
A gata - Tu estavas imerso na escuridão.
A raposa - Isso se chama generosidade no teu mundo? Para mim é Karma. Em relacionamentos eu sempre tenho que me ferrar. Eu sempre pego a mais feia, a mais burra e a mais complicada. Sempre!
A gata - Pois é, mas um dia Deus olha para a gente, e chegou o teu momento.
A raposa - Sério? Tu falou mesmo com a Luana Piovani? Ela está caída por mim?
A gata - Não, ela decidiu que iria se afastar, porque não tem como concorrer comigo. Desistiu coitadinha.
A raposa - Viu, é o tal Karma. Diz para ela que eu não pego só mulher feia. Que tu foi uma exceção. Concordo que uma exceção bem elucidativa, mas foi uma exceção.
A raposa - Luana!!!! Luana!!!!
A gata - Sim, chegamos à conclusão que este teu tempo passou. Entraste na era das Deusas, começando comigo.
A raposa - Sério?! Que bom. Agora me diz onde estão elas? As deusas? Rápido antes que alguém pegue ...
A gata - Esta que vos fala, abriu a tua temporada.
A raposa - A é? Então chama a baranga que tava falando comigo até agora que eu mesmo quero avisar para ela. Para que ela não sofra, muito ...
A gata - Palhaço!!

Ufa! Passou perto, mas prepotência não dá ... Senão imagina como a Catherine Zeta-Jones ia falar comigo?

A genética do "ovo"

Estava eu a ler coisas sem sentido e sem nexo. Daquelas que você classifica como conhecimento inútil, mas que no fundo nada tem de inútil. Li em algum lugar que os macacos tem 99% de genes iguais aos nossos. Essa notícia não me deixou nada feliz. Quer dizer que por uma sorte muito grande eu não gosto de me balançar em árvores e comer banana? Se eu tenho 99% quanto tem a Carla Perez? E o Juan Palysser*? Quando se juntam dois seres de mais de 99% de similaridade genética com os macacos pode sair uma lesma?
Essas perguntas acabaram me acertando em cheio e, como não sei muito de genética, apenas pedi que me informassem, num site especializado, quantos neurônios representam esse 1% de diferença. Sim, porque no mesmo lugar dizia que as mulheres tem 10.000.000 de neurônios a menos. Eu queria saber o se isto nos aproxima ou distancia dos macacos ...
Isso não é ofensa, de forma nenhuma, até porque, gostando ou não, temos que nos acostumar com o parentesco genético com os símios.
No mesmo momento eu estava teclando com uma dessas coisinhas. Lindinha, sensível, "queriduxa". Resolvi pesquisar in loco a tese da genética "macaquiana"

A rosa - Passei o dia inteiro pensando no que tu me disse ontem ...
O príncipe - E?
A rosa - E o quê?
O príncipe - Pensamento gera conclusão. Eu quero saber a conclusão ...
A rosa - Ainda não gerou. Está em processo. Desculpa mas o HD é fraquinho ...
O príncipe - (putz!)
A raposa - Não é o HD é o processador (antinha!)
A rosa - Ué?! Então o HD guarda as informações e o processador "processa"?
A raposa - Sim.
A rosa - Oba!!! Consegui!!
A raposa - Tu é um gênio. Calma que eu estou ligando para a NASA, para te conseguir um emprego.
A rosa - Viu? É devagarinho mas pega no tranco ...
A raposa - Eu vou dizer para a NASA, depois de mostrar essa conversa, que em vez de mandarem os macaquinhos para o espaço ...
A rosa - ...
A raposa - Eles podem te mandar e guardar os macaquinhos para coisas mais difíceis e complicadas ...
A rosa - Informática é um grande conhecimento para as mulheres. E quanto aos macaquinhos pode pedir para mandarem para ti. Para te fazer companhia daqui para frente, já que são mais espertos que eu ...

Nesse ponto, muito mais espertos até ...
Mas, na real, ainda ficou braba. O problema da genética me revelou que têm menos neurônios e mais irritabilidade comprovada. De novo a pergunta: Isso afasta ou aproxima? Será que os macacos não inventaram o Linux para dominar o mundo?


*Se quiserem saber quem é a peça, olhem no orkut por esse nome. Atentem para o profile ...

segunda-feira, setembro 19, 2005

Doce ou Travessura?

Eu tenho um amigo que é uma flor. Mas não como vocês estão pensando. O cara é macho. Mas é de uma educação e sensibilidade que beiram a doença. Nada afetado, eu diria, mas até coçar o saco (pedra de toque da masculinidade pampeana) ele não faz se tiver alguém vendo. Cândido. Cortês. Solícito. Daqueles que em Bagé não teriam dúvidas: Baitola.
Como não quero dar falsa impressão, repito. O cara é macho.
Chegou preocupadíssimo aqui em casa e eu tentei entender:

O gandhi - Tenho que te perguntar algo
O príncipe - Fale ...
O gandhi - É algo pessoal.
O príncipe - Está grávido?
O gandhi - Não, não é isso.
O príncipe - Então fala e não enrola!
O gandhi - Mulher gosta de ouvir bandalheira na cama?
A raposa - Não! Gosta de ouvir quando está, digamos em processo de reprodução, não importa se na cama ou não ... Aliás, na cama o bom é ouvir Enya para dormir, mas infelizmente eu não entendo o que ela fala para saber se é bandalheira ou não.
O gandhi - Sério, estou precisando de uma luz ...
O príncipe - Desculpe, algumas sim ... mas elas normalmente pedem e tal. Porquê?
O gandhi - Estou saindo com uma que me pediu ...
O príncipe - Então tudo tranquilo, não tem problema ter dito. Ela gosta ...
O gandhi - Eu sei ... não foi isso. É que ela começou dizendo.
O príncipe - E o que ela disse?
O gandhi - (pronfundamente constrangido) Ela disse: "Mete seu canalha filha-da-puta, mete esse caralho nessa buceta até me arrebentar. Anda veado de merda, come essa tua putinha!"
O príncipe - Uau!
A raposa - Digamos que a moça tem um vocabulário bem chulo. E sabe usar, te lembra de não discutir com ela em público. Mas e daí?
O gandhi - Eu fiz uma força para conseguir terminar o sexo. Não estou acostumado, sabe?
O príncipe - Tudo bem ... você acostuma.
O gandhi - Acho que não ... Ontem, por exemplo, ela insistiu que eu dissesse. Insistiu muito. Muito mesmo. Eu não pude resistir
O príncipe - Tudo bem, é só mandar ver. Xinga mesmo, imagina o teu time perdendo na final da libertadores por causa do juiz e tu tento um "tête-a-tête" com ele.
O gandhi - Não é tão fácil. Ela me agarrava e dizia: "Me xinga seu corno, me xinga seu bixa, me xinga seu veado!"
O príncipe - E o que disse?
O gandhi - A pior, ou melhor, a única coisa que veio na minha cabeça, na hora ... eu disse, bem alto, com toda a minha força: "Bobalhona!!! Anda bobalhona!!!"
A raposa - (Rolando de tanto rir!!)
O gandhi - Ela parou tudo e começou a rir, desesperadamente. Fiz mau?
O príncipe - Capaz ... digamos que ela queria algo mais picante mas vou te dar o telefone de um amigo meu, tu fala com ele que ele te explica como funciona isso ...

Dei para ele o telefone do Advogado, que vez por outra aparece aqui no blog. Sinceramente ... "Bobalhona!" até eu rolava de rir ...
Bobalhona não dá. De jeito nenhum. Culpa da mãe dele. Educação demais. Pais separados.
Desculpa? Não, pena mesmo ...

Telhado de Vidro

Ou parece que alguém lá em cima não gosta do Sr. George Bush, por algum motivo que não sei qual é, ou os americanos definitivamente não se dão bem com furacões femininos. No tempo do Clinton foi o furacão Mônica Lewinsky agora teve o Katrina e vem por aí o Rita. Definitivamente, "aqui se faz, aqui se paga". A questão é saber quem paga o quê por quem ...
Mudando de saco para mala, acho que os meteorologistas são os homens mais sensatos do mundo, resolveram fazer uma homenagem aos furacões dando-lhes nomes femininos. Sim porque por maiores que sejam os estragos que eles fazem, o poder destrutivo das mulheres ainda é maior. Olhem New Orleans e imaginem colocar cartazes pelo mundo todo dizendo: "Oferta de todos os gêneros comerciais em New Orleans!". Acho que elas chegariam bem perto ...
Sem falar no rebuliço em nossas vidas ...
Bom, mas aí é outra história e ainda não me atrevo a falar nisso!

quinta-feira, setembro 15, 2005

Filosofia com contreau

Hoje me perguntaram a velha e batida pergunta de adolescência. Daquelas perguntas que vinham em questionários intermináveis feitos em cadernos de alguma guria. Me perguntaram: "Se você fosse um animal, qual seria?". No mesmo momento me veio a idéia da águia ou do tigre. Animais que habitam o imaginário totalmente infantil dos homens. Sinceramente não sei bem o porquê. Talvez pelo fato de serem predadores, os homens temos essa vontade de sermos eternos matadores. Mesmo desdentados e brochas ainda fazemos aquelas carinhas de "Vem cá que eu te agarro!" para as menininhas em locais públicos. Essa cara é frequentemente reputada como um exemplo de descontextualização e muitas vezes causa repugnação nas meninas. De certo até é repugnante, mas nunca descontextualizada. Os veinhos ainda se acham "tigres" e "águias" não adianta ir contra. Depois pensei num animal mais útil, tipo cachorro ou cavalo. Mas fiquei pensando que vida eu teria com alguém montado nas minhas costas ou tendo que ir ao veterinário colocar o termômetro! Definitivamente não. Mas a pessoa insistia numa resposta.
Surgiu:

O príncipe: Eu seria uma tartaruga.
A menina: Uma tartaruga?
O príncipe: Sim.
A menina: Porque?
O príncipe: Para começar ela viveria mais de duzentos anos, estaria adaptada a este clima desgraçado, pois não sente frio, já que é pecilotérmico.
A menina: Pecilo o quê?
O príncipe: Animais que tem sangue frio.
A menina: Ahhh. Bom mas a tartaruga se mexe muito devagar, é repulsiva ...
O príncipe: Sim mas ela não tem quase nenhum predador, tem um casco extremamente resistente e, ao que eu saiba, não sofre de enxaqueca.
A menina: Mas é sem graça ...
A raposa: Pode fazer sexo por mais de 20 horas consecutivas, sem problema de ereção!
A menina: Nossa!
O príncipe: (tinha que apelar? tinha?)
A menina: Bom animal ...
A raposa: Viu?!
O princípe: (putz)

Definitivamente uma tartaruga, até para ter tempo de falar com essa gente. Às vezes me sinto um "estrangeiro, passageiro de algum trem". Acho que ela queria algo ... Perguntei qual o animal que ela queria ser.

A menina: Um golfinho!
O príncipe: Legal, mas porquê um golfinho?
A menina: Porque adoro peixes, inclusive é meu signo, e acho que as baleias são muito gordas. Eu não quero ficar gorda!
O príncipe: É ...

Segundo a raposa, ela tinha que ser um animal exclusivamente para reprodução.

quarta-feira, setembro 14, 2005

Psicotrópicos

Que maconha que nada ...
Cocaína? Não, nada disso.
Agüenta 40 graus de febre embolotado na cama e tu vai ver homenzinho verde por todos os lados!
Eu passei a noite conversando com um dedo. E não era meu. Aliás, não sei de quem era o dedo. Mas era bom de papo. Divertido e acusador. O problema é que pela manhã ele tinha sumido. Não sei onde o dedo ficou. E nem me deixou telefone, ou qualquer outra forma de contato. Delírios de febre são melhores que substâncias proibidas. A viagem é mais interessante e não deixa traços de poluição no teu organismo.

Dobrando o cabo da Boa Esperança

Hoje eu me dei conta que estou quase nos "inta". É sério, mais dois anos e a coisa vira de casa. Fazendo um balanço de tudo acho que "até aqui tudo bem". Tenho minha liberdade conquistada, sou um cidadão de bem, nunca roubei, matei ou coisa parecida. Tenho grandes amigos e grandes inimigos, tenho grandes amores e inúmeras desilusões. Tenho uma carreira profissional consolidada, tenho propostas de trabalho em outras áreas. Tenho ousado bastante no que diz respeito aos meus objetivos pessoais. Não tenho filhos. Ainda. Meu corpo ainda funciona bem. Joelhos, coluna, ombros. O cérebro e o pênis se alternam nas decisões pessoais. Ambos funcionam bem. Com alguns percalços. Do cérebro, é claro. Entretanto, posso notar que os anos vão se indo. Foram duas chuvinhas e cama com febre. Calafrios e tudo. Me lembro da época em que tomar banho de chuva era um prazer e nunca uma preocupação. São os radicais livres. O organismo vai se debilitando. Eu noto, ele nota e nós chegamos a um acordo tácito. Banho de chuva não mais. Futuramente ele me dirá que muita cerveja gelada não vai dar. Depois que um vento encanado vai botar o velhinho de cama. E quando a situação estiver quase insustentável eu ouvirei gente dizendo: "Bota o casaco vovô, vai gripar. O senhor sabe que não pode sair assim". Espero que estas vozes realmente me amem e que se lembrem que por detrás desta carcomida carcaça que sucumbe à intempérie tem um indivíduo que viu muitos nascer e pôr-do-sol, pensando em como poderia ser um ser humano melhor. E que a vida ensina que quanto mais o tempo passa mais os olhos enchem-se d'água. Pelas coisas boas e pelas ruins. Ao invés de anos, poderíamos medir a vivência das pessoas em litros de lágrimas. Espero chegar a ouvir as vozes da caduquice com vários galões de lágrimas derramadas. E "quando enfim a vida me quiser levar, pelo tudo que me deu," que eu possa dizer vou-me sem medo do que fiz e sem receio do que não fiz. Vou-me apenas. De braços abertos para o infinito e olhos fechados para o mundo. E que digam: "O mundo sentirá falta dele."
Presunção? Não. Devaneio com pedido veemente à tudo o que é mais sagrado que isso possa se realizar ...

terça-feira, setembro 13, 2005

Elefantes no sofá

Um elefante incomoda muita gente ....
Tem coisa pior que amigo mala? Sim, porque é amigo não dá para chutar. Porque é mala não dá para agüentar. Aí fica-se num chove-não-molha, num frita-o-peixe-e-olha-para-o-gato não sabe se vai-ou-se-fica. Um inferno. O relógio vai se mexendo e o amigo não. A comida vai sumindo e o amigo não. Os programas vão ficando chatos e o amigo fica mais. A gente levanta, vai no banheiro, boceja e nada. Impassível. Quase uma estátua de mármore. A gente levanta e começa a arrumar a casa, lavar a louça e, de novo, nada. Solta um: "Aaaai, ai que sono ...". só para ver se a coisa engata. E engata mesmo. O amigo resolve puxar aqueles papos de final de festa. Existencialismo barato misturado com fatalismo niilista e com pitadas de auto-piedade piegas. Responder monossilabicamente não irá adiantar. Retire o controle remoto de perto dele. Estranhamente o controle remoto da TV parece uma forma de aceitação tácita de que não se está incomodando. Repito, retire o controle remoto. É o primeiro sinal. Boceje muito, mas muito mesmo. Se não resolver, passe para o plano "trash", "pesque" no seu próprio sofá. De preferência em posição visivelmente incômoda. Balance muito a cabeça, é para ser teatral mesmo. Se for verdade, ronque! Você está em casa ora!
Entretanto, tem alguns que ainda assim não se mancam. É terrível. A solução é difícil. Tem que ser algo sutil e educado. Direto e firme. Não pode ser agressivo nem conter alguma coisa que possa destruir a amizade.

O mala: Pois é ...
O príncipe: Ahhh ... (espreguiçando-se)
O mala: É ... (pegando o controle)
O príncipe: (ferrou!!!)
A raposa: Bom ... Vamos dormir que as VISITAS querem ir embora!! Beijos para todos, deixem as visitas irem para a casa, por favor. (levantando-se rapidamente e apertando a mão da mala!)
O príncipe: (sutileza paquidérmica!)
O mala: eheheh, boa essa! (Sem mexer nada do corpo ...)
O príncipe: (Depois de algum tempo) Toma aí uns cobertores ... até amanhã.

Não adiantou. Precisamos aprimorar a técnica. Não vale chute nem joelhaço. Alguém tem alguma idéia?

segunda-feira, setembro 12, 2005

Corrupção

Todo brasileiro deveria, dentro do cenário atual, colocar a mão na consciência e fazer uma séria pergunta:

A raposa: Mãe ... tu não tá metida em nenhum escândalo de corrupção?

Só para evitar surpresas desagradáveis ...

Sarajevo

Depois de muito refletir, descobri que a única paz que o ser humano realmente precisa é a paz intestinal. Caramba, não dá nem para pensar em em guerra quando a caganeira bate ... só um pouco.

Voltei! É algo desesperador. Anti-social e totalmente vexatório. Você fica parecendo o gasoduto Brasil-Bolívia e sem técnico para possíveis vazamentos. A pressão abdominal é pior que mineirão lotado assistindo Brasil x Peru pelas quartas de final com eles ganhando de, um minuto por favor ...

Quase não dá para escrever. Onde estávamos? Ah, sim com eles ganhando de 3 a 0. A barulheira é pior que a pior banda de punk-rock que você já viu com o problema de, de repente, o barulho solidificar-se nas roupas íntimas. Não é muito correto falar em solidificar, seria melhor ... Ai!!!

Desculpa, digamos que "soltei demais". Mas eu lavo tudo, sempre. Inclusive a mão. O correto não seria solidificar e sim "embarrar".
Uma pergunta me corrói o interior se é que isso ainda é possível. Porquê toda embalagem de papel higiênico tem a foto de um filhote muito fofo? Estariam eles lançando uma campanha "sub-liminar" para que as pessoas limpassem o fiofó com um filhote daqueles? Em sendo esse o objetivo como ficariam as sociedades protetoras dos animais? E o conselho nacional de medicina?
A coisa está ficando ruim de novo ... acho que não vai dar para terminar o tex

domingo, setembro 11, 2005

Silêncio

Um minuto de silêncio pelas vítimas do maior atentado terrorista da história. Isso inclui também os bravos terroristas que buscaram num ato cabal dar som, cor e sangue ao que o mundo e a história recusam-se a aceitar. Que a homogeneização dos interesses econômicos está transformando o mundo num lugar de insanos fanfarrões de imensas posses econômicas e sem posse alguma de escrúpulos. Os povos sofrem num silêncio enclausurado pela mídia. Talvez as explosões do WTC possam quebrar o monopólio das razões ocidentais. Ato terrorista? Busca desesperada por sentido para o mundo?
Deixo três frases para reflexão:

"Violento é o rio ou violentas são as margens que contêm este rio?"
Bertold Brecht

"Eles existem porquê matam. Eu existo porquê me mato ..."
Inscrição num muro em Beirute, atribuída a um poeta palestino

"What could do a man against so reckless hate?"
Theoden King, O senhor dos Anéis - As duas torres

sexta-feira, setembro 09, 2005

Farol

Já leram "O velho e o mar"?
Pois me sinto um pequeno barquinho à remo no meio de um tsunami. Um não, vários.
Neste momento o que vale mais para poder se safar das ondas?
A força do remador?
O tamanho dos Remos?
A experiência do remador?
A ajuda dos Deuses?
A sorte de não pegar as ondas de frente?
O tempo da tormenta?
A resistência do barco?

Me ajudem dando idéias, por favor ...
O dia ainda não raiou e a coisa está feia ...

quarta-feira, setembro 07, 2005

Interpol

Me tornei um criminoso internacional. Visitei a Argentina nesta última semana e quando estava no avião uma linda aeromoça me avisou em espanhol: "Senhor não podes entrar na Argentina com nenhum tipo de comida, doce ou refrigerante."
Neste momento escondi no fundo do bolso uma barra do ilegal Charge. Quando desembarquei, suava frio pensando em ser "arrestado por la policia" pela barra de chocolate. Mais perto da aduana eu fitava os funcionários e pensava num filme de James Bond. Medo. Me pediram os documentos. Me perguntaram sobre entrada com coisas ilegais. Menti. Era importante a barra de chocolate. Estava no bolso. Pretendia defender com minha própria vida. Pensei que se me descobrissem, eu correria por cima das malas, chutando tudo e cruzaria a aduana dizendo: "Ahora no me pégan miseraviles!!" e as balas correndo pelo aeroporto. Mercadoria de primeira. Com prazo de validade e tudo. Eu tinha um receptador pronto. Era só passar a aduana. Me devolveram os documentos. Carimbaram meu passaporte. E a barra estava lá. No fundo do bolso, quase derretendo. Mas ainda lá. Cruzei os limites do aeroporto. Busquei o meu contato. Ele estava disfarçado de menino com vontade de comer chocolate. Nem parecia um receptador treinado de uma rede de tráfico de chocolates. Era um menino. Fiz a transação. Rápida. Silenciosa. Vendi o chocolate. "Queres un doce?" "Sí" me respondió lo pequeño. "Te daré por dos pesos".
Lucro da transação ilegal: Vinte e cinco centavos. Isso me torna um traficante internacional. De chocolates. Procurado. Perigoso. Astuto. Com este lucro creio que as coisas vão me "salir muy buenas". Ahora me preguntán porqué no coloco photos en mí blog. Les respondío a todos. Soy un hombre procurado por la policia internacional por tráfico. Desculpen ahora, más que nunca, nádie podrá ver mí face. Gracias a todos e saludos!

sexta-feira, setembro 02, 2005

Ofensiva meteorológica

O governo americano ficou impressionado com o F5 que destruiu New Orleans. O furacão de nível máximo, também conhecido como "Dedo de Deus", dispersou a mesma energia de uma bomba H. Logo após o presidente americano deu o seguinte pronunciamento:
O imbecil - "American citizens, hoje nosso país foi atacado covardemente por forças meteorológicas muçulmanas. New Orleans foi o primeiro alvo. Vamos retaliar imediatamente. Já foram mandados quatro porta-aviões nucleares para arrasar o Iraque, o Irã e terminar com o Afeganistão. A liberdade da América foi atacada. Nosso governo que sempre primou pela defesa do nosso território através de ações lógicas está mandando outro porta-aviões para a Venezuela. God bless america!"
Uma repórter - Presidente porquê a Venezuela?
O imbecil - "Faz parte do mundo muçulmano."
Uma repórter - A Venezuela?
O imbecil - "Sim ... tem grandes reservas de petróleo."

Atração fatal

Que o Brasil é o país do futebol poucos discordam. Agora, que eu precise às três e meia da manhã levantar sonolento e tentar fazer gol com a cadeira da sala, estrategicamente postada para ser atingida, com toda a força, pelo meu mindinho do pé direito, isso o meu traumatologista discorda. Mas que foi um belo chute, isso foi. à la Roberto Carlos. O grito à la Galvão Bueno ...