quinta-feira, setembro 29, 2005

Castelos de Areia

Estava eu a pé voltando do trabalho e aproveitando um dia maravilhoso se terminava os seus agradecimentos num final de tarde não menos exuberante. Fitava o horizonte esperando o aconchego do sol, aquele momento mágico que nos faz pensar em tudo como se o tudo fosse apenas aquele momento. O vento batia em meu rosto jogando meus cabelos para trás e, por um momento, eu me abstraí do movimento urbano caótico que me cercava. Imaginei-me numa praia com aquele clima, aquele vento, aquele horizonte. A fantasia foi tão forte que eu pude sentir a areia em meus pés. Aquela sensação indescritível ...
Mais algumas ondas quebrando sobre meus pés e, de sopetão, uma buzina. Mar não buzina e siri não faz aquele barulho. O sonho esvaneceu-se sobre meus pés e levou inclusive a areia. Nestes momentos perguntamos "Será que foi só isso que a vida me reservou?". Sonhos dourados de uma existência pacata, com a felicidade me cercando por todos os lados e a compleição me ungindo com mais alegria. Às vezes penso que sou um indivíduo condenado a levantar bandeiras por toda a eternidade. A lutar sem tréguas batalhas muito grandes, todos os dias. Chega um tempo que, mesmo com vitórias e reconhecimento, os guerreiros querem virar camponeses. Tenho pensado muito sobre esse momento.
Se, porventura não todos, quantos de nós já não nos perguntamos isso?
Pensei que a pergunta correta não é sobre o que a vida me reservou e sim o que de mim eu reservei para minha vida.
Quero sentar com minha pazinha e meu baldinho e brincar na praia ...

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