segunda-feira, maio 30, 2005

Ervilhas

Gostosa parece o adjetivo da vez. Claro que por si só não tem muito significado. Gostosa pode ser desde uma tremenda cantada (a dois, olho no olho, dito baixinho, com vinho e U2 tocando ...) ou uma proposta de briga (às 4 da manhã saindo de uma festa e o cara estando completamente bêbado). Tudo depende do momento e da entonação. Não muito diferente do resto todo, aliás.
Ouvi esse adjetivo numa rua hoje à tarde e parei a pensar sobre o que realmente era isso. Mulher bonita? Não. Pode ser bonita sem ser gostosa olha o exemplo da Ana Paula Padrão. Sexo não dá. Imagine um "Boa Noite" daqueles no início e um no final, brochante!. Isso, nós homens, chamamos de sal. Tem mulher que tem e outras que não. É da vida. Sem desmerecer ninguém, claro. Existem mulheres "gostosamente" inteligentes, "gostosamente" simpáticas, "gostosamente" ingênuas e por aí vai. Todo mundo tem um lugar ao sol.
Todo mundo? Não! Tem uma pequena parcela de mulheres que são realmente insossas. É horrível, não é nem falta de sal. É como cerveja sem álcool ou perfume francês comprado no Paraguai. Nada, em essência nada. Normalmente elas aparecem com lencinho de bolinha amarrado espalhafatosamente no pescoço, tem cabelos de cor nenhuma (nem cor natural nem o mínimo cuidado com o retoque da pintura), unhas descascando o esmalte, bota curta na canela fina (parece um badalo de sino) e tem uma voz fina e esganiçada. É pior ainda. São profissionais frustradíssimas, com um desespero sexual quase doentio e não conseguem se comunicar direito. O panorama é realmente trágico. Um amigo patenteou-as brilhantemente como ervilhas. Vamos falar sério, não existe nada mais sem graça do que ervilhas. Só comemos no meio de alguma coisa (cachorro-quente), com molho (onde elas ficam escondidas) ou sem se dar conta. Exatamente como essas pobres mulheres. Uma ervilha é verde mas não tem suco, nem é doce. É redonda mas não da para jogar futebol com ela. E não serve nem para jogar em alguém, tem uma péssima consistência e horrível aerodinâmica, experimente!. Nunca vi ninguém dizendo: "Mamãe, por favor me compra aquela lata de ervilhas" . Não tem doce de ervilhas. Nada. Pior até do que alface que pelo menos dá sono. Sim existem mulheres assim, acreditem. Mas elas estão terminando e não graças a Deus. Graças a Darwin. Teoria da evolução das espécies. Elas não conseguem reproduzir. E nem o álcool ajuda. Não adianta. Pelo menos no compto geral a natureza acaba se ajustando e seguindo seu curso normal.

domingo, maio 29, 2005

Flower by Kenzo

Os homens, de uma maneira geral, passam por estágios de sensibilidade diferentes. Uma amiga diz que não. Que a sensbibilidade do homem é semelhante a um paquiderme bêbado. Tenho que discordar. A própria idéia de sedução também vai amadurecendo. Lembro-me "da aurora de minha vida" quando leves decotes ou meninas de biquini nos faziam sonhar. Bons tempos aqueles ... No decorrer da vida o homem vai percebendo outras coisas sobre a mulher. E é uma pena que não vivamos duzentos anos para chegar ao estágio de percepção que elas querem! Só o Antônio Banderas ou o George Cloney, estes estão in limine absolvidos deste julgamento.
Quando chegamos à puberdade qualquer provocação, mesmo a mais neutra (pois algumas somente nós homens achamos provocação, para as mulheres é "normal") tem o dom de nos acender. É terrível. Têm mulheres mais maduras que percebem isso e fazem misérias. Eu tinha uma tia postiça que quando eu chegava me recebia sempre sem sutiã. Lembro-me do desespero quando ela se aproximava e do desespero quando ela se afastava. Com leves sorrisos ela me mostrava que sabia da minha perdição.
Os estágios vão se sucedendo. Não com o mesmo tempo para todos os homens. Perfumes, olhares, toques etc. Meu estágio atual é a voz. Uma voz empostada, aveludada, decidida me faz sonhar. Alguém tem esta voz. Um simples "Oi" e a guerra no Iraque estaria acabada. Um "Bom dia amor!" e a fome no mundo estaria definitivamente remediada. Ao menos nos meus pensamentos ...
Os olhos não são os espelhos d'alma? Pois, para mim, a voz é o perfume do coração.

Cabernet Tinto Seco

É impressionante como ainda temos uma série de preconceitos neste mundo. E não falo dos de ordem cultural como raça, credo etc. Falo daqueles fantasiados com o fino véu da ciência. Temos medo do que não conhecemos e isso me parece óbvio. Olhe, óbvia é a sensação e não a causa do medo. "Decifra-me ou te devoro!" Lembram? Sófocles. Desde aquele tempo já se sabia da ignorância humana em tratar com o desconhecido. Afinal, apenas Édipo conseguiu vencer a Esfinge. Todos os outros foram devorados. O pior é que nesta sociedade doentia em que vivemos o medo do desconhecido transforma-se em Hidras e monstros mitológicos. Trocando em miúdos, se você não é compreendido é temido. Acho que isso é, parte por causa da preguiça mental das pessoas em realmente verem por detrás do véu, parte pelo direcionamento "racional" que nossa sociedade tomou.
É perceptível claramente em vários lugares. A Internet é um meio fecundo para análises, afinal ninguém "sério" pode usar a rede para conhecer pessoas, isto só pode ser coisa de gente desocupada ou doente. Este, ao menos é parte do pensamento reinante na sociedade atual. Psicólogos, psiquiatras, e todos os pseudo-conhecedores da mente humana se debruçam sobre estes fatos e reiteram vaticínios pejorativos sobre a rede. Talvez eles se recusem a ver o que realmente está diante de seus olhos. Nossa sociedade se tornou tão injusta, violenta e preconceituosa que estamos todos juntos, mas eternamente separados. Somos um algomerado de almas carentes que buscam uma fagulha de afeição neste gélido mar de desilusão.
Na Antiguidade fizeram Sócrates beber sicuta, na Idade Média queimaram Giordano Bruno por suas idéias sobre o Heliocentrismo e hoje, quantos queimamos? E simplesmente pelo medo do incompreesível ...
Vinho velho em garrafa nova

sábado, maio 28, 2005

Chandelle

Algumas coisas exercem um poder no imáginário masculino que, muitas vezes, transcendem à racionalidade. Na minha infância a Gretchen cantando Piripimpim (ou algo parecido, pois não me recordo da melodia) me fazia ficar suando, com batimento acelerado e com a boca seca (hoje sei que isso tem nome e não vou dizê-lo em respeito às milhares de criancinhas que lêem este blog). Certo, hoje ela é muito menos bonita do que há vinte anos atrás. O tempo corre para todo mundo. Nós homens só realmente lamentamos que o Richard Gere parece não ter fim!
Existem coisas também que podem transcender o tempo, e inclusive mudar radicalmente de sentido. No tempo em que eu gostava de ver a Gretchen eu também gostava de comer Chandelle. Nossa era muito bom. Todos na geladeira e depois no estômago. Como num passe de mágica. Hoje uma amiga me ligou e disse que estava passando o Chandelle delicadamente sobre os lábios ...
Nâo sei como. Não sei porquê. Comecei a ouvir "oh! mon amour .... Je suis très ..."
Ela me interrompeu. Estava tendo um acesso de tosse, totalmente gripada. Ela jura que não falou o "delicadamante". Então como o Chandelle mudou de lugar com a Gretchen!

sexta-feira, maio 27, 2005

Espírito de Porco

Nós, homens, temos uma inigualável aptidão para trabalhos manuais. Bom, não falo de tricô e crochê, mas marcenaria, eletricidade etc. Entretanto, com o evoluir da ciência existem alguns, digamos, aparelhos que recusam-se a nos obedecer. O meu computador por exemplo, de uns dias para cá resolveu ficar com meus cds. E ficar mesmo! Ele toca e, se gosta, não devolve. Não importa o quanto eu aperte a porcaria do botão. Ele pisca para mim como dizendo: "Não vai levar babaca, não vai!". Hoje à tarde resolvi dar um basta nisso. Usei o maior dos recursos masculinos. Peguei um martelo e me postei diante dele com decisão, quase fúria. A intimidação é uma arma e o martelo ajuda também não é? O bicho ficou mansinho, mansinho. Devolveu meu cd, trocou de cd, tudo maravilha. Quando um programa deu pau ele escreveu na tela: "Caro senhor por incompetência interna estamos solucionando um contratempo espere por favor quinze segundos". O computador começou a passar um vídeo da tiazinha em suas fases mais esplêndidas e eu nem senti o tempo passar. É fantástico como uma dose de masculinidade pode ser persuasiva.
Por outro lado tem um bicho muito antigo que se recusa a ser persuadido. Fui encontrar um antigo cacho (termo terno para sexozinho esporádico e casual sem compromisso nem chateação) e cheguei por trás tasquei-lhe um beijo e um apertão na "porpeta". Imediatamente levei um tapa e um olhar do tipo: "Não vai levar babaca, não vai!". Sorte que tinha levado o martelo ...

Sinal de Fumaça

Recebi uma ligação do banco. Não sei porque ainda me surpreendo com isso. Banco e cunhado quando ligam nunca é boa coisa. Uma voz envolvente do outro lado pergunta se eu sou quem ela quer que eu seja. Desconfio que a própria voz seja uma tática de marketing do banco, em outras situações eu diria tudo aquela voz. Ela calmamente me informou que minha dívida no banco era de mais de dez mil reais. Não sei se o que me revoltou foi a dívida ou a calma da voz. Imediatamente perguntei qual a taxa de juro, indignado. Sinceramente, sempre perguntamos isso e não serve para nada, pois o número que ela, a voz, disser vai ser sempre alto para os economistas, baixo para o governo e ininteligível para você. Entretanto, aquele não era o momento para hesitações com números, respirei, empostei a voz e disse que iria na manhã seguinte conversar com meu gerente. Quero saber porque os gerentes de negociação são sempre homens mal-encarados com voz grave e muito conhecimento de cálculo e os de aplicação (do seu dinheiro) sempre joviais, alegres e que não entendem muito de números mas de sonhos, de felicidade .... enfim.
Acho que vou passar mais longe do banco nos próximos trinta dias, quem sabe eles não me encontram. Já providenciei óculos e barba para que não me reconheçam na rua. É impressionante como ficamos enlouquecidos com contas. Um velho amigo veio me cumprimentar, não o reconheci, e saí mais do que depressa achando que era um dos gerentes do banco. Certamente o de negociação. Eles parecem me seguir. Agora mesmo deve ter um olhando este texto. Não vou dizer o meu nome. Aliás nem sou eu que estou escrevendo. Cortei comunicações por celular ou telefone convencional. Acesso o e-mail de cybercafés, de vários e em diversos horários. Meus amigos se comunicam comigo por sinal de fumaça e parece que vai ter churrasco amanhã. Não sei se saberei diferenciar o churrasco da comunicação, mas vou igual afinal, churrasco não dá para negar. Mas se um gerente for? Essa gente mata por 10.000 reais ... sim, eu vejo isso em filmes toda hora.
Neurose? Não, dívida ....

Dose para mamute

De novo o tema recorrente em 90% do tempo masculino: mulher. Os outros dez porcento a gente divide entre futebol, trabalho e a mulher do vizinho (se é bonita queremos, se é feia sacaneamos o cara porque ele consegue), não necessariamente nesta ordem. Mas elas têm o dom de nos tirar do sério. Olha essa ...
Uma amiga minha começou a brigar com o namorado por causa de uma mensagem eletrônica no seu site pessoal. Tá, tudo bem somos ciumentos mas e daí? Precisa provocar? Parece que o ápice da desenvoltura feminina é gerar ciúmes!
Eles discutiram e eu perguntei a ela, que por sinal é muito perspicaz, como tinha contornado a briga. Resposta dela pra ele: "Se vais ter ciúmes dos recadinhos virtuais, o que dirá dos elogios e cantadas de colegas e amigos no presencial". Pronto, de uma só tacada ela marreteou o infeliz com duas novas notícias: uma que ela recebe cantadas e elogios de colegas e segundo que esses colegas são presenciais! Podes imaginar o que isso significa para um homem ciumento? Acho que todos podemos. O cara montou num porco e o que deveria ser um extintor virou álcool.
A briga parece que foi feia. Teve mordida e dedo no olho ... tomara que acabe em pizza. No final ela ainda completou: "Ele tem que confiar em mim acima de tudo! se me elogiam é pq sou interessante...isso devia ser lisongeador pra ele...". Além do cara aguentar o cortejo da homarada e ter que ficar em paz ele tem que ficar feliz por quererem o pitéuzinho dele, pode?! É dose para mamute!!! Que Deus nos ajude ....

Outro planeta

Acho que somos de outro planeta. Isso não é baseado em nenhuma tese científica, mas na mais pura observação dos fatos. Quando chove, o que invariavelmente acontece muito nesse planeta, nós não suportamos ficar molhados. Ninguém sai se não for estritamente necessário, talvez por isso uma das mais fantásticas cenas de cinema seja de "Singing in The Rain" (lembram? Surreal). Mas a chuva não é a única observação eficaz para comprovar a tese. As mulheres, por exemplo, elas também não são deste planeta. Aliás a coisa é ainda pior. Nós e elas somos de planetas completamente diferentes. Elas acham que cartão de crédito é arma e carro status. No nosso parco entendimento NA MÃO DELAS cartão de crédito é status e carro sim, esse é arma!
Quando elas estão satisfeitas com você não estão com a sua conta bancária ou o tempo que voce trabalha. Se estão satisfeitas com o tempo que trabalha não estão com você fisicamente! A coisa só pode ser de outro planeta. O pior de tudo é que no planeta delas sexo e amor andam juntos para você, mas cada vez mais distantes para elas. E o substantivo traição é sempre abstrato desde que seja feminina e concreto se for masculina.
Pior é que eu me amarro em ET!

O Pequeno Príncipe

O quão longe as pessoas podem ou devem ir por uma imagem?
Sim, o mundo esta cheio delas. Alegres, apelativas, tristes, chocantes etc.
A maioria das imagens procuram falar por si diretamente, sem rodeios. Mas quando uma imagem tem a função de não falar nada? Quanto tempo podemos tentar desvendar o mistério do chapéu ou da jibóia? Será que nosso tempo é marcado pela idéia de que os olhos são senhores do mundo? Percebem tudo? Onde estão as pessoas que podem olhar para um principe e ver uma raposa? Cheguei a uma conclusão: Quando o mundo todo enxergar o elefante dentro da jibóia, gênios serão os que enxergarem um chapéu. Oxalá isso aconteça logo! Estamos precisando ...
E você, o que enxerga?

quarta-feira, maio 25, 2005

No princípio era o verbo

Então ela apareceu ... Um tsunami que passou por aqui.
Seria injusto não começar assim.
Se ela que é ela escreveu quem sou eu para mudar. Fica assim mesmo.
Na realidade singela, na delicadeza das palavras e na direção dos pensamentos eu só tenho que agradecer a ela .... Daniella!
Obrigado pelo parto e pela direção. Ainda cambaleante ando sozinho, mas ao menos tá andando.