quarta-feira, maio 17, 2006

A tal da cama ...

O príncipe: Alô?! Cara podes fazer um favor para mim? (Pelo MSN)
O publicitário: E aí? Claro pode falar ...
O príncipe: Meu telefone tá como um Pai-de-Santo, podes pedir uma pizza para mim?
O publicitário: Sim. Manda o telefone e o que tu quer que eu mando pro teu endereço.
O príncipe: O telefone é XX XXXX-XXXX.
O publicitário: E os sabores?
O príncipe: Izola Bella, Frango Maravilha, Quatro-queijos e portuguesa.
O publicitário: Quatro-queijos, portuguesa e o que mais?
O príncipe: Izola Bella e Frango Maravilha.
O publicitário: Algo normal, do tipo calabreza, nem pensar?
O príncipe: Cara são bons esses sabores, Izela Bella e Frango Maravilha.
O publicitário: Ah, desculpa. Não vou pedir.
O príncipe: Como assim?
O publicitário: É, não vou ligar para um lugar que não sei nem se é pizzaria pedindo um "Frango Maravilha" muito menos essa tal de Izola Bella. Desculpa não tem jeito ...
O príncipe: Como assim, não entendi ...
O publicitário: Isso só pode ser sacanagem tua, não vou pedir. Imagina o que é um "frango maravilha" correndo pelado por aí ...
A raposa: Pede um "Frango Maravilha" com recheio de peperonni, e dos grandes ...
O publicitário: Vai à merda, sabores normais ou não peço ...

No fim acabamos não pedindo mesmo, mas o fato de sempre se ser arriado tem seu preço. Só para constar os sabores existem mesmo.
Num outro dia ...

O príncipe: Cara, deu um pau aqui no meu HD. Vou precisar da tua ajuda.
O publicitário: Deu pau no teu C:?
O príncipe: Vai à merda é sério, acho que perdi todos os dados.
O publicitário: Deixa ver se entendi perdeu tudo o que tinha no teu C:?
O príncipe: Pombas, é sério meu, o que posso fazer? Está dando tela azul o tempo todo.
O publicitário: Então a coisa é séria, teu C: tá com problema e tu ainda tem dado para um azul o tempo todo.
O príncipe: Caramba!!
O públicitário: Certo, certo. Falando sério. Tem que descobrir o que está dando problema,
baixa esse programa aqui. O Sandra2005 ...
A raposa: É sacanagem! É sacanagem na certa ...

Não baixei mesmo. É claro que era sacanagem. Ia aparecer um papel de parede de um travesti e o ícone do meu mouse ia virar uma bimba. Já pensou?
Fez fama? Deita na cama ...

quinta-feira, maio 11, 2006

A outra face

Mundo vasto esse mundo de safos ...
Olhares inóspitos de seres indiferentes.
Onde os valores não se fazem presentes,
O 'esperto' se valhe apenas de um lapso.

Antes fosse toda a matéria o único alvo!
Aviltar a alma, hoje em dia, é tão banal ...
Que o digno é visto só como um boçal,
E a sinceridade é apenas um sonho parvo.

Quero de volta o grande Dom Quixote!
Rendendo homenagens à códigos antigos,
Mas (acho) desses tempos já fizeram picote.

Nojenta gente a cultivar um ideal corroído,
Onde o honesto e de sentimentos contíguos
Desperta cambaleante e dorme consumido

segunda-feira, maio 08, 2006

Decepção

Depois de ver a minha namorada entrar no carro com outro macho e ainda por cima levar o nosso cãozinho de estimação junto eu não suportei a dor e resolvi encher a cara ...
Tomei sem respirar seis doses de Chamyto inteiras e não contente fui fazer uma limonada para comer com fandangos ... só de raiva.
Eu sou assim ... um homem duro.

Desde cedo

No momento onde o Brasil parece, de novo, uma mar de lama. As pessoas dizem que o problema é cultural. Se é cultural então tem fundo na educação. Comecei a pensar sobre isso e me lembrei dos velhos tempos:

"Vovô viu a uva."
"Talita foi à vila."
"Cacá caiu da cama"

Com essa onda de modernidade hoje encontramos nas salas de aula:

"Vovô viu a vulva". (Ainda bem que só viu ...)
"Pedro viu a perereca pelada". (Será que só viu?)
"Papai gemia de dor." (Era de dor mesmo?)

Isso apenas conteúdo, digamos, quase sexual, mas em algumas salas de aula mais "politizadas" eu tenho encontrado:

"Lula não viu nada."
"O Garotinho foi preso"
"Helena gritava muito"

Na parede da sala de aula eu li:
"Corrupção: tô dentro, pra não ficar de fora!"

Crise moral, institucional, educacional e tudo mais ...

sexta-feira, maio 05, 2006

Solução

Podíamos pegar a massa de pessoas abaixo da linha da miséria no Brasil vesti-las, alimentá-las, dar instrução básica ensinar a pegar em armas e mandar para reaver o que foi tomado pela Bolívia do patrimônio da Petrobrás. Assim eles teriam comida e certamente se agarrariam a essa chance. Melhor lutar que morrer de fome. Se conseguissem reaver o patrimônio, os sobreviventes e famílias dos mortos ficariam com 50% do valor da empresa lá e fariam uma grande cooperativa para repartirem anualmente os lucros.
Detalhe interessante, mandaríamos todos os nossos políticos, na impossibilidade de distinguir o joio do trigo, uma semana antes lá para "negociarem" com o governo de Evo Morales e assistiríamos à execução sumária deles por espionagem.
O nosso judiciário seria levado como destacamento de guarda e apoio durante a ocupação das refinarias e dos pontos importantes em território boliviano. Assim, eles fariam alguma coisa da vida e veriam que a morosidade é fatal na maioria dos casos.
Kelly Key seria nossa show girl em solo boliviano sendo obrigada a cantar no meio dos combates, para manter a moral do inimigo baixa, já que destribuiremos tapa-ouvidos para os nossos soldados (obedecendo à Convenção de Genebra).
A Narcisa Tamborindeguy, o Lasier Martins, o José Barrinuevo e o Rogério Mendelski seriam destacados como jornalistas para cobrir o conflito sendo em seguida catalogados como "efeitos colaterais" do mesmo.
Garotinho seria colocado lá nos postos da inteligência brasileira, como articulador da guerra pois, se nada desse certo ele, ao menos, já teria uma Rosinha para o túmulo.
E, no momento mais simbólico dos combates, faríamos um jogo beneficente onde só poderiam entrar no estádio pessoas armadas. Uma promoção do tipo "Se ele errar acerte um tiro e ganhe um Celta" seria ventilada na cidade onde o espetáculo fosse acontecer. A peleia seria um Internacional x Corinthians. Durante o jogo os auto falantes do estádio anunciaram a promoção relâmpago: "Argentino vale dois carros!".
Cada vez mais me convenço que sou um gênio e que deveria entrar para a política ...

terça-feira, maio 02, 2006

Perfume de vida

O que nos leva a seguir adiante? Lembro-me de quando pequeno perguntar isso, de manhã, a mim mesmo. Na época um jogo da seleção, uma festa no final de semana ou um filme fartamente anunciado na mídia me davam a resposta. Eu, mesmo naquela idade, sabia ser isso totalmente infantil e imaginava que, quando adulto, eu teria outros motivos para levantar de manhã. As coisas mudaram. Hoje levanto de manhã por um happy-hour com os amigos, para secar o time contrário ao meu, mesmo que o meu não jogue, para ver com quem o Ben Silver vai terminar, ou muitas vezes por inércia. Em essência, acho que os motivos da minha infância eram muito mais profundos e que hoje eu sou um tanto mais bobo do que fora naquela época.
Entretanto, me preocupo mais pelo "porvir". Moro com minha avó e penso no porquê dela levantar. Oitenta e quatro anos, dificuldade para caminhar, incontinência urinária, dentadura em cima e em baixo, grave problema de audição e cega de um olho. De quebra, diabética. Ela me fala, de vez em quando, no sofá para a sala que, quando ela comprar, vai ser de tal forma e de tal cor. "E eu me pego pensando: que mundo maravilhoso ..."
Ela pergunta se eu tenho algo para ela arrumar, roupas para costurar dizendo que ainda não pode porque está doente mas que é para eu deixar na mesinha dela que assim que melhorar ela faz. E eu vejo como ela fala disso sem pensar no caminho terminando. Como ela pensa que realmente isso pode acontecer e como, para ela, VAI acontecer.
Hoje ela começou a me perguntar por que não voltavamos a morar em Porto Alegre? Segundo ela, morar em Caxias é ruim porque é frio. Estamos em Porto Alegre e ela mora na mesma casa a quase trinta anos. No início me preocupei de ela estar ficando senil. Agora entendo como isso pode ser uma bênção. Provavelmente sã ela não aguentasse esperar que alguém a desse banho. Provavelmente sã ela não suportasse levantar no meio de pessoas se urinando toda sem com isso se importar. Provavelmente sã ela entendesse que os estofados nunca serão comprados e as calças nunca serão serzidas. Provavelmente sã ela já teria se entregue ao rigor da vida e o brilho infantil que ainda vejo em seus olhos fosse apenas uma suposição nossa no seu velório.
Essa tênue transgressão que ela tem realizado daquilo que entendemos por realidade é um lençol de seda que embala o corpo são dela e aconchega o seu espírito cansado. O corpo que ela pensa ter e o espírito que ela sente ter. Não tenho o direito de retirar isso dela. Nem que para isso eu tenha que selar cartas com o endereço do remetente errado ...

Se nevasse usava ski?

E veio o inverno. Não apenas as folhinhas amarelentas caindo terminaram mas também aqueles dias de temperaturas amenas são agora lembrança. No sul é assim num dia faz frio, no outro piora muito. Agora por exemplo eu brinquei na neve. Fiz bonequinhos de neve e joguei bolinhas de neve nos passantes. Um frio gélido que por aqui tem o sugestivo nome de "Minuano" congela minhas orelhas, mas não estou nem aí. A neve me aquece. Embora algumas pessoas não gostem das bolinhas eu ainda assim as faço. Jogo mesmo, na cara de preferência. Aqui do lado de casa tinha uma poça d'água que congelou e a molecada está jogando hókei. Trenós puxados por huskis circulam do supermercado para as casas e as correntes fazem parte dos carros a partir de hoje.
Fondue com vinho tinto e, de noite, chocolate quente. Não tenho lareira mas a calefação da minha casa está bem boa. O branco toma conta das ruas assim como o cachecóis dos pescoços. É tudo muito frio, mas ao mesmo tempo muito sereno.
Vou encerrando por aqui porque vou ter que salvar um guri que ta dentro d'água. O gelo quebrou e ele está se afogando.
Tem algumas pessoas, maldosas, incontestavelmente pessimistas que dizem que tenho mania de aumentar as coisas. Não acho. Inverno em Porto Alegre é exatamente assim como eu descrevo. Basta olhar pela minha gripe ...