Sempre sofremos da mesma história. Os tempos mudam, os meios mudam, as palavras se atualizam e as coisas do coração parecem estanques. Por mais que se possa estar seguro de si não o estamos com relação ao outro. Podem ser desde as mais diretas questões físicas como as mais duvidosas tensões emocionais, mas sempre tememos algo. A insegurança partilha dos pressupostos básicos do ser humano a finitude e a incompleição. Sabemos que temos um tempo para caminhar por este mundo. Sabemos que é temporário. Sabemos que somos incompletos, que precisamos de outrem. Sempre soubemos e sempre saberemos. Daí aparece o medo. Medo de não se atingir o ser amado no tempo que nos é dado. Medo de não conhecermos o mais belo deste mundo sem que sejamos transportado a outro. Se é que realmente existe. É uma forma irônica de nos entendermos humanos, a insegurança. E sobre ela recaem outros vis adjetivos como o ciúme, a inveja, e o desespero. Nada disso deve nos ser estranho. Somos seres imperfeitos, feitos para sentir dor e, quando conseguimos, ter um alívio dela. A Este alívio entre os momentos de dor nós chamamos de amor. Nada mais efêmero que o eterno amor. Porque somos efêmeros. Nada mais volátil do que a densa paixão. Porque somos voláteis. Nada mais casual do que o romance. Porque somos casuais. Enquanto não percebermos a vida como um punhado de momentos dispersos que só fazem sentido se tu te tornas a tua linha mestra, não poderemos perceber a real importância do amor. Estaremos tentando enxergar uma estrada onde se encontra um deserto. É possível andar mas não ileso de obstáculos. Embora eles não estejam claramente colocados o mesmo sol que te aquece tornar-se-á o teu primeiro obstáculo. Teu próprio espírito reconhecendo-se incapaz de perceber as nuances da dor sentir-se-á apavorado com a possibilidade da perda. E quanto maior a altura maior a queda. O pior é que nosso maior medo é algo que nunca nos abandonará por ser nossa própria essência. Somos humanos.
Minha mãe dizia: "Te segura no pincel que eu vou tirar a escada!". Sábias palavras. Sempre procuramos nos segurar nas coisas erradas ao invés de deixarmos nos embalar pelo sentimento da queda e quem sabe a dor do fim ...
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14 comentários:
ótimo! realmente as letras fazem parte de vc! amei! parabéns
obrigado loira ... te devo este tema!!
Beijos
Belo text!Como os que venho lendo ...
O amor é assim...nunca sabemos de nada..não sabemos o dia de amanhã....
Bj, Sandrinha
Tudo isso pra dizer "medo".
Palhaçada!
Melhor dizer:" Eu tenho medo de viver, posso me machucar."
Por incrença que parível, o cara que tem um dom, descobre que todos podem se beneficiar deste, só ele que não.
Essa droga de medo!!! Que só tem uma explicação...ignorância: tem-se medo do que não conhece...
E se fores tentar descobrir, lhe chamarão de louco, irresponsável.
Mas o que adianta saber do dia de amanhã, se quando o pensas, estás esquecendo de hoje?
Caramba...
É tão difícil assim? ou eu sou burra e louca?
Magis consiliarius est, quam auxiliarius
Ahhh...como se tu quisesse "auxiliarius".
Se quisesse, já tinha.
Queres é provar uma tese de que quando se oferece uma mão, ela nos é tomada ao invés de ter outra para afagá-la.
Medo, querido. é uma constatação, não um conselho. Quem sou eu para isso? Seria a ajuda, não o conselho, mas o medo de machucar-se a impede.
Hodie mihi, cras tibi
Mais um belo texto.....
Queria não sentir medo....
Bjs
Sabe-se lá o q isso significa...totalmente fora do contexto.
Só nessa tua cabeça maluka.
Decisões...
Não sei, não.
Medo.
Não sei como cheguei no seu blog, mas eu precisava ler isso hj !
Obrigada
Me mandaram seu endereço e quando li o esse texto entendi tudo... Sábias palavras as suas. Parabéns!
gurias sejam bem vindas ...
hehehehe... o tema causou polêmica... pura hipocrisia quem diz n ter medo ou receio qdo se vê totalmente entregue a outro ser... bjs e mais bjs
Pri, não estamos falando de mim, ou de ti..mas do "principozo" aí...
Desculpa se pareci hipócrita, não foi minha intenção...
Perdão, querida.
Abraço
Mel
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