sexta-feira, julho 01, 2005

Lagartixa

Tem gente que se presta! E não venham me dizer que não! Eu não tenho amigos, eu tenho uma quadrilha. Acho que eu saio junto para, caso apareça uma mãe, um pai, um padre ou a polícia eu possa ser um interlocutor válido. E sabe da pior? A mulherada adora os canalhas. Eu estou ficando realmente chateado. Esse negócio de olho no olho, carinho, juras de amor perde direto para um tapa na bunda e um olhar do tipo "te larguei mocréia!". É que nem super-trunfo, lembram? Podia ser qualquer RPM, tamanho, envergadura, velocidade, etc., vinha o vivente e dizia "super-trunfo" e levava tudo, na hora. Pois é tenho amigos assim.
A clássica de um deles é "Não gostou? Vai andar!". Ele diz para todas as namoradas, casos, cachos etc. Nunca nenhuma foi. Ele ainda diz para quem pergunta se ele tem namorada: "Eu tenho mas a pergunta correta é se sou compromissado ou não. Posso estar namorando e não estar comprometido e posso estar comprometido sem estar namorando!". Pode? E elas caem sempre. Quando a namorada resolve ir numa festa com ele, não pode. Porquê?
"Porque as mulheres me agarram! Eu não posso sair."
Palavras dele mesmo. E elas caem ...
Um outro amigo me colocou numa de matar. Eu estava com um cacho que tinha uma amiga necessitada. Ela, a amiga, estava "subindo as paredes de costas". Levei um dos canalhas pensando em fazer uma noite redondinha. Dois a dois, placar empatado. Tudo na santa paz. Logo de início ele teve que enrolar a namorada oficial. Levou ela no motel. Fez o arroz-com-feijão. Largou em casa. Passou aquele "xalalá" de trabalho e etc.. Me pegou de carro e fomos pegar as tais. Quatro horas depois do marcado chegamos. Eu com cara de tacho e ele com cara de lobo-mau. Entramos na danceteria lá pelas quatro da manhã, eu morto e ele fingindo disposição. Tomamos uma cerveja dançamos, duas músicas e demos três beijos. Voltamos para a casa delas e eu fui para o quarto para tratarmos, eu e a moça, de assuntos bíblicos. Ele ficou com a amiga na sala e, diz ele, que começou tudo bem. Mão-na-mão. Mão-naquilo. Aquilo-na-mão. Quando foi para o aquilo-naquilo ele não tinha camisinha. O desgraçado entrou no quarto, onde estávamos discutindo religiosamente a bíblia, totalmente pelado e quase asteando a bandeira. Me fingi de morto. Fingi não, morri por cinco minutos. Até hoje tento apagar da minha mente aquela imagem torpe. Ele achou que estávamos dormindo e saiu. No outro dia houve este diálogo quando estávamos no carro voltando:

O Príncipe: Como foi a noite?
O Advogado: Ela é louca!
O Príncipe: Como assim?
O Advogado: Não deu!
A Raposa: Não enrola, comeu ou não?
O Advogado: Eu pelei a mulher. Coloquei de bumbum para cima e apliquei meu tratamento VIP! Ela levantou irritada, se vestiu e fechou a cara. Não deu!
O Príncipe: Tu podia me explicar o que é tratamento VIP?
O Advogado: Ué. Tasquei-lhe dois tapas bem dados em cada bunda até ficarem vermelhas e disse no ovidinho dela "Vem cá sua vagabunda!"
O Príncipe: (Fugiu) ...
A Raposa: (Chocada) É isso que tu chama de VIP?
O Advogado: (Sem o menor constrangimento) É. Dá para entender essas loucas?!

Estão namorando há dois anos. Depois, é claro, de estranhamente ele não sentar por uma semana, no início do namoro. Achei melhor não perguntar o porquê. Fiquei com medo de ter que ver ele pelado de novo. Aí não dava para se fingir de morto.
Quanto à namorada, gente fina, educada, querida. Só eu sei o que se passou naquele dia. Perco minhas gônadas se contar. Mas parece que quando olho para ela ouço os tapas e ela gritando "Bate, me joga na parede e me chama de ...."

(para definição de cacho ler "Espírito de Porco" nos arquivos de maio de 2005 neste blog!!)

3 comentários:

Anônimo disse...

Bah...isso tem cara de Wla. Que nojo. Eu juro que ainda vou dar uma surra nesse desgraçado. Mas daquelas de deixar o cara gemendo por algo que ele não sabe explicar.
Não é toda mulher que gosta disso, não!
Aquelas que não se dão valor, gostam...gostam de qualquer porcaria.
Prefiro virar freira a jogar essa partida.
De gustibus et coloribus non est disputandum
Fazer o que, né?

Miguel disse...

Sem revoltas ... isso é a vida. Existe mesmo, não podemos negar ...
Neminem laedere
Beijos

Anônimo disse...

Tu é muito tranquilo, Miguel. De um fatalismo misturado com deboche. Não estamos negando, só querendo mudar.
Quem tá fazendo mal aqui?
Eu só falei isso pq ele tá me devendo uma...
Hahahah...
Leva na boa, leva.
Beijo