domingo, julho 03, 2005

Bola da vez

Existe um acordo tácito, respeitado por todos os homens deste planeta. A região ilíaco-sacral é realmente sagrada. As gônadas são nossos mais cuidados tesouros. Um amigos diz que a parte mais importante do corpo do homem é o seu saco escrotal. Se ele não existisse nós teríamos que levar as bolas na mão. Já pensou no perigo? Um simples aperto de mão seria uma perigosa e, muitas vezes, dolorosa tarefa. Sem falar nos desavisados que sairiam de casa esquecendo as bolas. Eu esqueceria. Esqueço tudo.
Falando claramente, nós homens respeitamos muito esta região no próximo. Eu diria que é até maior que o cuidado cristão. Mesmo sendo nosso maior inimigo, um chute no saco é a maior forma de você perceber que os contricantes vão se matar. Sim, chute no saco só é permitido em caso de perigo de morte! E que seja bem dado, pois errando o oponente certamente te matará. A coisa é tão óbvia que em briga entre dois homens vale tudo, soco na cara, chute no estômago, dedo no olho, cuspe, mordida, quebrar braços etc. Chute no saco não é aceito, apenas em casos extremíssimos como, aliás, já dito.
A dor é tamanha que nos une, a todos homens, em solidariedade pelo vivente sofredor. Em todo filme de comédia tem sempre um desgraçado que entra com o seu saco numa árvore enquanto está descendo de trenó de neve ou leva um taco de baseball com toda a força naquela região ou, ainda, cai de uma altura respeitável e, sempre, em cima de um ferro que vai pegar no meio das ditas cujas. Neste momento todos os homens que assistirem ao famigerado episódio sentirão uma "dor psicológica" e nos condoiremos do coitado. Lembraremo-nos de todos os dolorosos episódios que marcaram nosso saco num mesmo momento. O ar some. Soltamos um gemido lamuriento que, acreditem, vem do fundo. Mas bem do fundo mesmo. Vou parar com esta descrição porque as minhas já estão doendo. Ui ...
Bom, entre os homens é assim. É questão de código de honra. O problema é que as desumanas companheiras femininas não têm o mesmo respeito. Aliás, não tem respeito nenhum. Depois da revolução feminista da década de 60 acredito que tenham se difundido escolas secretas feministas pelo mundo no intuito de ensiná-las, desde pitocas, este execrado ato. De tal forma que nós homens antes mesmo de sabermos usar a região já aprendemos a defendê-la com todo o corpo e ao menor sinal de perigo. Desde a mais tenra infância a gente se protege. Não sabe o quê está protegendo, mas sabe que dói. Qualquer gurizinho vai dar um pulo e te olhar em desespero se ameaçares algo próximo daquela região. E qualquer homem maduro ficará revoltado de ver você testando essa tese, cuidado!
Quando crescemos aprendemos a manter a famosa "distância segura" de joelhos femininos. Discussões e conversas mais ríspidas são sempre mantidas a uma braça de distância. Com mais experiência aprendemos que uma certa posição do quadril e conformação de pernas nos dá quase 70% de proteção. O problema é que elas também vão aprimorando os sórdidos meios de nos enganar. Beijinhos, olhares fulminantes, dedos em riste, ameaças de tapas, etc. Tudo não passa de distração para atingir nosso doloroso alvo. Não se engane amigo, mesmo sendo sua namorada amada, sua esposa querida ela vai te acertar nas bolas por qualquer motivo. Isso é o quê mais revolta. Se o cara fosse um estuprador pedófilo talvez, e eu repito talvez, um joelhaço fosse justificado. Um genocida racista, quem sabe? Traição? Nunca! É como se diz no futebol, seria uma "força desproporcional ao lance". Dar um joelhaço no saco de um homem porque ele lhe traiu é mais ou menos como dar um tiro de doze em alguém que levemente bateu em seu ombro.
Hoje eu presenciei este fato. Os dois discutiam numa praça da cidade, ela de dedo em riste irritada e ele de mãos abertas com cara de culpado. Não sei. Não vi. Não vou julgar o rapaz. Mas a cachorra da mulher acertou um joelhaço de cinema no vivente. Vivente não, depois daquilo acho que "morrente". Daqueles que, em filme de Hollywood, teriam que pagar cachê duplicado para um dublê profissional pensar em fazer a cena. O impacto foi tão forte que ele chegou a dar um pulinho para trás ...
Nossa, literalmente tá doendo! Não me contive e fui até o rapaz para ver se ainda respirava, enquanto todo mundo me olhava de forma estranha. Somente depois fui perceber que a dor em mim fora tão grande pelo que tinha visto, que eu engatinhei por quase vinte metros para chegar até ele.
Imaginem a dor dele ...
Piedade por favor, vamos banir esta forma de violência gratuita e que pode prejudicar o futuro da humanidade. Deixem as armas atômicas existirem, esqueçam o desarmamento urbano, a tortura e vamos nos unir num único brado:
"Saco é sagrado, não bata no futuro da raça humana!"

3 comentários:

Anônimo disse...

Ficou muito bom! hehehehhehe
Bjs

Miguel disse...

porquê nao é no de vocês ...
Beijos

Anônimo disse...

Bom, se realmente tu vivenciou uma cena destas, esta mulher só podia estar muito descompensada mesmo!!!Hehehehe...
Não acredito que mulheres joguem tão baixo assim. Tem outras formas de fazer doer muito mais...
Bjs