domingo, janeiro 22, 2006

Eclipse

Se para um é prata, para outro é ouro. Se para um é a noite, para o outro o dia. Um é energia, o outro acalento. Um vibra, emana, exacerba. O outro recebe, reflete e acalma. Se para um a ação é o sentido maior, para outro a contemplação é a essência de tudo. Se um é símbolo guerreiro, outro é o intangível de amantes. Um se levanta para o outro deitar-se. Um surge para o outro esconder-se.

Amantes, companheiros, irmãos de ordem e movimento?
Adversários, litigantes, inimigos de alma e momento?

Por quê? Por que ver o mundo como um enfrentamento de vontades? Por que ver como uma sucessão de combates? Será que se é melhor por mostrar-se melhor? Será que mais importante se torna aquele que domina?

Por que escolher entre o Sol e a Lua, se a coisa mais linda que nos é ofertado por ambos é a miríade aquarelada que se derrama por sobre o horizonte?

Sol? Lua?
Dia? Noite?

Não ... os momentos mais mágicos de ambos são aqueles em que se aceitam e se completam. Aurora e entardecer.

Consenso ... palavra mágica, até então desconhecida do meu vocabulário.

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo!
Vc é quase Navarre!!!

Miguel disse...

"Sempre juntos mas eternamente separados." Muito bonito embora o sentido que eu quis dar para o texto era exatamente o oposto.

Beijos Isabeau