Sobe o sol da vontade. Sopra o vento da oportunidade. O risco não é mais que um tênue tracejar enuviado num céu anil.
Vai o beija-flor.
Buscando o tudo numa única flor. Como se dela sempre precisasse. Como se ela sempre esperasse.
Sobe o sol da vontade e sopra o vento da oportunidade.
Voa beija-flor que teu mal é saudade!
Busca outra? Busca essa? Busca noutra mais que essa? Busca? Voa? Pressa?
Certeza apenas de bater asas. Asas da vida aberta. Senão puder batê-las, que será desta incerta?
Bate asas beija-flor que teu mal é ferida!
Desce o sol da vontade, cessa o vento da oportunidade.
Recolhe-te beija-flor para o caminho da virtude. Esconde-te da escura névoa da dúvida. Sopra o gélido vento da desconfiança. Fecha a paisagem do medo.
Bate asas beija-flor que teu mal é segredo!
Esconde? Foge? Grita? Segue? Solidão.
Certeza apenas de bater asas. Certeza apenas de que o sol vai nascer. Mas o beija-flor vai estar lá? Certeza ... nem um pingo.
Lágrimas derramadas misturam-se ao orvalho da manhã. Beija já não é certeza. Flor já não é certeza. Certeza da incerteza. Incerteza da certeza.
Bate asas beija-flor que teu mal não existe!
Longe? Difuso? Disperso? Confuso?
Olhos mareados, sentidos torpes, ouvidos espasmados, membros estropes.
Beija-flor não bate asas. Teu mal não o permite.
Escolhas e devaneios. Pensamentos e anseios. Um dia beija-flor, noutro peleio.
O risco é tanto quanto um céu turvado de nimbos escuros.
Beija-flor não bate asas. Não sabe se fica ou se espera. Se foge ou desespera. Se anda ou se pasma. Dúvida atroz que se esbalda em alma corroída de vida.
Medo? Saudade? Vontade? Piedade? De quem? Porquê?
Se tu beija-flor também como eu, indica flor para saciar sentimento meu. Se tu ventania também como eu, explica furor, ódio e insana desventura que abarca o céu. Se tu como eu explica ...
Bater asas também cansa. Demais ...
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Um comentário:
Isso aqui parece uma procura enlouquecida e constantemente frustrada de achar uma flor perfeita.
Se for, acorda por favor!
Ela não existe.
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