sexta-feira, dezembro 02, 2005

Gato Lee

As coisas mais importantes da vida ocorrem num bar. Sempre regadas a muita bobagem e algum sentido etílico para nossas vidas. No bar a vida se desenvolve conforme nossas idéias, sim porque "everyone could be a Captain Kirk" como dizia a música. Eu inclusive tenho um projeto de lei para transformar o congresso num imenso bar de domínio público, onde a cerveja seria grátis. Por mais que nós bebêssemos (e olha que conheço uma galera do arrepio quando se trata de álcool) não gastaríamos tanto quanto eles. A TV Senado e TV Câmara seriam os canais mais divertidos do mundo e, provavelmente, teríamos melhores idéias para a nação do que eles todos "sóbrios".
Mas ontem, sentado numa mesa de bar, sem nada para fazer nem ninguém para conversar, apenas me entregando aos prazeres da cerveja e dos olhos, eis que um rebuliço, uma azáfama toma conta do recinto. Fechou um pau arretado de bom na espelunca. Não sei ainda o porquê. Deve ser aquelas coisas ridículas de homem bêbado, como olhar para uma amiga com cara de pidão. Ou estufar o peito quando passa pelo cara, ou risadinhas debochadas. Enfim, qualquer coisa para testosterona com álcool. O negócio tava muito bom de assistir. Era mão na cara, cadeira nas paleta, garrafa voando, uma belezura. Até pedi outra cerveja e que desligassem a TV. Tava atrapalhando o som dos ossos estalando ao vivo. Um bando de descerebrados se dando bordoada é muito legal de ver, desde que a coisa não venha para o teu lado.
Aí é que entrou o inesperado. A paulera começou a caminhar a passos largos para o meu lado. E eu pensei, incorporando o Bruce Lee: "Vou ter que quebrar esses caras ..." estalando os dedinhos da mão. Óbvio que era fruto da cerveja. Tinha um cara, só um dos que estavam brigando, que era um armário seis portas com maleiro, tinha uma tatuagem no antebraço que dizia: "Te espero no inferno!"
Ruim né? Eu pensei uma gravata com aquele braço sendo a última coisa que eu ia ver. Muito ruim aliás.
Mas eu tinha que pensar rápido. Muito rápido. Daí olhei para o meu lado e candidamente repousava um bichano preto olhando tudo, com ar assustado como eu. Não tive dúvidas, peguei o gato pela pele de cima do pescoço e arremessei na multidão.
Lindo. O gato gritou até a queda. Não deve ter entendido nada. Como num passe de mágica ele tinha voado para dentro do rolo. Foi fantástico. O bicho, que sempre cai de pé (a menos é claro que você amarre um pão com manteiga nas suas costas), já caiu dando bordoada na galera. Pulou umas quatro vezes nas cabeças dos caras com uma selvageria que fiquei com pena. Dos trogloditas é claro. Era unha e dentada para todo o lado e ninguém entendia o que um gato estava fazendo no meio do pau. Nem o gato aliás. Só eu ria que me matava. Não deu dois minutos e o gato desfez a arruaça. Cada um com o cangote ou a cara lanhado, resolveu ver o que tava acontecendo. A pauleira parou e eu me salvei. Antes que vocês chamem a Sociedade Protetora dos Animais, o bichano não se machucou no episódio mas quando todos começaram a indagar sobre o ocorrido, alguém me dedou. Gatunamente me esgueirei para fora do bar ...
Agora mudei meu projeto de lei e quero que a brigada carregue gatos ao invés de cachorros. É bem mais efetivo, sem falar no bom humor que vai gerar vendo um bicho pulando de cabeça em cabeça gritando como um desatinado.

5 comentários:

Anônimo disse...

Não, Miguel, por favor!!! Nós gatos não devemos ser usados desse jeito!!! 7 anos de azar pra ti!!!! Bjim

Anônimo disse...

Ei, responde o primeiro post ali.. vc tem perfil no orkut??? Tb kero saber pq eu tenho.

Anônimo disse...

Ei, responde o primeiro post ali.. vc tem perfil no orkut??? Tb kero saber, pq eu tenho e gostaria de te adicionar.bjoka

Anônimo disse...

Ixi!!! Baguncei a janela!!

Miguel disse...

tenho perfil sim, quer o pseudônimo ou o real?